Chegou a vez de ouvir o disco da banda Crypta, Shades of Sorrow, com sua capa que me lembra uma carta de tarot ou algo que o valha, com uma figura encapuçada (coberta) rodeada de velas vermelhas com espadas ao redor da cabeça, enfim, se estivesse escrito “a carta do acendedor de velas” eu acreditaria!
A banda conta com Fernanda Lira na voz e baixo, Tainá Bergamaschi na guitarra, Jéssica Falchi na outra guitarra e Luana Dametto na bateria.
O disco é o segundo full lenght lançado pelas meninas e temos 13 faixas para apreciar.
A intro The Aftermath é um tema de piano bastante aflitivo e eu, como tecladista, adorei.
Dark Clouds na sequência, mostra que a pedrada é real e o negócio aqui é bruto.
Poisonous Apathy é suavemente mais lenta, mas não menos agressiva. Aqui eu pude sentir mais a presença do baixo na mix. Vivo buscando os graves, então achei fantástico que o riff da música seja voltado para ele.
The Outsider mostra o quão difícil é procurar um destaque numa banda onde tudo se destaca. Digo isso de uma forma absurdamente positiva. Existe a diferença entre algo ser a cereja do bolo e na tentativa de fazer diferente você gera um bolo de cereja. Não é o caso. Aqui a recepção é completa, você recebe detalhes perfeitamente bem distribuídos e bem trabalhados.
Seguimos com Stronghold e o som é mais melódico mas em momento algum menos denso. O disco segue com densidade impressionante.
Em The Other side of Anger temos um início mais leve, pegada violão, mas as baterias sempre incisivas da Luana não nos deixam pensar que algo será diferente aqui. Já temos a agressividade esperada logo na sequência.
The Limbo tem apenas 47 segundos, é um interlúdio bastante tenso, quase medonho, no bom sentido e já emendamos com Trial of Traitors para fazer jus à aflição trazida a tona no inter.
Lullaby for the Forsaken me lembrou o Satanic Mantra trazido pelo Cradle of Filth, aquele que o povo tinha medo de ouvir (risos). Adorei a entrada macabra seguida de um peso delicioso!
Quase no fim, Agents of Chaos novamente mostra que o baixo da Fernanda tem uma presença incrível e faz o alicerce para a construção de um disco sólido de forma primorosa.
Lift the Blindfold trabalha com a exploração de sonoridades diferentes e o efeito surpresa de a levada de bateria esmagar tudo o que está acontecendo para trazer a música para o seu ouvido de forma assustadoramente pesada.
O último (infelizmente) som, Lord of Ruins me deixou pensativo logo no começo, pois surgiu uma sonoridade até então não explorada, que foi o riff mais agudo. Porém logo na sequência o grave já te domina, conforme esperado.
E apesar de não ser o último som, temos mais uma faixa que é o epílogo The Closure onde novamente o piano volta a trazer o drama, a aflição e o desespero.
Pensa numa mulherada monstruosamente boa de som!
Em suma, Shades of Sorrow é uma aula, o material está muito maduro e vale a pena ouvir sem interferências externas. O propósito de imersão é real e é altamente válido.
Tracklist:
1-The Aftermath
2-Dark Clouds
3-Poisonous Apathy
4-The Outsider
5-Stronghold
6-The Other side of Anger
7-The Limbo
8-Trial of Traitors
9-Lullaby for the Forsaken
10-Agents of Chaos
11-Lift the Blindfold
12-Lord of Ruins
13-The Closure