Que todo mundo sabe que Goiás é o recinto de bandas e duplas sertanejas, é verdade. Mas e bandas de rock? Você conhece alguma? Se em rock em geral é difícil ter, imagina em algumas derivações. Power Metal, Folk, música clássica e barroca? Quem iria imaginar?



Mas podemos ver isso com a banda BaRok-Projekto. Fundada em 2007. a banda goiana conta com 2 EP’S “Bataltemp” e “Jen Nia Viv-River”. Seu primeiro álbum de estúdio, intitulado “Sovâga Animo”, conta com um diferencial da banda entre todas as outras do Brasil. A banda investe em um som pesado e com pitadas de música clássica e influências barroca, no começo as músicas soam estranhamente aos nossos ouvidos, mas ao ouvir afundo, você vê a essência desta mistura.

O único ponto negativo é que talvez tenha faltado um pouco mais de atenção na mixagem e masterização, a bateria em certas vezes some e fica um vazio enorme. Por outro lado, as músicas são bem construídas, sempre pregando aquilo imposto pela banda encima do álbum, um conceito totalmente construído em volta do disco e que foi levado ao pé da letra do começo ao fim.

Uma única coisa que não entendi, foi o motivo da música “Part I”, ficar longe da música “Part II” essas músicas deveriam ficar em sequência para desfrutar, mas ficaram como segunda e sétima faixa da tracklist, respectivamente. Faltou para a banda, uma música que fosse considerada um “hit”, aquela música que grudará na sua cabeça e não sairá, que ao ouvir músicas semelhantes, você ligue o nome da banda a aquela faixa.

De forma alguma quero criticar o disco, até por que é um álbum interessante e musicalmente falando, lotado de efeitos e surpresas. A banda foge totalmente da “mesmice”, quando falo em outras resenhas que uma banda deve fugir daquilo que estamos esgotados de ouvir, o BaRok-Projekto leva isso bem a sério, eles trouxeram algo que nunca tínhamos ouvido, pelo menos eu particularmente nunca tinha ouvido algo tão surreal e tão bem trabalhado em músicas com diversas decaídas.

Karliene Araújo é o nome da estrela da banda, dona de um vocal forte e impressionante, em certos momentos lembra Tarja Turunen, que na opinião deste que escreve, é uma das melhores frontwoman’s do mundo. Karliene tem o apoio de backing vocals fortes e rasgados, sua voz lírica é tão calma que chega a nos fazer relaxar, outro músico que devo exaltar neste grupo é o tecladista, Miguel Brasil, pois ainda acredito que nos dias de hoje alguns tecladistas são injustiçados, mas o que muitos não sabem é que em certas bandas eles fazem total diferença, seja com sintetizadores, com órgãos ou controladores.

Para resumir, temos aqui uma banda inovadora, pregam aquilo que acreditam e fazem muito bem feito. Espero que levem minhas críticas para o lado bom e procurem as corrigir, sobre as criticas positivas, continuem a investir nelas. Não tenho dúvidas que a banda vai conquistar um público maior fora do nosso país, enquanto aqui sua sonoridade ainda estranhamos, lá eles receberão de braços abertos, particularmente gostei do que foi apresentado e achei que cada instrumento foi muito bem encaixado e elaborado, tenho curiosidade do que a banda ainda apresentará a nós, que continuem com este belo trabalho e o principal, invistam naquilo que acreditam e os fazem bem, isso é o que importa na maioria das vezes!

FORMAÇÃO
Karliene Araújo – vocal
Muniz – guitarra
Rafael Milhomem – guitarra
Thiago Alberto – baixo
Miguel Brasil – teclado
Junior Nieri – bateria
TRACKLIST
01 – Antaŭparolo de Prapatra Kaciko
02 – Tauba Kaj Kerana (Malbeno – Part I)
03 – Ĉe Ni Estas Abasai’
04 – Droniga Pasio
05 – Reĝino de La Nokto
06 – Sovaĝa Animo
07 – La Sep Filoj (Malbeno – Part II)
08 – La Sagoj de Ruda’
09 – Melodio de Akŭanduba
10 – Kaapora (bonustrack)
11 – La Plej Bona Ĉasisto (bonustrack)


SIGA BAROK-PROJEKTO
FACEBOOK / YOUTUBE
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.