This Dark Design é um projeto bem interessante, onde reúne amigos de perto e de – muito – longe. A banda formada por Dan Peters nos vocais, Renato Lopes e Marcos Grancalacci nas guitarras e Glauco Marcon no baixo e Cristiano Forte na bateria, chega com uma proposta de agressividade, do jeito que eu gosto.
A capa é bastante direta, uma sobreposição cinzenta com galhos, escadas, sombras, tudo dentro de uma pegada meio pedra, cemitério, tudo cinza e interessante.
Como particularmente gostei do disco, gostaria de pontuar faixa por faixa para falar um pouco de cada. Começando por Monster e já fiquei chateado que temos teclados e não temos tecladista…. poxa… A música começa super dentro da proposta da banda que é flertar com Inflames e congêneres. A concepção da música me lembra algumas bandas góticas quando o vocal limpo assume, mas quando a voz é mais agressiva, a pegada sueca vem forte.
Em seguida temos Some Kind of God tem a atmosfera do disco Reroute to Remain… bastante. O vocal é bastante proeminente e a Caixa da bateria vem mais forte do que o restante. É um estilo peculiar e gostoso de ouvir. Em Join My Apocalypse consegui sentir um pouco mais de guitarras, o que me agradou bastante. O baixo está presente desde o início. Temos uma boa mescla de voz limpa e rasgada, achei interessantes as transições.
Confira matéria sobre os singles em seu lançamento: https://osubsolo.com/this-dark-design-lanca-singles-antecedendo-futuro-album/
Kingdom of the Lost olha lá o teclado de novo… Tecladistas, erguei-vos e mostrai vossa face! Esse som é um pouco mais dançante, apesar de agressivo tem a pegada menos densa do que os outros. Seguimos com Immortal, tudo indica que será a balada do disco, mas com um minuto ela abre e deixa de ser “baladeta” pra ser “inflameta”. O som é interessante e com efeitos mais percussivos junto com solos de guitarra, achei muito bacana!
Resign contrapôs a entrada leve da faixa anterior e trouxe aquela pancada na orelha que a gente tanto adora! Está difícil escolher uma favorita por enquanto, eu gostei de todas por igual, mas se fosse pra escolher, seria essa até agora!
Faltando pouco pro disco acabar, Shattered Mind traz um balanço bom de peso e calma, mas o peso prevalece e o sabugo impera! Do meio do disco pra cá parece que os solos trouxeram mais vida para a guitarra, o que eu estava sentindo falta no início do play.
Penúltimo som, Break Down the Walls está trazendo a chave de ouro pra fechar bem o disco. O refrão tem um teclado muito interessante e o arranjo todo está bem bacana, diversas transições de etapas bem construídas e linhas muito bem feitas. Fechando o disco com Karma, um som mais cadenciado do que o restante do disco, mas não menos interessante. Eu traria o destaque para as diferentes vozes ao longo de todo o play, entre limpo, rasgado, sussurrado, gritado, enfim. A versatilidade me agrada muito.
Falando em termos gerais, eu achei a banda incrivelmente boa, tudo no lugar, tudo de extremo bom gosto, bem pensado, bem colocado. O único ponto que eu poderia construtivamente criticar seria na questão de uma identidade musical de fato. As músicas poderiam fazer parte de um novo disco do In Flames facilmente. Senti falta da pegada mais natural e menos guiada pela influência, mas isso apenas afeta em detalhes técnicos e intimistas.
Isso não atrapalhou que eu curtisse demais o material, mas o tempo todo fiquei comparando, instintivamente. Orgulho de ter no BR uma banda de tamanha qualidade, mesmo que o vocal seja alemão e o projeto contenha alguns músicos convidados, acredito que para uma estreia trouxeram um excelente trabalho. Será uma banda muito boa no palco!
TRACKLIST
01) Monster
02) Kind of God
03) Join My Apocalypse
04) Kingdom of the Lost
05) Immortal
06) Resign
07) Shattered Mind
08) Break Down the Walls
09) Karma