Início Destaque Resenha: Voorish – Voorish (2024)

Resenha: Voorish – Voorish (2024)

Grande honra de receber em primeiríssima mão, dias antes do  lançamento oficial, o disco debut do Voorish, de Santa Catarina.

O Black Metal do sul do país já tem história e hoje eu degustarei este promissor material da banda formada durante a pandemia e que se auto proclama anti extrema direita.

O disco tem 8 faixas, a capa mostra um close de um crânio mostrando as cavidades oculares e nasal, com o logo do Voorish estampado na testa.

A banda é formada por Devil from Chaos no vocal, Servus Inferni na guitarra, Scepticismi Defensoris no baixo e Umbra Entitatis na bateria.

Foto: Nefhar Borck



Destaque para a qualidade do presskit, com fotos, vários formatos de áudio e release com diversos detalhes importantes: Bandas, aprendam! rs

O disco abre com Pray, sem delongas, sem massagem. O som é moderno, não tem o chiado que se espera quando se fala em produção de Black Metal. Tudo é bem fácil de distinguir na mix e a música tem nuances muito interessantes.

Seguimos com Satan’s Fall, e a porrada vem forte. O som mais extremo tem uma característica muito interessante sobre regulagem auditiva: Quanto mais você ouve, mais percebe detalhes e conteúdos subliminares. A qualidade é muito bacana e a temática está totalmente coerente.

You are Nothing, música que já tem um clipe gravado e é a música de trabalho do álbum. Temos uma introdução mais lenta e a música promete ser mais cadenciada. Apesar de ter o bpm mais lento, a música ganha peso e a atmosfera segue dentro dos padrões.



Seguimos para a metade do disco, com Over my Hands, outra música mais cadenciada e com um baixo mais proeminente. Gosto. O complexo para trabalhar com músicas extremas é ter a limpeza individual dos instrumentos soando com tranquilidade. Especialmente fazer com que a voz soe clara acima do instrumental. Objetivo concluído com sucesso, meus amigos.

Right Way, Voltamos à programação blasting beat normal! Eu costumo elogiar a escolha de tracklist dos discos. Admiro o tempo gasto em pensar no ouvinte e proporcionar a experiência completa com todas as suas nuances e sutilezas. É curioso utilizar o adjetivo “sutil” numa resenha de Black Metal.

Encaminhando para o fim do disco, My Feelings, uma música visceral do jeito que deve ser. A guitarra solo vem um pouco mais forte nessa, e a atmosfera é mais puxada pro lado dos Black Metal mais clássicos como Marduk, por exemplo.

Dark Ages, é um som menos denso, coerente com a proposta, com linhas de baixo evidentes e interessantes. Cada instrumento está contando sua história sem se chocar. O fim do disco se aproxima e eu que não sou do Black Metal estou sentindo que foi uma obra de fácil digestão. Curti demais.

Último som – Make it Real, traz um pouco mais da ideia agressiva do estilo, com breaks secos e retornos com pancadas como socos no estômago, a pegada mais ao vivo, mais crua.

O disco se desdobra muitíssimo bem, com o pé firme no estilo e sempre tratando de temas alheios à política e às facetas condenáveis quase sempre conectadas ao Black Metal, fugindo de polêmica além daquela já importa pela temática de forma habitual.

Eu senti que, apesar de ser um estilo pouco explorado por mim, o som é muito fácil de curtir, tem peso, tem melodia, tem todo o tato que a boa música precisa ter sem falar na valorização das mídias, já que os caras enviaram material para audição antecipada, isso é muito importante. Para quem gosta de som extremo, direto e sem massagem, esse play do Voorish está formidável.

FORMAÇÃO:
Devil FromChaos – vocal
Servus Inferni – guitarra
Scepticismi Defensoris – baixo
Umbra Entitatis – bateria

TRACKLIST:
01) Pray
02) Satan’s Fall
03) You Are Nothing
04) Over My Hands
05) Right Way
06) My Feelings
07) Dark Ages
08) Make It Real

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.