Foto: Uillian Vargas

Começamos essas linhas com a frase do escritor russo Liev Tolstói: “Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz”. De fato, não há o que questionar em relação a isso, tudo acaba sendo feito de sombra e luz.

Na obra Anna Kariênina lançada em 1877 de Liev, temos um apanhado dessas relações humanas, e dentre tantos assuntos complexos e reais um deles acaba se destacando e onde trago um comparativo com o cenário Heavy Metal, quando Liev aborda fantasticamente a diferença entre as classes sociais, mas o que isso tem haver com o Metal Renato?!

Então me diga você, não há uma certa separação entre bandas femininas de Metal e as masculinas? Você nunca ouviu as críticas ferrenhas que as mulheres sofrem por estarem no Heavy Metal? Isso não seria uma separação entre classes?

Você não gostar de uma banda, ok é o seu direito, mas agora desrespeita-las por ter um membro do sexo feminino ou ser uma banda completa por mulheres beira a idiotice e claro, um preconceito lastimável, ainda mais em tempos atuais.

Recentemente a baterista Lala Frischknecht do Burning Witches concedeu uma entrevista ao site brasileiro Gustavo Maioto onde disse: GAROTAS NÃO DEVEM TER VERGONHA DE TOCAR EM UMA BANDA DE HEAVY METAL! (Link da mesma ao final da matéria). Simples assim, fácil e mais que entendível, porém na prática vemos o quanto isso é dificultoso e abismal.

Podemos pegar por exemplo a Nervosa, que sempre sofreu diversos ataques por parte dos ditos “headbangers”, com a sua mudança de formação então veio uma enxurrada de escrotisse regada à palavras e opiniões caluniosas.

É uma vergonha alheia sem tamanho, pois, não há embasamento algum nessas opiniões simplesmente ofendem e dizem que é ruim por serem mulheres fazendo aquele som. É difícil aceitar que as meninas mandam tão bem quanto as bandas masculinas e lancem discos fantásticos? O que te leva a uma opinião tão extremista ao ponto de não aceitar as mulheres no Heavy Metal?

O Heavy Metal é um estilo de vida que sempre foi dito como libertador e quebrador de regras. Não é apenas um som, mas uma ideologia, mas que está se tornando extremista, preconceituosa e cheio de barreiras.

Entrevista com Lala: https://www.gustavomaiato.com.br/post/61772-entrevista-lara-frischnecht-burning-witches

Muitos falaram que não seria possível ou que não teria "talento" para isso. Ironia do destino ou não, cá estamos há mais de uma década mantendo-se firme e relevante como um dos melhores redatores do Brasil. Estando também a frente de diversas produções de eventos e assessorando os maiores shows do som pesado mundial em suas vindas ao RS. Gaúcho, Pai da Maria Eduarda e apaixonado por Heavy Metal, Jazz, café e cerveja!