Início Black Metal Talvez Desconhecido: Summoning (AT) #26

Talvez Desconhecido: Summoning (AT) #26

Levou cerca de 26 anos para este abobado que aqui vos escreve, entrar em contato com uma das obras mais incríveis da literatura e também do cinema. Sim meus amigos, estou falando de O Senhor dos Anéis, do escritor sul-africano J.R.R Tolkien. Para muitos este fato seja uma blasfêmia, uma vez que, o autor é a referência mor em tudo que envolve fantasia na cultura pop, nos livros e por que não no metal?

Havia algo que sempre me impedia de conhecer essa incrível trilogia. Creio que tudo seja uma questão de paciência ou mesmo de maturidade. Comecei pelos filmes e posso dizer com certeza, não me arrependi.

A história do hobbit Frodo e sua missão quase suicida me pegaram de primeira. Os personagens são muito bem construídos e você consegue se importar e se apegar aos mesmos com muita facilidade.

Bom, mas passando por essa breve contextualização, vamos ao que o amigo leitor se interessa…

Após essa fatídica experiência, comecei a consumir todo e qualquer tipo de mídia derivada da obra. E não demorou muito para que eu buscasse na música esta influência. Uma das primeiras bandas quando falamos da junção Tolkien + Rock/Metal encontramos inúmeras referências, sejam elas em nomes de bandas (Gorgoroth,Burzum,Ammon Amarth) quanto à temática de letras e conceitos de álbum.

Aliás, a editora Estética Torta tem em seu catálogo um livro exclusivo sobre esta mistura, chamado O Senhor dos Metais do autor italiano Stefano Giorgianni.

Apesar de trombar de cara com os alemães do Blind Guardian, o meu gosto por sonoridades mais extremas me levou a buscar o tema no som cru e tosco (no bom sentido) do Black Metal.

E eis que me deparo com o a banda que trago hoje para você, o Summoning!

Formada em 1993 em Viena, na Áustria, este é um daqueles casos, cujo mistério é um forte atrativo.

Inicialmente composto por Silenius (Michael Gregor), Protector (Richard Lederer) e o futuramente expulso Trifixion (Alexander Trondl), o grupo foi um dos pioneiros dentro do gênero a sair dos manjados temas satânicos (ainda que presentes nas primeiras demos) para dedicar-se à obra tolkieniana. A sonoridade da banda também é avessa ao tradicional, trazendo elementos atmosféricos com passagens épicas, denominando-se assim como Epic Black Metal.

O primeiro álbum do Summoning, Lugburz, veio em janeiro de 1995, lançado em parceria com a Napalm Records, gravadora esta que seria responsável pelo lançamento de todos os futuros trabalhos lançados até o presente momento. O acordo entre banda e selo aconteceu, quando Silenius fora convidado a substituir o vocalista do Abigor, Alexander Opitz. Ele gravou todos os futuros lançamentos da banda até o ano de 1994, quando decidiu deixar o projeto.

Agora munidos de parcerias eficazes, o duo austríaco seguiria lançando o seus trabalhos, chegando até o recente With Doom We Come, oitavo registro da banda de 2018.

Apesar da pouquíssima difusão no Brasil, o Summoning é uma banda muito influente e que vale a pena conhecer. A obra dos caras consegue entregar um ótimo Black Metal épico em meio à literatura fantástica de Tolkien. Ela ainda possuí forte relevância lá fora, resultando inúmeros álbuns de tributos com participações de diversos outros grupos do gênero.

Deixo você com um destes registros, o incrível In Mordor Where The Shadows Are.

ENJOY!

Nascido no interior de São Paulo, jornalista e antigo vocalista da Sacramentia. Autor do livro O Teatro Mágico - O Tudo É Uma Coisa Só. Fanático por biografias,colecionismo e Palmeiras.