Início Colunas Topfive: cinco filmes para assistir com sua mãe (Especial) – #01

Topfive: cinco filmes para assistir com sua mãe (Especial) – #01

É com muita honra que estreio essa coluna aqui no site “O Subsolo” e poder contribuir para o site. Ainda sem um nome oficial, semanalmente traremos aqui nessa coluna, dicas, resenhas e o que mais der na telha sobre filmes e séries de terror.

Trago pra vocês, fãs sanguinários de filmes de horror, cinco filmes que com mães nada convencionais. São cinco filmes que na minha opinião todo fã de horror deveria assistir. Essa é a nossa singela homenagem as mamães que tanto amamos, principalmente essas que nos causam arrepios. Aprecie sem moderação e até a próxima semana.

Boa noite, mamãe (Austria/2014)

“Boa Noite, Mamãe” é um filme de terror psicológico austríaco lançado em 2014, dirigido por Veronika Franz e Severin Fiala. A trama se passa em uma casa de campo isolada, onde dois irmãos gêmeos de nove anos começam a desconfiar que sua mãe, que retornou após uma cirurgia facial, não é realmente a mesma pessoa.

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O filme é intenso e perturbador, deixando o espectador constantemente tenso e desconfortável. A direção de arte é excepcional, com a casa da família criando uma atmosfera sombria e claustrofóbica. A fotografia escura e as imagens perturbadoras aumentam o suspense e a tensão.

Os dois jovens atores que interpretam os irmãos gêmeos, Elias e Lukas Schwarz, entregam performances impressionantes, que transmitem a angústia e o medo de suas personagens com grande habilidade. O elenco em geral é bem selecionado e trabalha com eficácia para criar um ambiente sombrio e inquietante.

A narrativa do filme é bastante intrigante e bem desenvolvida, com reviravoltas surpreendentes e bem planejadas que mantêm o espectador envolvido na trama. Aos poucos, o espectador é levado a questionar o que realmente está acontecendo naquela casa, e o final é uma surpresa chocante e perturbadora.

Em resumo, “Boa Noite, Mamãe” é um filme de terror psicológico intrigante e perturbador que entrega uma experiência intensa e desconfortável. É um filme bem executado e satisfatório para aqueles que gostam de um bom suspense com reviravoltas chocantes.

A personagem da mãe é retratada como uma figura misteriosa e perturbadora. O filme é centrado na dinâmica entre a mãe e seus dois filhos gêmeos, que começam a desconfiar que ela não é realmente a mesma pessoa após uma cirurgia facial.

Ela é mostrada como uma figura distante e reclusa, com pouca interação com os filhos, exceto por momentos de violência e comportamentos estranhos. Ela parece ter dificuldade em se conectar emocionalmente com seus filhos e se isola da família em sua casa de campo. Sua personalidade e comportamento mudam drasticamente após a cirurgia, o que deixa os filhos confusos e assustados.

Psicologicamente, a mãe no filme pode ser interpretada como uma pessoa com dificuldade em lidar com sua identidade e autoestima. A cirurgia facial pode ser vista como um esforço para mudar a aparência física e se sentir melhor consigo mesma. No entanto, a cirurgia parece ter efeitos negativos em sua psique e em sua relação com os filhos.

A figura da mãe no filme também pode ser vista como uma representação da culpa e da responsabilidade materna. Ela é retratada como uma mãe que não consegue lidar com as emoções dos filhos e que é incapaz de lidar com o luto da família pela perda do pai. Ela parece se desconectar dos filhos como forma de lidar com a própria dor e angústia.

Além disso, a mãe é mostrada como uma figura controladora e abusiva, com comportamentos violentos e estranhos em relação aos filhos. Ela pode ser interpretada como uma figura complexa e perturbadora, com dificuldade em lidar com sua identidade, culpa e responsabilidade materna. A representação psicológica da personagem é bem trabalhada e ajuda a aumentar a tensão e o suspense do filme.

Onde assistir: Você encontra a versão norte americana de 2022 na Amazon Prime, mas indico que assista primeiramente o Austriaco de 2014.

Assista ao trailer

Carrie, A Estranha (EUA/1976)

“Carrie” é um clássico filme de terror dirigido por Brian de Palma, baseado no romance homônimo de Stephen King. O filme conta a história de Carrie White, uma jovem tímida e introvertida que sofre bullying constante na escola e é submetida a um ambiente familiar abusivo, com uma mãe religiosa fanática.

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A performance de Sissy Spacek no papel principal é simplesmente incrível. Ela consegue transmitir com maestria a fragilidade e vulnerabilidade de sua personagem, ao mesmo tempo em que vai desenvolvendo gradualmente uma intensa raiva e sede de vingança.

Brian de Palma usa sua habilidade técnica para criar uma atmosfera de suspense e tensão que culmina em um final memorável e chocante. A cena da formatura, em que Carrie é vítima de uma terrível humilhação, é particularmente impactante e continua sendo uma das cenas mais icônicas do cinema de terror.

Outro destaque do filme é a trilha sonora, composta por Pino Donaggio. As músicas ajudam a criar o clima de suspense e a intensificar as emoções dos personagens.

No entanto, o filme também tem alguns pontos fracos. Alguns personagens secundários são pouco desenvolvidos, o que torna difícil para o público se importar com eles. Além disso, a atuação de algumas das atrizes coadjuvantes é um pouco exagerada e caricata.

Apesar desses pequenos problemas, “Carrie” é um filme de terror clássico que continua sendo relevante até hoje. A história de uma jovem vítima de bullying e abuso que finalmente se vinga de seus agressores é um tema intenso e impactante, e o filme trata o assunto com sensibilidade e habilidade. Se você é fã de filmes de terror, “Carrie” é uma obra obrigatória que não pode ser ignorada.

A personagem mãe de Carrie, Margaret White, é uma figura complexa e perturbadora. Interpretada pela atriz Piper Laurie, a personagem é uma mãe super protetora e religiosa fanática que submete sua filha a um ambiente familiar abusivo e controlador.

Margaret é retratada como uma figura muito reprimida e traumatizada por seu próprio passado, o que a leva a adotar uma visão extremista da religião e a acreditar que todos os prazeres mundanos são pecaminosos. Ela é obcecada com o conceito de pecado e acredita que o sexo é a raiz de todo mal.

Essa obsessão religiosa é transmitida para sua filha Carrie, que cresce sem conhecer a realidade do mundo exterior e é submetida a uma educação restritiva e sufocante. Margaret usa a religião como uma ferramenta para justificar seu comportamento abusivo e manipular sua filha.

Apesar de sua crueldade e fanatismo, Margaret é retratada como uma personagem trágica, vítima de suas próprias obsessões e traumas. Piper Laurie oferece uma performance impressionante, que transmite com precisão a complexidade e as camadas dessa personagem.

No entanto, é importante notar que a caracterização de Margaret também pode ser vista como uma crítica à religião organizada e seus efeitos prejudiciais sobre as pessoas. O filme parece questionar a validade de uma visão extremista da religião que leva ao abuso emocional e físico.

Seu fanatismo religioso e comportamento abusivo adicionam um elemento sombrio e perturbador à trama, e sua performance é memorável como um exemplo de um personagem complexo e trágico.

Onde assistir: Você encontra o longa na Amazon Prime.

Assista ao trailer

Psicose (EUA/1960) 

“Psiscose” é um dos filmes mais icônicos da história do cinema, dirigido por Alfred Hitchcock em 1960. O filme conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que rouba dinheiro de seu empregador e foge para um motel na estrada, onde ela é brutalmente assassinada por um homem misterioso que vive com sua mãe em uma casa próxima.

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A direção de Hitchcock é habilidosa, criando uma atmosfera tensa e claustrofóbica que mantém o espectador preso do início ao fim. A trilha sonora assustadora de Bernard Herrmann contribui para a sensação de tensão e suspense do filme, enquanto a cinematografia em preto e branco reforça a sensação de claustrofobia.

O filme também é marcado pela icônica cena do chuveiro, que é um dos momentos mais famosos da história do cinema. A cena é habilmente filmada, com cortes rápidos e uma trilha sonora perturbadora, que cria uma sensação de terror e desorientação.

A atuação de Janet Leigh é excepcional, trazendo à vida uma personagem complexa e vulnerável que é ao mesmo tempo assustadora e cativante. O personagem de Norman Bates (Anthony Perkins) é igualmente fascinante, com Perkins oferecendo uma atuação memorável que mistura vulnerabilidade e psicopatia.

O filme pode ser interpretado como uma reflexão sobre a natureza do mal e da loucura. Norman Bates é um personagem profundamente perturbado, e a relação disfuncional com sua mãe oferece uma visão sombria sobre as consequências do abuso e da negligência.

Em resumo, é um filme de suspense psicológico icônico e intenso, que é tão perturbador hoje quanto era quando foi lançado em 1960. A direção habilidosa de Hitchcock, a atuação excepcional e a narrativa complexa fazem deste um filme obrigatório para qualquer amante do cinema. Se você ainda não assistiu “Psicose”, deve fazê-lo imediatamente.

A relação da mãe de Norman Bates com seu filho no filme é uma das principais fontes de tensão e mistério do enredo. A mãe, cujo nome é revelado no final do filme como sendo Norma Bates, é retratada como uma figura controladora e possessiva, que exerce uma influência dominante sobre a vida de seu filho.

A mãe de Norman Bates é apresentada como uma personagem ambígua e misteriosa durante a maior parte do filme, aparecendo apenas em cenas isoladas e falando principalmente por telefone. No entanto, à medida que a história avança, fica claro que sua influência sobre Norman é profundamente perturbadora e potencialmente perigosa.

Norman é retratado como um filho submisso e obediente, que parece estar preso a um ciclo de dependência e abuso emocional. A mãe de Norman é retratada como uma figura manipuladora, que rejeita qualquer pessoa que ameace sua posição de poder sobre seu filho. Ela é apresentada como uma figura controladora e ciumenta, que não permite que seu filho se relacione com outras mulheres.

A relação entre mãe e filho é profundamente perturbadora e sugere uma dinâmica de dependência emocional e controle. A mãe de Norman é retratada como uma figura que sufoca a vida de seu filho, negando-lhe qualquer possibilidade de autonomia e intimidade emocional. A cena final do filme revela a natureza perturbadora da relação entre mãe e filho, levando a um desfecho dramático e chocante.

Onde assistir: Você encontra Psicose na plataforma Star Plus

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Mãe! (EUA/2017)

O filme “Mãe!” dirigido por Darren Aronofsky é uma obra de arte visual e narrativa intensa que aborda temas religiosos, ambientais e de relacionamentos humanos. A história é centrada em um casal interpretado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem, que vivem em uma casa isolada em meio à natureza. A vida tranquila do casal é perturbada quando visitantes começam a chegar, e a casa se torna um local de caos e violência.

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O filme tem uma narrativa surreal e um ritmo lento, mas que gradualmente aumenta a tensão e o desconforto no espectador. A história é rica em simbolismo e pode ser interpretada de várias maneiras, o que permite uma discussão profunda e crítica dos temas apresentados.

Aronofsky explora o papel da religião e do fanatismo religioso na sociedade, retratando a personagem de Bardem como um Deus egocêntrico que busca a adoração dos seus seguidores. O filme também aborda a relação humana com a natureza e a destruição ambiental, por meio da representação da casa como um organismo vivo que sofre as consequências da ação humana.

A atuação de Jennifer Lawrence é um dos destaques do filme, ela entrega uma performance incrivelmente emotiva e visceral. Bardem também se destaca ao interpretar um personagem que é tanto amado quanto odiado pelo espectador.

No entanto, o filme não é para todos os gostos, a narrativa surreal e a intensidade das cenas violentas podem ser perturbadoras para alguns espectadores. Além disso, a história pode parecer confusa e abstrata para aqueles que buscam uma trama mais convencional.

Em resumo, “Mother!” é um filme denso e complexo que aborda temas profundos e relevantes de uma forma artística e intensa. Darren Aronofsky cria uma narrativa visualmente impressionante e cheia de simbolismo, que provoca o espectador a questionar as suas próprias crenças e valores. O filme é uma experiência cinematográfica única e memorável, mas que requer uma mente aberta e preparada para um filme desafiador.

No filme, a personagem principal interpretada por Jennifer Lawrence é uma mãe que representa a figura materna, protetora e cuidadora. Ela é vista como um símbolo da natureza, da criação e da vida, enquanto seu marido interpretado por Javier Bardem é o criador, o pai, o artista e o Deus.

A mãe no filme é representada como alguém que se esforça para manter a paz e a harmonia em sua casa, mesmo quando seu marido permite que estranhos entrem e causem destruição. Ela é uma figura maternal que se preocupa com a segurança e o bem-estar de seu filho, mesmo quando ele se comporta mal.

A mãe é uma personagem complexa, que experimenta uma ampla gama de emoções ao longo do filme. Ela sente alegria e amor, mas também medo, ansiedade e desespero à medida que sua vida se torna cada vez mais caótica e destrutiva. A mãe é uma personagem profundamente vulnerável, que luta para manter sua sanidade diante das adversidades que enfrenta.

Psicologicamente, a personagem da mãe pode ser interpretada como um arquétipo feminino da psicologia analítica de Carl Jung, que representa o princípio da maternidade, da proteção, do acolhimento e da nutrição. Ela é uma figura maternal idealizada, que se esforça para criar um ambiente seguro e harmonioso para sua família.

Por outro lado, a personagem do marido representa o princípio masculino da criatividade, da força e da autoridade. Ele é o criador, o artista, o Deus e o pai. Sua necessidade de ser adorado e de ter seguidores o leva a sacrificar a própria esposa, colocando em risco a segurança e o bem-estar da família.

Em resumo, a personagem da mãe em “Mother!” é uma figura maternal complexa e vulnerável que representa o princípio feminino da proteção, do acolhimento e da nutrição. Ela é uma personagem que luta para manter a sanidade e a segurança em um ambiente caótico e destrutivo, enquanto seu marido busca a adoração e o poder. A psicologia analítica de Carl Jung pode ser usada para interpretar as dinâmicas entre os personagens e os arquétipos que eles representam.

Onde assistir: Você encontra para alugar na Amazon Prime.

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Fome Animal (Nova Zelândia/1992)

Fome Animal (Dead Alive) é um filme de terror cômico dirigido por Peter Jackson que foi lançado em 1992. O filme conta a história de Lionel, um jovem que vive em uma casa com sua mãe controladora e possessiva. Quando sua mãe é mordida por um macaco-rato no zoológico, ela contrai uma doença que a transforma em um zumbi. A partir daí, a trama segue Lionel enquanto ele tenta controlar a situação e manter sua mãe zumbi sob controle enquanto a epidemia se espalha pela cidade.

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O filme é uma experiência única e bizarra que é ao mesmo tempo hilariante e nojenta. O humor é extremamente negro e a violência é gráfica e exagerada, chegando a níveis quase absurdos. No entanto, é nessa excentricidade que reside a força do filme. “Dead Alive” é um filme que não leva a si mesmo a sério e oferece ao público uma mistura de humor e horror que é difícil de encontrar em outras produções do gênero.

Peter Jackson é conhecido por seus efeitos especiais habilidosos e “Dead Alive” não é exceção. As cenas de gore são intensas e grotescas, mas são realizadas com um senso de humor que as torna mais palatáveis para o público. Além disso, a atuação é igualmente exagerada, mas isso se encaixa perfeitamente no tom do filme.

Apesar de ser um filme divertido e engraçado, “Dead Alive” pode não ser para todos. Aqueles que não são fãs de filmes de terror, ou que não conseguem suportar o sangue e o gore excessivo, podem achar difícil assistir ao filme. Além disso, algumas piadas podem ser consideradas ofensivas ou de mau gosto.

A mãe de Lionel no filme “Dead Alive” é uma personagem fascinante e complexa, que desempenha um papel fundamental na trama. Desde o início do filme, fica evidente que a mãe de Lionel é extremamente controladora e possessiva, chegando ao ponto de impedi-lo de ter qualquer tipo de relacionamento amoroso.

No entanto, após ser mordida pelo macaco-rato e se transformar em um zumbi, a mãe de Lionel se torna uma figura ainda mais assustadora e perigosa. Ela passa a ser uma ameaça não só para Lionel, mas também para todas as outras pessoas que entram em contato com ela.

O relacionamento entre Lionel e sua mãe é uma metáfora interessante para a relação entre pais e filhos. A mãe de Lionel é representada como uma figura opressora, que sufoca seu filho e não o deixa crescer e se desenvolver como indivíduo. Quando ela se transforma em zumbi, essa opressão é amplificada, já que ela literalmente tenta controlar Lionel por meio da força.

Além disso, a mãe de Lionel também simboliza a podridão e a decadência que estão presentes em todas as famílias. Ela é uma figura que esconde segredos e traumas do passado, e que representa uma espécie de maldição que paira sobre a família. Quando ela se transforma em zumbi, essa podridão se manifesta de forma física e assustadora, afetando todos ao seu redor.

Onde Assistir: Você encontra o filme completo no youtube.

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