#20 – De músico para músico – Comportamento – Tinha prazo e furou, e agora?
Aí tinha um cronograma, reuniões, tudo certinho e o que aconteceu? Furou tudo, deu tudo errado, estourou prazo e todos ficaram desmotivados….. o que fazer?
Óbvio que estamos falando de compromissos que não sejam festivais ou shows, afinal isso não tem atraso, é falta mesmo!
Agora, cronogramas são feitos com base em datas que desejamos ser reais, e infelizmente nem sempre são de fato reais.
O caso seria o seguinte: Banda se compromete em montar um novo material, as composições ainda não existem e a data foi estipulada. Não tem assessoria envolvida, apenas a responsabilidade da banda.
O procedimento pra isso dar certo não é de todo impossível, seja lá qual for a data de entrega.
- Cada um fazer sua parte;
- Chegar nos ensaios com material estudado;
- Saber ouvir os amiguinhos;
- Dedicar tempo para a banda;
- Blábláblá, o fato é dar errado, então chega de dicas pra dar certo (rsrs).
Então estourou o tempo e está todo mundo com cara de quem comeu jantar estragado ontem.
Vamos aos temas de correção:
- Identificar quem foi a âncora, quem atrasou mais;
- Ou identificar o que causou o atraso;
- Ninguém é mãe pra dar lição de moral, deixe isso na cabeça;
- Buscar maneiras de resolver o mais brevemente possível;
- Manter a cuca fresca.
O caso é sempre grave, qualquer quebra de acordo é grave mesmo que seja algo simples e sem contrato. A ideia é manter a palavra, a responsabilidade e o compromisso.
Se o fulano não teve como desprender tempo e compor, tire essa obrigação dele. Mas a conversa precisa ser clara e objetiva, sem rodeios.
O ciclano não conseguiu pois teve uma viagem/projeto/problema/B.O. no trabalho/família – Bom, aí o caso é individual e precisa ser recuperado. Se é caso atípico, o lance é correr e fazer tudo pra perder menos tempo na recuperação.
Em todo grupo de pessoas existe um âncora, seja em grande ou pequena escala. O bonito da coisa é ter alguém no grupo que consegue identificar essa pessoa e ajudar a corrigir essas falhas.
Nos tópicos anteriores mencionei “identificar” e “corrigir” como se fosse igual selecionar num arquivo e jogar fora num cesto de lixo! Naturalmente, é mais difícil localizar do que corrigir.
A banda depende de um integrante que seja mais proativo, mas isso serve para diversas situações de grupo, não só na música.
Um caso interessante é algum dos envolvidos, um pouco antes de o prazo furar, levantar a bandeira da correria e tentar minimizar o prejuízo do atraso. Isso pode acontecer um pouco mais facilmente do que a tal localização do problema.
Seguem detalhes para minimizar prejuízos:
- Composição – Tomar cuidado pra não sair entregando qualquer coisa, sem esmero, só por causa do prazo. Ter consciência.
- Gravação – Caso complexo, definição de horários, tudo bem chatinho. Negócio é marcar pra ONTEM e resolver. Cabe aos envolvidos terem estudado bem o material.
- Entrega de material ou dinheiro – Esse é o pior caso… Muito provavelmente tudo foi deixado na incumbência do fulano e ele deixou o prazo estourar… ou pior, a banda se comprometeu em pagar e não conseguiu juntar a grana. Esse caso demanda reestrutura e reorganização. Talvez até uma troca de responsabilidades.
Os processos de amenização:
- Informar aos envolvidos sobre o atraso, se possível até mesmo antes de ocorrer. (integrantes, outras bandas, selo, estúdio, etc);
- Já deixar pago algum prejuízo de terceiros que seu atraso pode vir a gerar;
- No caso de lançamento, o ideal é avisar nas redes sociais sobre o atraso, sem mentiras.
O ideal é ter compromisso, mas como falhou, não adianta chorar, tem que assumir o erro e bola pra frente.
Fazer acontecer é sempre complexo, mas com sinceridade, amizade, sendo gente boa, pensando no próximo… tudo tende a se abrir mais facilmente.
Até a próxima!