#19 – De músico para músico – Comportamento – Como elaborar teste para entrada de músico na banda?





Pois então pessoal, saiu integrante, ou você está montando a banda e precisa testar algum músico!


Parece simples convocar um ensaio, pedir pro fulano tirar os sons e bora tocar, mas, a gente sabe que não é assim que as coisas funcionam na vida real. Os cenários serão dois: Banda em andamento e banda iniciando.


Caso 1 – Banda em andamento, show marcados, com material gravado.


Essa situação é bem confortável pra banda, os músicos já tem entrosamento e as músicas já acontecem.


Sendo assim, o teste deve ter uma sequência de acontecimentos:


– Papo anterior sobre influências e marcar no estúdio escolhido,
– Apresentações;
– Papo leve, sempre dando espaço para o músico não se sentir intimidado;
– Aguardar o tempo do músico para iniciar, evitar barulho desnecessário;
– Assim que possível, passar as músicas, EVITAR ERROS;
– Não ficar tocando desenfreadamente seu instrumento para mostrar serviço;


Depois disso, o processo de avaliação deve consistir nos seguintes tópicos:


– O quão gente boa ou arrogante o avaliado se comportou;
– Velocidade em colocar o ensaio nos eixos;
– Precisão na execução das músicas;
– Se houve erros, o grau das desculpas apresentadas (faltou tempo, minha tia morreu, etc);
– Pós ensaio com entrosamento ou não;


Esses detalhes são ótimos para medir o futuro do integrante na banda.


Na hora de preparar o teste o que se deve pensar é:


– Horário do ensaio;
– Quantas músicas serão tocadas (o ideal seriam entre 3 e 5);
– Local do ensaio (se o fulano mora longe tem que pensar bem);
– Dificuldade das músicas (esse é um ponto delicado, tem que ver em as influências do fulano e escolher bem);


Cenário 2 – Banda nova, integrantes novos, sem material.


Geralmente nesse caso, o integrante que convidou o ou os futuros integrantes é quem fica mais desconfortável.


Os fatos devem ser os seguintes:


– Contato com clareza de informações (referências, proposta, cronograma aproximado, horários, locais);
– Evitar sonhar, ter precisão;
– Evitar pesar nas ideias da banda, ser rápido e eficiente, marcou esquece, não ficar cobrando;


Durante o ensaio as observações devem ser diferentes:


– Grau de entrosamento em primeiro lugar;
– Detalhamento para tirar as músicas (devem ser covers, afinal, as ideias surgirão a partir daí);
– Velocidade que as ideias de composição surgem;
– Interesse dos músicos;


Nesse formato, o avaliador poderá enxergar a situação com tranquilidade e assim tirar as conclusões sobre o teste.


A banda deverá soar de forma natural, como banda iniciante que de fato é


O teste deverá ser nos seguintes moldes:
– Definição de horário e local pelo anfitrião sem chance de troca;
– Seleção de músicas sem alteração, diferentes graus de dificuldade;
– A orquestração da banda deverá ser do anfitrião, e devem ser executadas em ordem variada;
– Pós ensaio com mini reunião e definições posteriores, nada de fechar as coisas com pressa;


Em ambas as situações o avaliador deve esperar para dar a decisão sobre o teste.


Nunca se deve cortar ou acatar de primeira assim, precisa pensar, estar com a cabeça fria, reviver a situação mentalmente e aí sim chegar numa decisão.


Quantos testes fazer? No mínimo 2, no máximo 5.


Nível musical conta muito, no mínimo 80%, porém jamais se deve deixar de lado a pessoa ser gente boa. Não adianta ser uma ótima pessoa e não suprir a necessidade da banda em ter um músico bom. E por outro lado, não adianta tocar muito e ser um chatão!


O ideal nem sempre é rápido. É isso, teste é complexo, leva tempo, é desgastante. Já que vai fazer, façamos direito, com qualidade e que os resultados sejam positivos.