A Copa do Mundo de 2018 chega a sua fase final. Dos quatro semi-finalistas, dois se encaminham para a disputa do honroso terceiro lugar, na busca de ao menos saírem da Rússia com uma última vitória e premiarem sua luta até tão perto da finalíssima, que será disputada pelas duas seleções que alcançaram os melhores resultados dentre das 32 participantes. Vinda do Grupo C, a Croácia eliminou a Dinamarca, Rússia e Inglaterra para enfrentar a França, que partiu do Grupo D e deixou Argentina, Uruguai e Bélgica para trás até chegar na grande final. Agora, as duas se confrontam na busca do título máximo do futebol, e nada melhor do que trazer hoje, na última edição de nossa coluna especial, as bandas que representam as campanhas dessas quatro seleções que chegaram entre as quatro melhores da Copa do Mundo.
DISPUTA DE 3º LUGAR

DISPUTA DE 3º LUGAR
BÉLGICA
A campanha da equipe belga foi empolgante, encheu olhos e ganhou muitas apostas, principalmente após eliminarem a seleção brasileira nas quartas-de-final. Mas todo o brilho sumiu na hora decisiva. A queda para a França na semi-final já era esperada, mas mesmo assim decepcionou a muitos. Tal qual isso é a banda Evil Invaders, que apresenta uma sonoridade que impressiona de cara, nos empolga, mas acaba não chegando a nenhuma novidade no final das contas: são novas faces, fazendo algo que cria uma expectativa de que algo novo irá acontecer, mas que no fim dá no mesmo de antes. No caso dos rapazes da região dos flandres, é um Speed Metal cheio de influências conhecidas aos nossos ouvidos, parece realmente uma sonoridade proveniente dos anos ’80 inclusive, tem uma grande qualidade aí e pode ganhar muitos seguidores, mas falta um algo a mais para explodir nossos ouvidos de verdade. Mas, é uma safra nova que está vindo, então vale acompanhar e torcer para que traga bons frutos.
INGLATERRA
Na fase de grupos pensei muito em o que trazer para representar a cultura britânica, mas resolvi investir no Black Sabbath, afinal, estamos falando de um país onde o Heavy Metal, praticamente criado por esses caras, faz parte da história do país. E além de ser a nação berço das primeiras bandas de Metal, a Inglaterra também é a casa do futebol, onde tudo começou pra valer. Mas mesmo assim, as glórias para a seleção inglesa pararam no tempo, se contendo a apenas um título mundial, lá em 1966 (pra ter ideia, o próprio Black Sabbath sequer existia ainda). E assim como todas as gerações da seleção dos Three Lions que vieram após, a atual, jovem e ganhando confiança após cada passo dado, chegou no mesmo ponto das anteriores: fora da final. Ou seja, nada melhor que uma banda que fez escola com a band de Tony Iommi e cia. Electric Wizard é uma banda jovem, com um Stoner Metal muito bem definido, inclusive surpreende por ser tão fiel a sua referência principal. Aliás, a sonoridade é bastante trippy, mas Black Sabbath é trippier (referências jogadas ao vento). Assim como a seleção inglesa, é um grupo que vale a pena ficar de olho, na expectativa de alcançar grandes feitos futuramente.
FINALISTAS
FRANÇA
O futebol mais talentoso foi recompensado. A fase de grupos pode ser sido no modo econômico, mas na hora do “vamos ver” a seleção da França mostrou um futebol rico, envolvente, objetivo e bonito. E se a jovem equipe francesa encantou o mundo até aqui, na música um outro grupo também se destaca por sua qualidade técnica e resultados promissores. Gojira é disparada a maior referência francesa no Metal, e chegou a esse posto por conta de seus músicos habilidosos e músicas pesadas e impressionantes, e enchem os ouvidos assim como a equipe de Griezmann e Mbappé enchem os olhos de quem assiste as partidas da seleção nessa Copa. E como a França estava carente de seleções vitoriosas a anos, também tinha um vazio quanto a bandas que pudessem representar bem o país, e aparentemente ambos os problemas estão resolvidos agora… ou ao menos Gojira já é uma certeza.
CROÁCIA
Não houve surpresa maior do que quando o apito final soou na capital russa ao final da partida entre Croácia e Inglaterra. Pela primeira vez na história, o país eslavo está numa final de Copa do Mundo. Isso por si só já é histórico, mas a campanha dos croatas é de se tirar o chapéu. 100% na fase de Grupos (com uma vitória dominante contra a Argentina), a seleção comandada por Luka Modric foi a mais determinada e competitiva nas fases eliminatórias, já que levou as três partidas para as prorrogações, mas apenas contra a Inglaterra não precisou da estrela do goleiro Subasic brilhando nos pênaltis, pois resolveu a partida dentro do tempo extra. Se a campanha eslava surpreendeu o mundo, prepara-se para Animal Drive. Eu fiquei impactado com a sonzeira dessa banda croata. Essa mistura do tradicional Hard Rock e Heavy Metal de forma visceral e contemporânea é o retrato dessa geração atual do futebol da Croácia. Apresenta um futebol aguerrido, sem grandes inovações, mas bem aplicado, compromissado com o resultado final e com a grande conquista que está logo ali na frente. Na música, Animal Drive não é uma inovação estonteante, mas uma releitura daquilo que já conhecemos, uma nova apresentação daquilo que amamos, com autenticidade atual. Aliás, tenho destacar que me rendo ao timbre de voz do vocalista Dino Jelusic. Posso dizer que é Luka Modric desse grupo, elevando o nível daquilo que já é bom para outro patamar, transformando Animal Drive numa banda com potencial enorme para alçar vôos altos.
Independente dos resultados que serão escritos nos dias 14 e 15 de julho, a Copa do Mundo de 2018 foi um presente aos fãs de futebol, e para mim, uma motivação para conhecer novas bandas e enxergar como cada nação vive o Metal. Alguns são mais inclinados para um determinado gênero, outros sequer possuem tanto contato com o estilo. Enfim, a internet possibilita que conheçamos quase todas as bandas do mundo se realmente quisermos, e uma coisa posso afirmar após tudo isso: o Metal está muito vivo ainda.