Após um Agosto Negro(festival) abaixo do esperado por questões de baixos ingressos vendidos, todo o público fiel dos eventos do Agosto Negro Produções temiam o pior, que este seria o último evento investido pela produtora, para falar a verdade, pelo Danniel Bala, o cabeça e coração da produtora. Para a feliz surpresa de todas, Bala não anunciou um novo festival, anunciou os dois próximos festivais do Agosto Negro Produções, o primeiro Domingueira Rock ‘n Roll no galpão aonde acontecia o Festival Agosto Negro, no último domingo 11 de Setembro e o próximo Laguna Metal Fest, marcado para 19 de Novembro.



Um pouco diferente do que já apresentado, o Domingueira Rock ‘n Roll é um evento destinado a passar um domingo com a família e amigos, com um carreteiro delicioso para quem chegasse ao meio dia e com inicio das bandas as 14h, que contaria com sete bandas de derivados estilos, porém com um único objetivo, resgatar a animação de Danniel Bala em cima dos eventos, por que esse cara é muito corajoso SIM!

O público apareceu, mesmo acanhado nas primeiras bandas pelo fato da barriga cheia, o evento foi muito caloroso, infelizmente perdi a primeira apresentação e convidamos o baterista da Mary’s Secret Box para resenhar a primeira banda, e o baterista já conhecido pelo público por passagens por Aljava e entre outras, João Gabriel Kuntze, para falar sobre a última apresentação do evento.

Equinox – Hard Rock / Rock – Tubarão/SC

A banda começou seu show pontualmente na hora marcada e inaugurou o palco dessa primeira Domingueira realizada pela Agosto Negro Produções. O quarteto já de início mostrou para o que veio mandando um puta clássico do Led Zeppelin “Immigrant Song” e dai em diante foram clássicos atrás de clássicos, como AC/DC, Guns and Roses, The Who e muito mais. Realmente foi um setlist impecável para fazer o publico que ainda estava de barriga um pouco cheia do carreteiro free que tinha rolado logo menos, terem levantado e começado a bater cabeça curtindo as boas músicas. Mas uma coisa que senti falta na banda foi sons próprios, pois com todas essas baitas influências de seus musicos, acho que poderiam sair coisas muito boas. – Leandro Silveira.

Welcome John – Rock Alternativo – Imbituba/SC


Welcome John fez mais uma vez uma boa apresentação, a banda selecionou a dedo os covers que seriam executados em seus shows, porém, estes covers foram ofuscados pelas boas músicas autorais, “Jogo” é o hit da banda Imbitubense e mais uma vez a galera se divertir ouvindo está boa música. Sobre os covers, me chamou a atenção ao executarem bandas como Royal Blood, que é uma banda que muitos músicos estão optando por tocar, destaque para a execução da música Out Of The Black, para o baterista Vinicios Ferreira, o bom músico canhoto.

+ D40 – Rock n’ Roll – Laguna/SC


O nome já resume quem são os caras, a banda formada por um quinteto experiente e que trás a raridade de músicas com um membro tecladista, o que aumenta e muito as opções de músicas com teclado. E o grupo lagunense não deixa barato, trouxeram clássicos do Rock e em algumas músicas optaram por criar versões e não tocar igual as originais. Tenho a curiosidade de saber como seria as composições próprias deles, acho que poderiam investir pelo menos em um single para sabermos como seria a roupagem da banda compondo, que é aonde um músico transparece sua alma em uma arte própria. Como sou baterista, gostei muito da performance do Jorge Eduardo, que além de ser um ótimo músico individualmente, também da o suporte e peso necessário para o restante dos músicos, deixando-os livres e tranquilos para fazerem sua parte.

Hellio Costa – Hardcore – Laguna/SC


A única coisa que a região estava carente era de um Hardcore pesado, nu e cru. Formada por membros da Su.c.k, V8 Corporation e Diemordinate, a banda honra com muito mérito uma de suas maiores influências, o Hatebreed. Uma das coisas que mais me chamou atenção no show, foi o que eu já tinha em mente, a Hellio Costa recrutou o melhor vocalista de Hardcore das redondezas, Frank Rodriguez, ex-Acooholic Trendkill, dono de uma voz furiosa e ensurdecedora, fora a energia absurda depositada em palco, acompanhado dos backing vocals mais pesados ainda, do guitarrista, Renato Lopes. Em um contexto geral, as músicas autorais da banda são muito boas e muitas pessoas aguardam ansiosamente o CD ou EP da banda, que tenho certeza que virá.

Mary’s Secret Box – Grunge / Stoner Rock – Imbituba/SC


E eu que pensei que já tinha visto tudo o que a MSB (como carinhosamente é chamada) poderia apresentar, mais uma vez me surpreendeu. A banda acabou de lançar seu novo álbum, desta vez totalmente em linguá pátria. A banda encerrou diversas de suas músicas com algumas jam’s mais pesadas, o que fez o público ir ao delírio. A qualidade da banda é inegável, o que é impressionante é a forma como se preparam de um show para o outro, mais uma vez os vocais do Rafael Freitas arrepiaram e os acordes da guitarra estão cada vez mais limpos e viajantes. Apesar do Mario Silveira já ser um baixista experiente e rodado, a cada show que se apresenta, demonstra mais evolução e desenvolvimento, já sobre o baterista Leandro Silveira, sou suspeito em falar, sou fã de carteirinha. Poucos tem uma pegada tão forte na bateria e ao mesmo tempo, tão simples e impactante, não tenho dúvidas que a Don Capone teve ele como o primeiro nome para assumir as baquetas da banda também. Mary’s é um Power Trio pesado e ousado, brilhante e impactante, musicalmente falando, é extraordinário. Não é atoa que mereciam o prêmio de Música Autoral Imbitubense, são gênios pela forma como compõem. 




Red Wine – Rock – Laguna/SC


O que já era bom como instrumental, ficou ainda melhor com um frontman como Leoberto Bittencourt. Mesmo tendo uma voz calma ao conversar, tem uma voz poderosa ao cantar. Leoberto chama o público, pede palmas, pede para o público cantar junto e a banda não deixa por menos, clássicos de Iron Maiden e ZZ Top por exemplo, são algo fácil de executar para estes excelentes músicos. O que chama a atenção são os covers de Rival Sons, por enquanto, é a única banda da região que vi optando por tocar músicas deste novo fenômeno do Rock ‘n Roll mundial. Não vou criticar o fato de não comporem suas próprias músicas, mesmo que eu saiba que eles tem capacidade para isso e sim pelo fato que ao conversar com eles, o baixista Tchacka afirmou que são uma banda de amigos de anos e que o intuito da banda sempre foi se unirem, tomar umas e fazer Rock ‘n Roll. “As vezes ficamos semanas sem se ver e do nada um liga para o outro, vamos tocar?” e foi com essas palavras que Tchacka encerrou seus argumentos do fato de não comporem, mesmo assim, a banda é muito bem vista, admirada e respeitada por todos. A energia no palco é empolgante, impossível não se arrepiar e não gritar “Mais um” ao final do show.



Diemordinate – Heavy Metal – Laguna/SC


Fechando o festival, a banda lagunenese de Prog/new/alternative metal Diemordinate subiu ao palco apresentando um set-list inteiramente composto por músicas próprias, entre elas as do EP Fight for Freedom e o restante inéditas do vindouro álbum da banda, cuja data de lançamento, segundo informações cedidas pelos integrantes da banda será aproximadamente entre Novembro e Dezembro deste ano (2016). A apresentação da banda foi um verdadeiro show de técnica, peso e “feeling”, tudo muito bem dosado, com musicas que iam de riffs pesados à marcantes, sempre acompanhadas de vocais melódicos e solos de guitarra de tirar o fôlego, até instrumentais mais suaves e progressivos, com direito a passagens pelo Samba e outros estilos musicais. O show certamente apresenta uma banda cada vez mais madura e preparada para fazer frente a qualquer banda nacional e até internacional do segmento. – João Gabriel Kuntze




Com isso, só nos resta aguardar o Laguna Metal Fest!
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.