Inicialmente projetado para acontecer em 2023 na cidade de Joinville/SC, o Necrocamping produzido pela Necrovoid Productions ganhou nova data e novo local: O Clube Chácara Perequê na cidade vizinha, Balneário Barra do Sul, foi o local escolhido para abrigar este que promete ser um evento que vai entrar para o calendário dos headbangers como mais uma opção dos festivais de acampamento do estado.
A Necrovoid Productions vem se destacando na cena Underground devido à quantidade e qualidade dos eventos que vem produzindo, inclusive com nomes internacionais, como Nightfall (Grécia), Introtyl (México) e Enthroned (Bélgica).
Em 3 dias de festival, a estrutura contou com espaço para acampamento, serviço de bar e apresentou um lineup de 38 bandas dois mais variados subgêneros do metal, incluindo Punk, Hardcore, Heavy Metal, Death, Thrash, Black, Stoner, Deathcore, Nu, Power, Symphonic, entre outros.
Mas chega de papo, vamos às bandas que se apresentaram na sexta feira.
Psycho Decadence
A banda de Deathcore de Estreito/RS foi escalada com a responsabilidade de dar início ao baile. De cara, uma das coisas que podemos perceber é que, indubitavelmente, os breakdowns são uma característica marcante, na banda que sabe conduzir o fluxo da música como um todo, equilibrando muito bem a técnica e o feeling. Riffs bem delineados, e passagens que parecem que foram construídas minuciosamente, pensando em cada movimento dos pescoços do público batendo cabeça.
Não costumo, e nem gosto muito de fazer comparações, pois cada banda é única e tem um universo inteiro por trás de suas características. Mas senti como se tivéssemos a versão brasileira de Slaughter to Prevail, uma banda russa do mesmo estilo, que também tem ganhado notoriedade pela qualidade e técnica de suas apresentações.
Nota: Depois de já ter escrito esta resenha, vi que a internet inteira compartilha dessa opinião. Mas então, minha percepção não está errada, não é mesmo?
E foi com essa pedrada na orelha que os headbangers deram largada no Necrocamping’24.
Por: Sidney Oss Emer
Shadowings
Originária da cidade vizinha do local do Necrocamping, Joinville/SC, hora de uma velha conhecida dos headbangers apresentar o Power Metal, que desde 2023 conta com uma nova roupagem, por assim dizer. Para quem acompanha a banda a algum tempo, pode ver as músicas por uma nova ótica, através dos vocais da Carol Farias (Ninah), que sucede o anterior vocalista (e um dos um dos anfitriões dessa festa, Bruce Baiochi).
A banda mantém a sua essência, mas claro, agora com a identidade de Ninah, explorando novas áreas do seu som. A setlist iniciou com os seus singles mais recentes In the Heart of the Fiddle e Shadowings, mas também contou com clássicas como An Eye in the Storm e Machine Control, além de covers de Ozzy: Mr. Crowley e Over The Mountain.
Por: Sidney Oss Emer
Profana
Seguindo a linha do Heavy metal tradicional e mantendo a pegada dos anos 80, a banda Profana, de Rio Negrinho, nos traz uma proposta com riffs e composições completamente autorais.
Os músicos Tiago Bublitz guitarrista, Peter Fragoso na guitarra e Alex Rodrigues na bateria, Jeverson de Lima – (baixista e vocalista da banda), entram em cena para mandar seu som dando um show no repertório com muita pancadaria, reunindo o público frente ao palco e colocando-os para se quebrar.
Por: Karla Sweden
Beyond The Grave
Durante a passagem de som já pudemos sentir parte da estrutura tremer com o os testes de guitarra e bateria que nos mostram um pouco do que estava por vir. E sim, o Thrash Metal de mais uma banda clássica da cena. Beyond the Grave, formada em 1999, nos traz um Thrash Metal ríspido com boas doses de violência e terror, que renderam moshs brabos, bater de cabeças cadenciado dos bangers, e os olhares das pessoas que ficam nas bordas, mas não interagem, mostrou que a coisa estava começando a ficar séria, devido ao ligeiro afastamento e aumento de cautela com o iminente arremesso de corpos.
Com letras que abordam temas desde guerras, brutalidade, repressão, até extremismo político e religioso, destaques para faixas como Obsessive Tyrant, Inquisition, Conflict Zone e The Silence of the Defeat.
Por: Sidney Oss Emer
Podridão
Após a mais rápida troca de palco do evento, Podridão se posiciona, aproveitando a presença de Rafael Padro (baterista da Beyond the Grave) e Ivi Kardec, vocal e baixo da Beyond the Grave, que agora assume a guitarra, na companhia Junior de Andrade no baixo e vocal, para nos trazer aquele Death Metal Old School (e lixento, segundo palavras do próprio Ivi), do jeito que a gente gosta: rápido, direto, pesado e brutal.
Sei que está sendo repetitivo falar que serão 3 dias de metal, mas se continuar nesse ritmo, serão poucos os que sobreviverão para contar a história completa até domingo, pois as músicas são incessantes, onde dificilmente não se via um mosh diante do palco, onde o público pode apreciar um bom apanhado da discografia da banda, incluindo até faixas do mais recente trabalho lançado este ano, o split Convulsively Rotteness.
Por: Sidney Oss Emer
Atlantis
Sabe quando você ouve aquele Heavy Metal tradicional, que imediatamente desperta o desejo de abrir uma cerveja e pular no meio da galera? Foi mais ou menos assim que começou o show da Atlantis, que executou uma apresentação autêntica e cativou o público logo nos primeiros acordes, devido à presença de palco do trio composto por Fellipe no baixo, Tino nos vocais e guitarra e Walter na bateria.
A setlist foi uma viagem pelos clássicos até as mais recentes, incluindo novas canções de seu segundo full com previsão para lançamento ainda este ano. A banda conseguiu criar uma atmosfera envolvente, e manteve a energia do público acesa, pois estavam somente no começo de um longo fim de semana de muito metal.
Por: Sidney Oss Emer
Syn TZ
Formada no ano 2012 em Balneário Camboriú, SC. A banda brasileira de Heavy Metal, é integrada por músicos muito experientes da cena metal local tais como Giuliano J. Schmidt (nano) vocalista, Edu Beeck no baixo, Gabriel Hahn na guitarra, e o João Vormehlen na bateria. Desde o início a intenção da banda era escrever sua própria música buscando um som com personalidade heavy metal puro, sem preocupação de se encaixar em rótulos.
SYN TZ surge pronta para fazer a plateia pular e agitar, todos estão dando o máximo para a evolução da banda. Sempre deixando claro que as ambições são maiores do que ser apenas “mais um” no cenário nacional. A entrega é forte e precisa, e os vocais de Giuliano Schimdt, potentes, rasgados, são perfeitos para o estilo. Músicos de alto nível.
Por: Karla Sweden
Cujo
Seguindo a pancadaria, a banda Cujo sobe ao palco para nos oferecer boas doses de Death Metal grosseiro e direto, e que foi altamente apreciado pelo público que (em sua maioria), mesmo após uma cansativa sexta feira de trabalho, encontrou energias para aguentar firme até as últimas rodas que a banda proporcionou no adentrar da madrugada.
Na correria diária, acaba passando despercebido por muitos, que o nome “O SubSolo” é uma tradução literal do inglês para “Underground”. E este nome foi escolhido a dedo para representar o portal do Underground no Brasil. Digo isso, porque valorizamos muito a nacionalidade, e sempre que possível, enaltecemos bandas que se orgulham das suas raízes.
E a banda Cujo, é um exemplo disto, pois carrega este orgulho, principalmente agora, em sua “nova roupagem”, com letras em português, pesadas críticas sociais sobre injustiças da realidade brasileira como é o caso dos mais recentes trabalhos Paralelo 11 e Manicômio. A banda também executou clássicos como Five Torments of Death, Eternal, além de The Lying Art, Consumed e Morbid Pleasures.
Por: Sidney Oss Emer
Magnólia
Após algumas mudanças no lineup do primeiro do dia do Necrocamping, a banda Magnólia, composta por Joana Moser (vocal), Leandro Eidt (guitarra), Bill Schepers (baixo), William Schepers (bateria), teve o dever de encerrar a programação com o melhor do cover de Nightwish, trazendo ao público um verdadeiro repertório de clássicos da banda finlandesa e de outras grandes bandas como Epica, Avantasia e Stratovarius.
A banda de Blumenau/SC iniciou a sua apresentação com a música Dark Chest of Wonders e engatou outros grandes hits do Nightwish como: Storytime, Ever Dream, Nemo, e Wish I Had an Angel. E as faixas Storm the Sorrow e Never Enough do Epica, Lost in Space do Avantasia e Eagleheart do Stratovarius.
Consolidada na cena local de Santa Catarina, a banda de se prepara para o lançamento do seu primeiro disco autoral, a gravação está prevista para o segundo semestre de 2024, contendo entre 11 e 12 faixas que irão explorar sobre temas como: Universo dos sonhos e da vida, experiências sobre a vida pós morte.
Você pode apoiá-los na construção desse material através da vakinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/album-magnolia.
Por: Gustavo Martin
E assim finaliza a primeira noite deste fest que, na largada já trouxe grandes nomes do Underground. Resta agora descansar e repor as energias.
Fiquem ligados, pois logo postaremos respectivamente a segunda parte e terceira parte da cobertura referentes a sábado e domingo.
