Neste último final de semana, fomos convidados a cobrir o Garage Rock Festival que felizmente chega a sua terceira edição. Vale lembra que foi nesse mesmo evento onde começamos a nossa jornada em cobrir shows e festivais, sendo assim, agradecemos imensamente ao organizador David Miranda por desde o começo ter dado espaço para a gente, mesmo sendo considerada uma mídia ainda pequena, fomos valorizados desde o principio.
Como todo festival, evento, show e etc, teve seus altos e baixos, mas comparando com a segunda edição do evento, que foi abaixo do esperado, esta terceira edição foi sem dúvidas superior a anterior, principalmente pelo quesito horário, que foi cumprido rigorosamente na risca, e assim, as bandas terminaram suas apresentações conforme o horário estabelecido. Essa “função” de horário pode parecer um minimo detalhe, porém conta muito em questão de organização e para o público que aguardava ansiosamente o cronograma divulgado antes do evento.
Algumas coisas durante o festival me incomodaram, principalmente as atitudes de algumas bandas, pelo simples fato de não apoiar o evento e sim SE APOIAR NO EVENTO. Melhor explicando, é o caso das bandas que comparecem, tocam e vão embora. Muitas bandas que estavam presente reclamaram do baixo público, mas do que adianta reclamar do baixo público, se as mesmas não se tornam público umas das outras? Um bom exemplo do festival foi a banda Cherry Ramona, vindo da cidade de Criciúma até Garopaba, acompanharam da primeira banda até a última banda. Da cidade do evento, tivemos a Eletromotriz, que estava presente desde o inicio também e outras bandas assim fizeram também, até o fim do show da lendária Chute no Formigueiro, momento qual tínhamos integrantes de, no máximo, quatro bandas de um evento que contava com mais de dez, sendo que se tirar por base que cada banda tem em média quatro membros, poderíamos ter um público de no mínimo sessenta pessoas contando com acompanhantes. Fica difícil as vezes acreditar na “união underground” sendo que muitas bandas pedem apoio em redes sociais, mas não fazem esforços para apoiarem outras bandas, isto é lamentável.
Outro assunto que incomodou foi a aparelhagem escolhida para o evento, mas até privo de culpa o organizador, David Miranda, mas acredito que o dono da aparelhagem deveria saber usar o seu equipamento melhor, pois caso alguns músicos que ali se faziam presentes, como posso citar o baixista Ricardo Rosa e o guitarrista Bruno Ávila (este nem tocando no evento estava), não tivessem tomado conta das regulagens da mesa de som, teríamos algumas apresentações abaixo do nível das bandas que já conhecíamos a capacidade de um espetáculo. Acredito que diminuir a quantidade das bandas e contratar uma sonorização um pouco melhor seria uma solução.
Outro assunto que incomodou foi a aparelhagem escolhida para o evento, mas até privo de culpa o organizador, David Miranda, mas acredito que o dono da aparelhagem deveria saber usar o seu equipamento melhor, pois caso alguns músicos que ali se faziam presentes, como posso citar o baixista Ricardo Rosa e o guitarrista Bruno Ávila (este nem tocando no evento estava), não tivessem tomado conta das regulagens da mesa de som, teríamos algumas apresentações abaixo do nível das bandas que já conhecíamos a capacidade de um espetáculo. Acredito que diminuir a quantidade das bandas e contratar uma sonorização um pouco melhor seria uma solução.
Mas chega de criticas, vamos falar sobre elogios. Primeiramente, parabéns ao David Miranda que em tempos de crise em nosso país ainda luta para fazer um bom evento que contou com boas bandas autorais e uma ótima banda tributo de Ramones. O chopp desta vez foi muitíssimo bem escolhido e tivemos diversas opções de alimentação no local, fora os stands de roupas e acessórios. Sobre o local, digo que acertou em cheio ao voltar a fazer no Campinense Esporte Clube, que é lugar amplo e com uma ótima estrutura, algo que melhorou e muito comparado a segunda edição.
Mais uma vez, parabéns a A Hora Hard, que desta vez estava representada por Daniel Russo (como sempre) e Eduardo Valcanaia (vocalista da Turn Off), que estiveram desde o começo apoiando e incentivando as bandas, estamos ansiosos pelo vídeo da cobertura do evento.
Já os shows, podemos notar o empenho das bandas desde ensaios até a apresentação final, pois contamos com todas as bandas muito bem preparadas e com setlist’s consistentes, o que tornaram o evento um espetáculo. A primeira banda autoral a subir ao palco foi Os Almas, um trio de Classic Rock que reside na Praia do Rosa, um paraíso localizado entre Imbituba e Garopaba, sendo figura constante na cena das duas cidades, sempre carregando suas boas músicas autorais. Logo após subiram ao palco o Rock ‘n Roll divertido dos criciumenses da Cherry Ramona, que desta vez teve todos os integrantes utilizando saia… sim, isso mesmo: saias! O ótimo humor do grupo arrancou boas risadas e, somado ao som empolgante motivou boas rodas punks e alegria a todos que estavam presentes. Depois foi a vez da boa banda de Punk Rock Panaceia, de Jaraguá do Sul tomar o palco. A banda, que participou recentemente do Estúdio ShowLivre e anunciou que estava em estúdio gravando seu novo álbum, foi a primeira banda a arrancar pedidos de “mais uma”. Enfim foi a vez de Machine Girls acalmar o público, com um som mais ‘light’. O que todos esperavam era um bom Indie Rock, mas o que se viu foi uma nova roupagem da banda após a troca de baterista, considerando o novo estilo da banda como Surf Music. Com uma certa bagagem na sua curta carreira de três anos, foi a vez de Doctor Jimmy subir ao palco, com uma boa introdução que logo encantou o público presente, já que a banda alternou entre covers de clássicos do Rock ‘n Roll e canções próprias, que estarão presentes no vindouro álbum da banda, chamado “Cotidiano”.
Quem São Esses Caras? Quem são, alguém sabe? Quem São Esses Caras é uma banda natural de Laguna, que contém a mesma formação a quase trinta anos e isso é algo extraordinário para os dias de hoje. A banda executou fielmente bons clássicos do Rock, e mesmo não sendo autoral, não poderia deixar de citar o bom show que fizeram. Dando continuidade no evento e no peso que o mesmo se encontrava, subiram ao palco Texas Funeral, que vem se firmando sem o “Blues” no nome. A novidade foi algo que me surpreendeu e de certa forma me motivou a ver os caras tocarem novamente. Outra novidade foi Mauro Gonçalves, que voltou a assumir o posto de baterista da banda, algo que trouxe de volta a essência da Texas, tornando o show muito pesado, alternando entre bons riffs e o peso da bateria que sentia falta, ou seja, a essência do Texas voltou com a volta do Mauro, resultando em um ótimo show diga-se de passagem. Chegou a hora da aula de como compor músicas: Eletromotriz, que estava ansiosa para subir ao palco e abrir o show da lendária Chute no Formigueiro. O guitarrista Duds, como sempre, estava afiado, Quira estava com a cozinha pegando fogo, enquanto Sid e Misa transbordavam energia. O habitual carisma e simpatia em meio a um Soulthern Metal pesado é de impressionar, e melhor ainda: cantando em Português, porque sim, Heavy Metal pode ser cantando em Português, algo que a Eletromotriz faz com maestria e desta vez, tocando em casa.
A última banda enfim subiu ao palco, tratava-se da lendária Chute no Formigueiro, o melhor tributo de Ramones de Santa Catarina, voltou das profundezas dos anos 80’s e trouxe com eles o guitarrista Edir Miranda da Fishmen, Sidinei da Eletromotriz na bateria e Ricardo Rosa do Quem São Esses Caras no baixo, e claro, o frontman mais respeitado da região sul, Gene Rocker, que estava de volta aos palcos. Muitos dos presentes se sentiram nos anos de ouro do Punk Rock, muitos voltaram a ser adolescente e logo de cara as rodas punks e as brincadeiras em meio ao público começaram a surgir. Infelizmente o espetáculo foi interrompido por um problema técnico, que deixou aquele gostinho de quero mais em todos. Geralmente não damos destaque a bandas que tocam covers, mas uma banda executando fielmente uma banda que incentivou a milhares de pessoas em décadas passadas, merecem respeito. Chute no Formigueiro é uma banda extraordinária.
De qualquer forma, todos os eventos tem seus pontos positivos e negativos, e dessa vez o Garage Rock conseguiu se sobressair aos erros da segunda edição e foi bem consistente, muito bem organizado e planejado. Talvez o público não tenha ajudado e algumas bandas como citei no começo da matéria, não valorizaram umas as outras, mas quem ficou até o final são as pessoas que podem estufar o peito e reclamar do cenário deste gênero musical que move vidas e nos incentivou a ter um estilo de vida que é o Rock ‘n Roll. Desde já, aguardamos a quarta edição.