Finalizando a cobertura especial do SC Metal Fest feita pel’O SubSolo, encerramos nossos trabalhos com a resenha geral do festival. Agradecemos de antemão à organização do evento, em especial à Nani Poluceno e ao Cleberson Oliveira, grandes parceiros do nosso portal, que sempre nos recepcionam extremamente bem em seus eventos, fica aqui o nosso MUITO OBRIGADO!

Chegando ao Parque Cambará, ainda com poucos bangers, percebemos que toda a estrutura do festival era do mesmo nível do Otacílio Rock Festival (festival renomado de Santa Catarina organizado pela mesma produção). O parque em si estava todo disponível para o público acampar, os banheiros limpos e com boas condições de uso. 

No SC Metal Fest foi utilizado a estrutura do galpão – que não vem mais sendo utilizado pelo OTA – o que facilita a organização. O som utilizado também era de excelente qualidade, nos mesmos moldes do OTA. 

Com poucas pessoas no parque, Legado Frontal iniciou os trabalhos do festival, e mesmo com um público discreto, entregou uma apresentação bem enérgica, tocando suas músicas mais conhecidas, além do clássico cover de Raimundos – Eu quero ver o oco – e um cover de BFMV. Show coeso e firme pra abrir o festival em grande estilo.

Em seguida, foi a vez de mais uma banda de Otacílio Costa subir ao palco. ATHO já havia se apresentado no Otacílio Rock Fest deste ano, e o carisma deles fez com que garantissem vaga no Cast do SC Metal Fest. Tocaram alguns clássicos do Heavy Metal e Hard Rock oitentista e noventista como Guns, Orquídea Negra, entre outros. Destaque para alguns sons próprios como Inconsequent Life.
Atlantis, de Jaraguá do Sul, subiu ao palco pra mostrar seu puro Heavy Metal. Com bastante influência de NWOBHM, principalmente Iron Maiden da década de 80, tocaram várias músicas de toda a trajetória da banda. Destaque para Lost In Time, Single novo da banda e para o crescimento da banda desde que eu os vi em 2015. Um ótimo show.

Entre Atlantis e AlkanzA, tivemos o prazer de conhecer o trabalho feito pela Organização Amigos dos Animais, de Otacílio Costa. O pessoal estava pelo parque com alguns cães que foram resgatados das ruas e salvos pela ONG. A ideia, segundo Nelson Meyer, presidente da Organização, é mostrar aos headbangers pra onde vai o quilo de ração que eles doam para receberem a meia entrada. Nelson inclusive disse que ficou surpreso com a grande recepção e o bom tratamento dado pelo público com os animaizinhos que estavam passeando pelo parque. Segundo ele, havia aquele preconceito típico com headbangers, mas comparecendo ao evento percebeu que era exatamente o contrário, e saiu de lá muito feliz com a ajuda e receptividade do pessoal.

Quando os headbangers começavam a chegar no Parque Cambará, foi a vez de AlkanzA mostrar seu valor. Com sangue nos olhos, o power trio divulgava seu novo álbum, “O céu da boca do Inferno”, além de tocar suas músicas dos outros álbuns, sempre com riffs cheios de groove e uma ótima presença de palco. Esse foi o último show de André Guterro como guitarrista da banda. Eles contaram um pouco sobre isso e sobre o álbum novo em entrevista ao blog que pode ser conferida AQUI.

Logo após, foi a vez da AbomiNação mostrar aos bangers de Otacílio o seu trabalho. Pela segunda vez na cidade – a primeira apresentação havia sido no OTA – a banda mostrou uma apresentação muito mais madura e com diversas músicas novas. Tiveram grande aceitação do público, que pediu mais músicas após o término do curto set list. Show com muito vigor. Destaque para as músicas País de Tolos, Eu Declaro Guerra, Célebres Bandeiras e Música Decrescente, esta última um grind puro que rendeu o mais curto mosh pit do festival.

Já com mais pessoas no festival, foi a vez de Violent Curse colocar os bangers na roda com o puro Thrash Metal satânico. Alguns destaques da apresentação foram os sons autorais como Orgias Bestiais, Ritual Maldito, com letras em português, além do cover de War Ensemble (Slayer) e da clássica banda brasileira Vulcano – Guerreiros de Satã.  A banda, apesar de relativamente nova, já possui uma boa bagagem, tendo se apresentado em diversos festivais pelo estado.

As primeiras horas da noite começaram com a potência do Battalion. A banda, que é uma das maiores do estado, fez um show com seus maiores clássicos como Battalions of Metal, Forged by Iron and Fire somados à Kill or Die, som que estará no próximo álbum da banda. A apresentação foi uma aula de Heavy Metal, que mostrou ao público o valor da banda e por que ela é uma das mais relevantes do cenário catarinense. Destaque também pro discurso dado pelo vocalista e baixista Marcelo Fagundes, defendendo e levantando a bandeira do puro metal, falando sobre a importância da resistência headbanger, e ainda falando sobre as pessoas que mantem o metal vivo, sem frescuras, comparecendo aos eventos e mantendo o metal ativo. Show como sempre pra ser lembrado como um dos maiores/melhores do fest.


Dando continuidade na destruição do parque Cambará, Screams Of Hate veio com uma apresentação grandiosa. A banda paulista brindou o público com um Death/Thrash Metal com algumas pegadas groove, que foi direto nos ouvidos dos headbangers. O set conteve algumas músicas mais conhecidas do EP Corrupted, bem como a divulgação do mais recente álbum, “Neorganic”. Baita show de uma banda que deve pintar mais vezes aqui no estado.

Na sequência, foi a vez de uma das headliners do evento se apresentar ao público catarinense. Fire Strike mostrou grande poder e carisma tocando um Heavy Metal que bebe muito da fonte dos clássicos da NWOBHM. A banda tratou de divulgar seu mais novo álbum, Slaves of Fate, tendo tocado entre outras a faixa título do CD, além de Losing Control, que parecia um balada mas surpreendeu com um som bem pesado. Dois destaques que merecem ser frisados são as excelentes dobras de guitarra e o poderoso vocal de Aline, que ditou o ritmo do show para o público. Grande show da banda que se apresentava pela primeira vez em SC. Esperamos que o retorno não demore! Nós conversamos um pouco com o pessoal da banda, que nos contaram um pouco mais sobre a banda e o álbum novo AQUI.

Continuando a representatividade feminina nas bandas do fest, com a baterista Juliana, Crucifixion BR veio de Rio Grande/RS e mostrou um Black/Death Metal de extrema qualidade. Os maiores destaques foram Dead Generations, a faixa título do álbum Destroying the Fucking Disciples of Christ e Soul’s Rupture. O vocalista Lord Grave também proferiu algumas palavras ao público, agradecendo à todas as bandas, afirmando que ninguém é melhor que ninguém e que todas as bandas juntas se tornam mais fortes. Após isso, a banda mandou um cover de Arise/Dead Embrionic Cells do Sepultura e emendou mais alguns sons encerrando um dos melhores shows do festival. Excelente banda.

Com Soul Torment, dá-lhe mulherada metendo bronca no festival. Com Deisi Wolff nos vocais a banda subiu ao palco do SC Metal Fest no início da madrugada para descarregar seus riffs sobre os bangers presentes. A banda formada em 2005 já mostrou a adaptação total da nova formação e mostrou muita maturidade, fazendo um ótimo show que contagiou aqueles que se faziam presentes na frente do palco e espantou o frio que já tinha derrubado muitos.

Sendo convidada em cima da hora devido ao cancelamento da banda Revogar, Gueppardo subiu ao palco, deu conta da bronca e no meio da madrugada (horário não tão comum para bandas desse gênero) soltou seu Hard/Heavy Metal para esquentar o público que enfrentava uma batalha contra o frio. Em sua turnê, Animal Tour e com uma ótima presença de palco de todos os membros, a banda tocou suas canções mais conhecidas e mesclou com músicas que estarão no novo álbum que deve sair ainda este ano, como Execução Sumária e Extinto animal. Vale ressaltar que a banda canta suas músicas em português.


Fechando com chave de ouro o primeiro dia do festival e acabando com o sono dos últimos bangers que se mantinham firmes em frente ao palco, Lacrima Mortis, de Blumenau/SC, apresentou um Death/Doom que é sempre muito bem vindo nos fests de música extrema. Divulgando as canções do EP Optare Mortem, desse ano, fizeram um ótimo show, deixando o público ansioso pelo que viria no domingo.