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Entrevista: Die For A Reason (Osasco/SP)

A Die For A Reason é uma banda paulista que vem despontando no cenário Heavy Metal brasileiro por sua personalidade única e qualidade acima da média. Buscando suas influências no Classic Metal e concedendo-lhe uma nova roupagem, com uma abordagem mais contemporânea, misturando elementos de Metal Alternativo e Groove Metal aos elementos já característicos da velha escola da música pesada, suas composições fortes e profundas com letras carregadas de sentimentos e reflexão, vem chamando a atenção dentro e fora do país, tendo sido destaque em portais especializados do Brasil, Argentina, México, Portugal e Alemanha e até mesmo países menores como Nicarágua e República Dominicana.

Com uma vontade imensa de colocar a banda na estrada para a divulgação de seu primeiro disco, A Reason To Die For é cheia de histórias para contar nessa que é a primeira entrevista da banda completa para a imprensa. O SubSolo com apoio da Hell Yeah, Assessoria da banda, conversou com Edu Sumiya (guitarra e vocais), Paulo Cortez (baixo) e Moisés de Souza (bateria), que nos falaram da trajetória da banda e seus planos para o período pós pandemia.

Obrigado por conversar conosco em meio a tempos tão conturbados, onde mais do que nunca todo mundo teve de fazer seus corres para sobreviver, especialmente no meio artístico. Como foi para a Die For A Reason lançar seu primeiro disco de estúdio em meio a este ano tão complicado de 2020?

Eduardo: 2020 foi um ano difícil, mas apesar de tudo, trabalhando de casa nós pudemos dar andamento no lançamento do disco. Agora estamos esperando passar essa situação de pandemia para fazer os shows, que para nós é o mais importante.

E como foi essa primeira experiência em estúdio? Especialmente trabalhando com um produtor tão renomado como o Thiago Bianchi, do Estúdio Fusão.

Eduardo: Já tive experiências anteriores em estúdio, mas foi bem bacana gravar com o Thiago Bianchi, que soube nos conduzir para o melhor resultado possível.

Moisés: Também já havia gravado anteriormente, mas não em um estúdio tão grande. Tive um tempo curto para a gravação da bateria e ainda assim chegamos a um resultado impressionante. Além disso, foi muito importante pra mim trabalhar com amigos fazendo o que a gente gosta.

Paulo: Nós três já tínhamos experiência de estúdio, mas nunca em um estúdio tão grande como o Fusão e com um produtor preparado para receber uma banda de Metal. Isso foi um grande diferencial e tornou a experiência muito bacana.

A Die For A Reason já existe há bastante tempo. Como a banda chegou nessa formação e como foi a trajetória até aqui?

Eduardo: Nós tocamos em muitas bandas antes. Conheço o Moisés há uns 8 anos e tivemos uma banda juntos, a Dawn of The Fallen, inclusive algumas músicas do nosso disco são daquela época. Éramos um Power Trio, eu, o Moisés e o Vinicius, que saiu em 2018 para a entrada do Paulo, um baixista excelente que fechou imediatamente com nossa proposta. Até tivemos vontade de trazer outro guitarrista, mas a formação deu super certo como trio, menos gente pra brigar (risos).

Como vocês classificam o som da banda e quais suas principais influências?

Eduardo: É uma mistura de Hard Rock e Heavy Metal com as influências de cada um. Eu sou um cara muito oitentista, gosto de Megadeth, Pantera, Metallica, Maiden, Ozzy, Zakk Wylde, além de coisas mais novas como Alter Bridge e Avenged Sevenfold. Tudo contribui para a construção das nossas próprias ideias.

Moisés: Minhas principais inspirações foram de momento. Em Believe Me, me inspirei no Pearl Jam, por exemplo. Come to Life vem na linha do Lamb of God e Killswitch Engage. Tem coisas do Pantera e As I Lay Dying para trazer o peso e o pedal duplo. Antes da gravação eu ouvia muito jazz, que não se toca tão pesado, até vir gravar o disco e ter que descer a mão que nem um desgraçado (risos).

Paulo: Eu vim do Power Metal e escutava bandas como Angra e  Helloween. Depois fui para o Prog Metal, o que me instigou a alcançar outros patamares técnicos. Tenho referências oitentistas como Metallica, Megadeth e especialmente de Rush, que influenciou muito minhas linhas de baixo mais cantadas.

Falando sobre as canções, o disco carrega um conceito único ou cada música funciona de maneira independente?

Eduardo: O tema central é redenção, no qual o protagonista passa por uma mudança na forma de pensar para atingir seus objetivos. Morrer por uma razão significa se sacrificar pelo que acredita, até mesmo morrer por isso. Então dá pra ouvir cada música separada mas ouvir o conjunto é bem gostoso e funciona bem.

Come To Life veio acompanhada de um Lyric Video. Existe alguma pretensão da banda em lançar um videoclipe para alguma das faixas?

Eduardo: Pretendemos lançar dois videoclipes. Until the End vai sair em janeiro e para o segundo já temos um roteiro bem definido, só faltam acertar os detalhes.

Until the End, The Grave e Believe Me, são as músicas mais pesadas do disco. Como funciona o processo de composição para que a banda não perca sua identidade ao soar mais pesada, mais cadenciada, mais experimental?

Eduardo: Eu costumo ficar nas minhas piras de guitarra até achar um riff e construir a ideia da composição para todos os instrumentos, para depois a banda fazer da forma que eles compreenderem. A Believe Me, por exemplo, me veio quando eu estava pegando um ônibus, aí eu acabei dormindo no ônibus, esqueci do riff, me esforcei até conseguir lembrar e deu tempo para chegar em casa e gravar (risos).

Moisés: Eu fui ter bateria há poucos anos, então não me acostumei a criar estando presente na bateria. Sempre tive familiaridade com partitura, então é sempre um processo que eu participo de maneira mais intrínseca, mais comigo mesmo. 

Paulo: Eu sempre penso na banda como um todo. Geralmente utilizo o violão e a partir dele eu penso na linha da guitarra, que seria uma linha mais bruta, só pra fazer uma guia, para depois o Edu e o Moisés fazerem as linhas deles.

A canção A Reason To Die For carrega o título do álbum por alguma razão especial ou o nome do disco surgiu antes mesmo da canção?

Eduardo: O nome do disco surgiu junto com a música. Ela surgiu com o intuito de amarrar esse lance de redenção na cabeça e fazer esse jogo com o nome da banda.

No Bounds é a mais alternativa e comercial do disco, vocês concordam com essa afirmação? Se sim, a música nasceu com esse propósito?

Eduardo: Eu estava ouvindo muito Alter Bridge na época e ela acabou nascendo mais comercial, com uma pegada Myles Kennedy. Sempre penso que componho algumas músicas que soam mais comerciais, mas é uma coisa minha mesmo.

Moisés: Não sinto isso, não vejo as músicas dessa maneira. Ela tem características do que sentimos de uma maneira que cai no gosto das pessoas. Tem a ver com o que a música passa pra você e até onde você quer chegar com ela.

As letras do disco soam muito profundas e bastante pessoais. Como surgem essas letras e como elas influenciam no processo de composição?  

Eduardo: Quando eu componho, tenho a estrutura musical pronta e uma ideia para a voz. Depois eu escuto até aquilo me despertar um sentimento do que eu vou escrever. Eu quero que a música me leve para algum lugar. O sentimento daquela música me faz escrever o que quero dizer, e aí me deixo levar pela arte. 

When You Be Gone e Walking in a Dark Road tem a participação do guitarrista Rodrigo Flausino e do baterista Henrique Pucci (Noturnall, ex-Project46), respectivamente. Como rolou essa parceria?

Eduardo: O Rodrigo Flausino foi meu professor e me ajudou muito a destravar ideias que eu tinha na guitarra. Sou grato a ele até hoje e queria que participasse do disco, então ele gravou o solo de When You Be Gone e eu levei para o Thiago Bianchi finalizar. Do Henrique a ideia partiu do Thiago Bianchi, a Walking in a Dark Road é uma música que tem 15 anos, então eu queria dar um destaque para ela. As linhas de bateria se construíram aos poucos e bateram muito com a concepção que eu tinha para essa música desde adolescente.

Moisés: Eu conheço o trabalho do Henrique desde o Project46 e já tinha assistido ele tocar ao vivo, é uma grande referência pra mim. Como eu estava exausto pela gravação, ajudou muito a participação dele na criação. Ele gravou com outra bateria, então quando você ouve, você percebe que a sonoridade é diferente.

My Last Breath teve sua letra alterada em estúdio. O que ocorreu?

Eduardo: Quando eu fui gravar as vozes dessa música, o Thiago Bianchi sentiu que a letra poderia ser interpretada como uma carta de suicídio e defendeu a ideia de alterarmos algumas coisas. Eu não via dessa maneira, mas não queria que as pessoas interpretassem a música errado, então acatei a ideia na hora. 

Vivemos em um tempo onde o consumo é muito imediatista e a maioria das pessoas não tem mais o costume de parar para ouvir um disco na íntegra. Se cada um de vocês pudesse indicar uma única música de A Reason To Die For para trazer a atenção do ouvinte para o álbum completo, qual seria?

Eduardo: Gosto muito da Come To Life. Indicaria ela por ser mais pra cima, com o refrão que diz para acreditar nos seus sonhos que eles irão criar vida.

Moisés: Minha queridinha é Until the End. É uma música porrada e uma das músicas que mais gostei de gravar, então com certeza indicaria ela.

Paulo: Eu curto muito a The Grave. Toda vez que eu vou apresentar a banda pra galera é ela que eu mostro. 

E como ficam os planos da banda para daqui pra frente?

Eduardo: O que mais queremos é tocar e colocar tudo que colhemos de positivo em relação a banda pra quem vai assistir a gente. Mostrar o tamanho da gratidão que temos sobre o que está acontecendo. Vamos lançar os videoclipes em breve, uma música bônus acústica, onde inclusive o Moisés vai tocar Cello.

Moisés: Não vemos a hora de ir pra estrada e rodar todos os cantos de São Paulo e do Brasil, interagir com outras bandas e conhecer nosso público. A vibe de estar na estrada fazendo show, estar se divertindo é o que mais queremos daqui pra frente.

Obrigado pela entrevista. O espaço está aberto para deixarem uma mensagem para o leitor d’O SubSolo.

Eduardo: Nós que agradecemos! Foi muito bacana conversar com um portal que a gente acompanha sempre. Será uma honra para nós ver a Die For a Reason n’O SubSolo! Gostaria de dizer a todos que logo mais estaremos juntos por aí nos shows. Não vemos a hora de tudo se resolver para estarmos curtindo o que mais gostamos de fazer! E que todas as mensagens de apoio e carinho que estamos recebendo serão devolvidas em dobro com todas as nossas energias. Vocês são incríveis!

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A Hell Yeah Music Company surgiu em 2020 a partir do sonho de dois amigos, Luis Fernando Ribeiro e Leandro Abrantes, que se conheceram há 15 anos por meio do Heavy Metal e tomaram-no como trilha sonora de suas vidas e matéria prima de sua arte. Respeito, valorização, criatividade e amor pelo que fazemos são nossos pilares. A #HYMC nasceu para quebrar padrões, ignorar estereótipos e dar suporte às bandas brasileiras que compartilham do mesmo sonho que nós. Baseada em Florianópolis, SC, a Hell Yeah atende bandas de todo o Brasil e de Portugal. Hell Yeah Music Company, música como experiência.