Kike Oliveira é um músico natural de Imbituba/SC, terra litorânea catarinense. Desde muito cedo teve contato com a música, passou por bandas como guitarrista, tecladista e faz participações em bandas como baixista, porém, se encontrou na música em sua carreira solo e como frontman.

Atualmente Kikwe Oliveira trabalha na divulgação do seu novo EP, também homônimo, assim como o primeiro disco. Recentemente fechou parceria com o Midas Music, gravando este novo EP com Rick Bonadio e Giu Daga, tem como música em destaque a excelente, “Linda Flor”.

Conversamos com o músico sobre sua carreira, parceria com o Midas e gravar com Rick Bonadio. Confira:


Obrigado por aceitar o convite Kike, você é fantástico. Quais foram tuas principais influências durante toda sua carreira?
Kike Oliveira: Eu quem agradeço a oportunidade a’O SubSolo. Bom, como
eu fui muito eclético durante a minha vida acabei pegando muitas
influências. Tem influências quanto ao timbre de voz, a presença de
palco, a composição de harmonias e melodias, a composição de letras, o
figurino e atitude, cada um de uma pessoa diferente. Posso dizer que
considerando esses quesitos, de modo geral eu sempre achei mais completo
o Dave Grohl do Foo Fighters, o Fred Mercury do Queen, Os Beatles,
Oasis e Charlie Brown Jr.
Você em outras bandas era geralmente guitarrista, tecladista e
até baixista. Como foi essa transição para ser o frontman de um projeto?
Quais as dificuldades encontradas no começo?
Kike Oliveira:
O meu primeiro
instrumento foi o teclado e eu passei três anos tocando na minha
primeira Banda. Mas paralelamente eu tinha começado a tocar violão em
barzinhos, nunca cantando, pois a minha timidez extrema. Eu tocava
violão ao lado do vocalista nos bares e tocava teclado na banda em
alguns shows e eventos. Essa experiência foi muito importante pra eu
aprender a fazer segunda voz e ganhar confiança para cantar. No momento
em que decidi começar as cantar e ser o frontman da banda, eu estava
mais acostumado a cantar no palco do que a cantar em uma roda de violão
com amigos. Esse tipo de coisa me deixava muito mais pressionado e
tímido, mas as pessoas não entendiam o meu medo e muitas vezes achavam
que era má vontade. Demorei alguns anos pra superar isso e mesmo ainda
hoje me sinto muito mais confortável para tocar num palco do que para
duas pessoas na minha frente.



Você morou em Lages/SC, durante a faculdade. Foi lá que você saiu por
barzinhos fazendo shows. Como foi sair de barzinhos para investir na
sua carreira, imaginava chegar onde está agora?
Kike Oliveira:
Na verdade eu
tocava em barzinho há algum tempo antes da faculdade, desde os meus 13
anos. Quando entrei na faculdade me mudei para Lages e decidi que lá eu
não tocaria fora de casa. Continuei tocando em alguns finais de semana
quando eu vinha para Imbituba, mas quando voltava para Lages, focava nos
estudos. Claro que eu não parei 100% de tocar nesse tempo, pois em casa
eu continuava tocando e aprimorando os métodos de composição. Foi assim
que eu compus 90% do meu primeiro álbum. Quando a faculdade estava
chegando ao fim e eu tinha certeza de que iria me formar, decidi voltar a
tocar. Nesse momento eu tive o prazer de fazer alguns shows no último
ano da faculdade para muitas pessoas que nunca tinham me visto tocar.
Nessa época eu tive a certeza de que queria crescer na música. Porém eu
não imaginava que hoje estaria gravando no estúdio de Rick Bonadio.
E por falar nele, como foi o primeiro contato para chegar ao Rick Bonadio?
Kike Oliveira: O
primeiro contato foi através de um curso. Sempre sonhei em gravar com o
Rick, pois as bandas nacionais que mais ouvi, foi ele quem produziu,
principalmente Charlie Brown Jr. Nesse primeiro contato eu realmente
fiquei impressionado com o estúdio e o jeito dele. Altamente confiante
sem arrogância. Demonstrava muita segurança e conhecimento, mas sempre
sendo gente boa. Nesse primeiro contato, não tive a oportunidade de
mostrar minhas músicas, mas tive o prazer de conversar com ele algumas
vezes. Deixei meu material e uma semana depois, o pessoal da equipe dele
me ligou. Fiquei feliz demais e até sem saber o que falar. Mas nessa
ligação, começou o projeto do novo EP, que lancei há pouco mais de um
mês.
E além desse contato todo, como foi para você gravar com o Rick Bonadio?
Kike Oliveira: Foi uma experiência fantástica. Aprendi demais com ele e toda a equipe do Midas. Ele é um cara que sabe muito bem o que faz e tem uma palavra final para tudo, baseado em toda experiência que já teve. A equipe não é nada menos que isso. Todos altamente capacitados. Sem contar na atmosfera positiva que existe lá dentro, um lugar cheio de pessoas do bem. Só de entrar naquele prédio, já nos sentimos motivados a dar o nosso melhor. Me dediquei em cada etapa e dei o meu melhor em tudo.
Mas antes do novo EP, como foi a repercussão do primeiro disco? Você
teve uma música “Estou tão cansado”, divulgado inclusive pelo canal
“Hipócritas” e foi um estouro na sua conta oficial. Que outras músicas
do disco tu destaca?
Kike Oliveira:
O primeiro álbum foi importante
demais. A princípio pouquíssima gente me conhecia no mundo da música,
até mesmo na minha cidade. Esse primeiro álbum me abriu portas para
conhecer pessoas, fazer shows e apresentações em rádios, foi
praticamente um cartão de visitas. Foi uma mensagem de que a música era
muito mais do que um hobby para mim. A música “estou tão cansado” acabou
sendo compartilhada pelo canal hipócritas no YouTube e a repercussão
foi sensacional, pois era exatamente aquele público que eu queria
atingir. O resultado não poderia ser outro: muitos comentários de
pessoas que se identificavam com tudo que eu queria dizer. Além dessa
música eu destaco “não era pra ser assim”, que teve uma resposta muito
boa por parte de um público que eu nem esperava. Além de “seu jogo”, que
recebeu um clipe muito massa em Florianópolis e “eu te adoro”, pra quem
gosta de canções à moda antiga.
E sobre o novo EP, que está um sucesso. Como foi as composições do novo EP?
Kike Oliveira: Peguei umas férias e saí pelo estado meio sem roteiro. Passei em Blumenau na casa de um amigo e ele me mostrou um lugar incrível, com uma pequena cachoeira. Fiz umas duas músicas naquela tarde. Depois fui parar em Lages na casa de outro amigo. Enquanto ele estava no trabalho, fiquei no quintal da casa dele com um gato parado em minha frente ouvindo o som do violão. Lá eu continuei a música “Linda Flor”, que posteriormente veio a ser a principal música do EP. Outras músicas fiz em casa, sozinho e com alguns amigos. Sempre buscando uma inspiração e um momento de tranquilidade para compor.
O clipe de “Linda Flor” do seu novo EP, bateu os 100mil views no
YouTube. Acreditava que seria assim o sucesso dessa música? Como foi as
gravações do clipe?
Kike Oliveira:
Sendo bem sincero, eu sempre acreditei no
potencial dessa música. Mas a minha expectativa inicial era de alcançar
50 mil visualizações em dois meses, mas eu acabei alcançando o dobro de
visualizações na metade do tempo. A proporção de pessoas que gostam
dessa música realmente me impressionou e a divulgação dela não está nem
no começo. Tenho certeza que ela ainda vai me render muitos frutos, pois
tem muita gente ainda nesse Brasil todo que nunca a ouviu.

A
gravação do clipe foi um momento marcante para todos nós da banda.
Lembro da gente indo embora extasiado no final do dia. Durante a
gravação existia uma energia muito forte, tanto por parte da banda
quanto por parte da equipe de filmagem. Aquilo era contagiante pra
qualquer um que se aproximava. Foi inesquecível.


E sobre o futuro, quais os próximos passos do ‘Kike Oliveira’?
Kike Oliveira: Já estou compondo algumas músicas novas. Ainda sozinho e mesmo em casa. Mas quero fazer novas parcerias de composição e procurar novos lugares para me inspirar. Em breve estarei com música nova para lançar e mostrar ao público. Mas percebo que a “linda flor” ainda vai render muito, por isso continuo forte na divulgação dela. Quem ouve ou vê o clipe, sai alegre e satisfeito, se sentindo bem por ouvir uma música nova e agradável. É esse tipo de resultado que importa pra mim.
Admiramos o teu trabalho Kike e também você como pessoa, principalmente eu, falo por mim. Qual a mensagem que tu deixa para o pessoal independente que está lutando por um lugar ao sol?
Kike Oliveira:
Eu deixo a mensagem de que não adianta ficar procurando desculpas para os nossos fracassos e sim sempre procurar soluções para cada problema que enfrentamos. A carreira musical não é fácil, nem nunca vai ser, pois é um trabalho muito concorrido e altamente complexo, dependendo de inúmeros fatores, que vamos descobrindo enquanto lutamos pelo nosso espaço. Acredito que o mais importante é se cercar das pessoas certas para aprender as coisas certas.

Agradeço a’O Subsolo, principalmente ao Maykon Kjellin, pois também admiro demais o seu trabalho. Grande abraço e muito obrigado pelo espaço e todo apoio que vocês me dão!

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.