Mais uma quarta-feira e com ela, a entrevista da semana! 


Dessa vez, O SubSolo teve o prazerzão de conversar com a ex-Radioativas Tati Bassi, que agora, está ingressando “de cabeça” em sua carreira solo e nós, que não somos bobos nem nada, fomos saber mais um pouquinho disso tudo.


Vamos dar um confere?


Tati, é um prazer conversarmos contigo no dia de hoje, obrigada por ser tão receptiva ao nosso convite. Agora nos conta: como está sendo se aventurar em carreira solo? Como foi a decisão de “tomar” este rumo após o fim das Radioativas? 

Tati: O prazer é todo meu. A minha carreira solo está sendo uma descoberta maravilhosa na minha vida. Estou lidando com o melhor de mim e extraindo tudo o que eu posso e devo. Foi uma decisão difícil, porém necessária. Meu crescimento pessoal e profissional dependia dessa decisão, mas certamente foi a melhor coisa que eu fiz. 
No início, como foi a receptividade dos fãs à esta transição? 
Tati: Cara, foi demais! Eu sei que muitas pessoas estranharam, pois é um som completamente diferente, mas é exatamente isso que é maravilhoso na arte, o poder de ser livre e fazer tudo o que quiser. Está todo mundo gostando de verdade, tenho tido os melhores elogios do mundo e tenho recebido muito carinho e amor de todos. 
Como foi o processo de composição do “Não basta Querer”? 
Tati: Foi como se eu tivesse que ir lá no meu fundo. Tudo foi muito conturbado após minha saída das Radioativas. E isso serviu para a minha inspiração. Eu enfrentei meus piores demônios e passei tudo para o papel. Foi dolorido e libertador. 
E como anda sua agenda de shows? Já está planejando um novo álbum? 
Tati: Estou planejando alguns shows em São Paulo, mas a grande maioria deles será para 2018. Quero fazer muitos festivais também. Meu segundo álbum já está em processo de composição, as letras já estão escritas e estamos trabalhando nelas. Posso lhe adiantar que será grande e diferente do primeiro. 
Como se sente ao saber que a cada dia, a representatividade feminina na música ganha mais força?  
Tati: Me sinto orgulhosa e feliz. As pessoas sempre me perguntam quando que eu me tornei feminista, e eu sempre digo que eu não me tornei feminista, eu nasci feminista. Aos 11 anos fiz um professor ser expulso da minha escola por abuso sexual e isso sozinha. Aos 13 anos de idade eu escrevi um funzine sobre a liberdade da mulher e fiz um texto sobre masturbação feminina, que se espalhou pela minha escola onde causou uma comoção contra mim. Com 15 anos eu tinha uma ONG de mulheres Punks que ajudavam outras mulheres que sofriam violência doméstica e sexual. Éramos tão poucas mais estávamos lá, lutando. E hoje ver todo esse crescimento me emociona e faz com que eu não me sinta mais sozinha e me dá a plena certeza de que nossa luta não é em vão.  
Para as garotas que estão começando, quais dicas você daria? 
Tati: Seja apenas você mesma. As pessoas vão te criticar e tentar te diminuir, pois o mundo é machista e preconceituoso, fechado e estranho. Mas persista e não desista jamais. Como já dizia as garotas da banda Punk Bulimia, “Podem tirar nossas vidas mais não a nossa liberdade”. 
Sem pensar muito, diz ai cinco discos que mudaram sua vida. 
Tati: Caralho kkk, bora lá.  
1- L7 – Bricks are Heavy 
2- Etta James – Rocks the House 
3- Neil Young – Harvest Moon 
4- Gal Costa – Não Identificado 
5- David Bowie – The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars ( esse mudou tudo) 
Os planos futuros: O que podemos esperar da Tati Bassi? 
Tati: Podem esperar o melhor de mim, as minhas melhores histórias, minhas dores, lágrimas e alegrias. Todas elas dissolvida em música sincera e verdadeira. 
Tati, obrigada pela disponibilidade e foi um prazer conhecer ainda mais sobre o seu trabalho. Que tal deixar uma mensagem para os leitores? 
Tati: Obrigada vocês pelo carinho.  
Amores, sigam com verdade e sinceridade e acreditem em vocês por que se não ninguém irá acreditar. Jamais abaixem a cabeça! E como diz uma grande sábia: “Se você não consegue se amar, como é que vai amar outra pessoa?”.