Cada vez mais as mulheres têm conquistado seu espaço nos mais diversos contextos, inclusive no Rock. Já provamos que nossa capacidade de tocar, compor e mostrar atitude no palco é tão grande quanto a dos homens. É ótimo ver que o número de mulheres integrando bandas e frequentando festivais tem crescido e que esses ambientes vêm se adaptando à participação feminina.

Da cidade de Curitiba (PR), a Fearless Woman é uma banda inteiramente feminina, formada por Juliana Silveira (guitarra e vocal), Laura Castegnaro (baixo), Juliana Ignatowicz (bateria), Marcele Faret (guitarra) e Mylene (teclado). O estilo musical tem influências de Rock’n’Roll, Hard Rock e Heavy Metal.

Durante o Razor Fest, em Florianópolis, O SubSolo conversou com a guitarrista e vocalista Juliana, logo após o show da banda. Confira a entrevista!







Olá Juliana! Para nós d’ O SubSolo é um grande prazer conversar contigo! Para iniciar nossa entrevista: conte um pouco sobre como a Fearless Woman surgiu.
Juliana: Na formação em que a banda está hoje, ela surgiu em 2015, mas eu e a baterista já tínhamos banda desde os anos 2000, a banda se chamava Pompeia, também de Curitiba. Ficamos uns 10 anos na ativa, mas era outra proposta, nós fazíamos covers, tocávamos mais para “animar festa” mesmo. Também tinha algumas músicas autorais no meio. Eu tive filhos, então a gente parou por um tempo, uns 5 anos mais ou menos, e então a gente voltou, mas com outra formação. Já que mudou a formação, mudou o nome e a gente está com uma nova proposta, de fazer só músicas autorais.


Quais são as principais influências e inspirações da banda?
Juliana: A gente tem muitas! São muitas influências porque cada integrante da banda tem um estilo, tem influências diferentes. A nossa baixista curte Metal extremo, a nossa guitarrista também é do Metal, mais Black Metal, já eu curto muito Hard Rock mas também gosto de Metal sinfônico, além disso eu estudo muito música clássica. A nossa baterista tem influências lá dos anos 70, a tecladista tem influências dos anos 60. Nós fazemos uma mistura disso aí e o que sair é Fearless Woman!


A Fearless Woman toca sons autorais. Quem é responsável pelas composições?
Juliana: A maioria das composições são minhas e da baterista, porque a gente está na banda há mais tempo. Mas funciona assim: a gente chega com uma ideia e constrói todas juntas, cada uma coloca sua influência no seu instrumento, então a música nunca sai do jeito que a gente pensa que vai sair, o resultado final é sempre diferente do que esperávamos, porque acaba sendo uma mistura de tudo.


Qual o material lançado pela banda até o momento e o que podemos esperar daqui para frente?
Juliana: Por enquanto a gente só tem o EP Volúpia, mas estamos em fase de composição. Vamos compor mais umas quatro ou cinco músicas pra lançar o álbum, juntamente com as músicas do EP. Temos as músicas antigas que eram da outra banda, então a gente está reformulando, rearranjando e tal, possivelmente vamos gravar as músicas melhoradas.


Já tem planos para lançamento do álbum, ou vocês estão com outros objetivos no momento?
Juliana: No momento a gente quer fazer shows para divulgar o EP que lançamos no final do ano passado. Essa é a primeira vez que estamos em Florianópolis, estamos começando a vir para esses outros lugares. Em Curitiba já temos shows marcados. Nosso foco está nos shows e composições. O nosso processo de composição é um pouco demorado, a gente demora bastante para sair algo com mais qualidade. Então o álbum, provavelmente só ano que vem.


Fearless Woman é uma banda inteiramente feminina. Como você vê a participação das mulheres no Rock e no Metal? Como anda nossa cena underground nesse sentido?
Juliana: Eu acho que já tem bastante mulher representando, já tem bastante banda feminina. Hoje o pessoal não vai mais com aquele tabu de que mulher não sabe tocar. Antes isso existia, mas cada vez mais as mulheres estão conquistando espaço no palco. Eu acho isso fantástico, eu adoro, apoio, incentivo, sou feminista também né, então eu acho muito bom, vejo que está crescendo bastante.


Em algum momento vocês já se sentiram discriminadas por serem mulheres tocando, ou isso não costuma acontecer?
Juliana: Quando a gente começou não tinha muitas bandas de mulher, então o pessoal ia para ver como era, ficavam olhando para ver se a gente sabia tocar e tal, mas era mais curiosidade mesmo. Quando as pessoas ouviam o som que a gente fazia, o pessoal tratou sempre com igualdade. Eu acho que na nossa cena as pessoas tratam com igualdade, ou pelo menos as pessoas com quem eu tive contato.


Juliana, fico muito agradecida por essa conversa, pois admirei muito o trabalho da banda! Tem algum recadinho que você queira deixar para nossos leitores?
Juliana: Primeiramente, nós que agradecemos, porque sem vocês, sem a mídia, sem o público, a banda não é nada! A gente precisa muito do apoio de todo mundo, pois, somos uma banda autoral. Eu incentivo todo mundo a fazer o que está sentindo dentro de si. Coloca na música, cara! Porque é arte! A galera vai gostar. É isso aí!


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