Minha mãe puxava muito na minha orelha por prejulgamentos, logo eu, que não poderia ter tal atitudes, já meu pai colocava em minha cabeça que temos que conhecer antes de ter uma opinião formada. Canábicos logo lembra uma banda de Reggae e na cabeça tu alimenta que é uma sonoridade daquelas bem groovadas, como o estilo exige, errado. Canábicos é uma banda groovada sim, porém, com os dois pés no Hard Rock e com músicas “intensas” assim como o título do disco adianta.




Talvez pela experiência adquirida pelos outros três discos, já que esse é o quarto trabalho lançado pelo grupo. Gosto do disco porque soa tudo bem “intenso” realmente, técnicas avançadas e muita objetividade, sem firulas ou exageros. Fora esses elogios citados, destaco os timbres dos instrumentos que lembram Deep Purple, Led Zeppelin e Whitesnake, pelas bases fortes e nítidas e o vocal marcado. Conseguimos sugar a mensagem que a banda transmite facilmente, suas músicas são de fácil digerir, pois além de trazerem letras em Português, também pela forma como deixam o vocal mais a vontade se sobressaindo no lugar do instrumental, que prepara o campo para destacar as vozes.

Não se limitando apenas ao Hard Rock, o Canábicos também tem uma forte influências do Classic Rock, timbres com distorções mais moderadas e que alternam entre velocidade e cadência, onde o maior destaque fica com o refrão. Fraseados entre as estrofes também chama os holofotes para si, o que seria de um refrão sem boas chamadas? Saber compor é muito mais do que jogar notas em uma música e sair cantando, ela envolve toda uma estrutura, você tem que achar um ponto no qual você pode fazer algo diferente que venha a ser uma “surpresa”, algo que quem ouça esse trabalho, não tenha imaginado e aquilo grude na lembrança, e isso o Canábicos faz de sobra, a estrutura de todas as músicas são bem construídas e elaboradas.


Sobre o disco “Intenso”, faça como eu, abra uma cerveja antes de ouvir. É o tipo de música que pede uma gelada ao lado enquanto você degusta o melhor que um Rock ‘n Roll pode lhe proporcionar. São de músicas assim que o Rock nacional necessita e por termos boas opções, nossa cena respira sem ajuda de aparelhos. Ainda tiro o chapéu para quem investe em material físico, esse disco é uma relíquia no qual vou guardar com muito carinho. Prevejo que esse disco ainda fará muito sucesso, lançado em metade desse ano ainda terá muitas indicações de melhores desse ano, aposto.


Material enviado pela Som do Darma.

FORMAÇÃO
Clandestino – vocais
Murcego Gonzalez – guitarra e bandolim
Mestre Mustafa – bateria e percussão
M.M – baixo

TRACKLIST
01 – Planeta Estranho
02 – Fora da Lei
03 – Intenso
04 – Não Faz Sentido
05 – Lei do Cão
06 – Viagem Espacial
07 – Rotina
08 – Eu Não Sei o Que Vai Ser de Mim

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Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.