Banda do estado do Paraná, na ativa desde 2013, conta com diversas aberturas de shows internacionais no curriculum e promete um som mais tradicional. A capa me lembrou um pouco as capas de jogos do Super Nintendo, com gárgulas e Lobisomens numa luta frenética com fundo vermelho e bem chamativa.



Assim que a introdução começou, eu me segurei aqui pra não reclamar dos ruídos de chuva, eu sou meio chato com sons assim de efeitos. A primeira faixa “Dracula” é uma intro com mudanças constantes e temas de guitarra bem cativantes.


A faixa 2 já é o título do álbum, “Kings of Beyond”, e começa bem, com riffs empolgantes. A banda é tradicional e apostou numa engenharia de áudio mais vintage com sonância oitentista.


Seguimos com “Tears of Ra”, e a temática egípcia me chama a atenção no título, vamos ver como as coisas desenrolam. Sinto as guitarras um pouco enfatizadas demais, mas os temas estão interessantes e não me incomodam. A voz é bem característica, mais aguda e cheia de expressão. Todo o som é bem típico, parece que foi feito em 1984. Temos um refrão bem legal aqui, marcante e com backing vocals carregados.


Próximo som, “Night of the Necromancer”, começa na pedrada, e eu gosto bastante disso: objetividade. A música tem variações na levada, a voz é um pouco diferente, mais grave. A música cativa, tem uma história sendo contada, a composição flui bem.


Faixa 5 – “Revolution Blade” tem aquelas intros de bateria que são bem legais e cheias de empolgação. Depois entramos num riff gostoso de ouvir, bem trabalhado. Novamente temos variações de vocal, do mais grave pro mais agudo trabalhando bastante. Acho muito interessante quando os vocalistas se soltam do comum e passam a brincar em mais áreas.


Próximo som: “Cult of ignorance” tem a pegada mais cadenciada e novamente o destaque fica na bateria, mas não na intro. A música tem viradas que ganham destaque e conduzem a música. Gostei dos backing vocals que a banda criou, mas eles encobrem totalmente a voz principal. Os refrões ficaram bem vivos e dá pra decorar rápido. Gostei muito do solo de guitarra desse som.


Faixa 7, “Devil Dogs” é um dos sons mais brutos do disco, riffs rápidos e som mais pesadão. Me interesso muito! A música desenrola com bastante melodia e apesar de ser mais pesada no início passeia por diversos temas e momentos. Tem até um baixo mais evidente fazendo um solo no meio do som, isso sem contar o solo de galope (sim, isso mesmo) e bangue bangue! 


Chegando ao final, faixa 8 de 9, “Sacrifice”, que começa com um grito risonho e entra num riff bem feito e trabalhado. A música demora um pouco pra engrenar, quase 2 minutos de introdução, mas funciona bem, não é cansativo. Esse som é um pouco menos melodioso e mais focado em variar o estilo com passagens bruscas de violão e guitarra, trocando diversas vezes meio do nada. É um pouco estranho num primeiro momento, mas soa interessante e vale analisar a proposta.


Última faixa, “Emilly’s Possession”, eu já fui feliz na música, vai que aborda o tema do filme de 2005, O Exorcismo de Emilly Rose? Eu adoro músicas que tem temática baseada em livros, filmes e afins, dou muito valor! A música tem um clima bem similar ao restante do disco, mas é um pouco mais sombria, o refrão vai mais pra uma linha grave e menos gritada. A oscilação de clima é bem agradável e a viagem que o ouvinte é levado com certeza faz pensar.


Afinal, o disco é bem bacana, músicas de tamanho bom de se ouvir sem cansar. O material foi bem pensado e a banda sabe muito bem o que quer passar pro seu ouvinte.


Meu único ponto fica sobre a produção totalmente voltada para o passado e buscando sonoridades já vividas anteriormente. Entendo o estilo e o saudosismo, mas também entendo que hoje em dia as opções nos permitem ter uma sonoridade mais vintage sem prejudicar a qualidade do material.


TRACKLIST:

01) Dracula

02) Kings of beyond

03) Tears of Ra

04) Night of the Necromancer

05) Revolution Blade

06) Cult of Ignorance

07) Devil Dogs

08) Sacrifice

09) Emilly’s Possession


FORMAÇÃO:

Matheus Luciano – vocal

Lucas Licheski – guitarra

Jean Fallas – guitarra

Marllon Woicizack – baixo

Sidnei Dubiella – bateria


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