As influências do Luciano Granja não caem “longe do pé”, realmente é tudo muito ao redor do Rock gaúcho, principalmente pela calma nos vocais apresentados em algumas músicas, como por exemplo em “Algum Lugar ao Sol”. Os riffs de guitarra, já demonstram um guitarrista mais solto e que investe em algo definitivamente seu.
Algumas pitadas notórias do Stoner, com bastante psicodelia em boa parte do disco. Me agrada bastante as letras em Português e os temas abordados com em “Bala Perdida” que traz a legitimidade de uma música brasileira. Mas além de todas essas características que já tinha inclusive citado na resenha do “Vol. 1” e até as semelhanças/influência com Engenheiros do Hawaii que provavelmente o músico Luciano Granja já deve estar saturado, vejo nesse disco algo mais longe do comercial e com maior amadurecimento rítmico.
Ao contrário do primeiro disco que era com toda certeza tudo muito bem estudado e metricamente encaixado perfeitamente ou talvez com toques de perfeccionismo, sinto no segundo volume do disco composições mais espontâneas e de entrega total dos integrantes, principalmente de Luciano Granja, que mesmo viajando o Brasil inteiro como músico profissional de apoio de um artista de agenda lotada (Armandinho), tira tempo para se dedicar ao seu projeto solo de música autoral.
É muito chato quando tu pega um disco e fica dizendo “ah, parece com banda tal…”, não, esse disco parece com “Luciano Granja Grupo”, tem autenticidade total. Não busca parecer com nada e músico nenhum vive absolutamente na sombra DE NINGUÉM, aqui esborda talento para criar seus próprios passos e escrever a sua própria história.
Fico impressionado quando um músico não é afetado por uma comodidade de um primeiro disco. Ouvi dizer de um grande músico (Um salve a Duzinho Alves) que o segundo disco de um artista é a consagração do mesmo no cenário. O primeiro é o chute na porta, mas o segunda tem que ser o estouro, pois é o que mantém ele vivo e com grandes chance de estourar e se manter. E foi isso que o Luciano Granja fez, não só manteve o nível, assim como trouxe um disco com canções ainda melhores. Refrões grudentos, riffs contagiantes e vocais intensos, intercalando com calma e com ótimos timbres, baixo groovado e bateria incessante. Excelente play!
10) Algum Lugar ao Sol