O ano é 2001 e depois de um período muito conturbado, o Angra tem o seu renascimento lançando um dos melhores trabalhos da sua carreira, Rebirth , álbum tão marcante, que a banda paulista estará em turnê para comemorar os vinte anos do mesmo. Mas afinal de contas, porque estamos falando desse álbum em uma resenha do Hibria?

Pois então, é que o comparativo entre essas historias é de uma similaridade extrema. O Hibria passou por um período tenso em sua carreira mas conseguiu recrutar novos músicos e dar um passo a frente a sua sonoridade criando assim: Me7amorphosis.

Como o título entrega, esse é o sétimo trabalho dos gaúchos, e coube ao único remanescente o guitarrista Abel Camargo, o recrutamento de novos músicos, ao mesmo tempo, que encarou um dos maiores desafios que seria como manter a fórmula já consagrada entre os fãs, afinal de contas, o Hibria é um expoente do metal nacional tendo também uma legião de fãs mundo afora.

Eis que a experiência somou forte nessa verdadeira formação de um Dream Team do metal nacional. Pretendo ao longo da resenha das faixas, apontar esses destaques mas aqui, já de antemão, quero elogiar Victor Emeka pois ele nenhum momento tenta copiar Iuri Sanson ( ex vocalista) colocando personalidade em cada faixa e se consagrando como um dos melhores vocalistas do país. Feita essa merecida sessão de elogios vamos aos sons:

A Abertura não poderia ser melhor, War Cry tira nossas dúvidas logo de cara. Os vocais estão perfeitos, repare nos backing vocals mais puxados para o gutural, que da um interessante contra ponto com as linhas melódicas. As linhas de guitarra são um show a parte ao longo da audição do trabalho, mérito para a nova parceria formada entre Abel e Bruno Godinho que desempenha também a função de produto onde também obteve bastante êxito.

Shine rivaliza com The Racer os momentos mais velozes do trabalho. Mas engana se quem acha que a velocidade aqui chega naquela pegada enjoativa meio Dragonforce , pelo contrário, pois quando temos músicos que compõem para a musica em si, e não para inflar o ego, o resultado é esse.

Toda banda de Power Metal tem que ter a sua balada, e o Hibria não deixa por menos e entrega Meaning of Life. Esse som me passou uma atmosfera do Shaman na época do inigualável André Matos. Penso que não preciso falar mais nada sobre a música, pois elogio maior não haverá.

Fearless Will e Skyline of the Soul foram as responsáveis para mostrar ao publico o que seria essa metamorfose do Hibria, duas escolhas muito assertivas. Enquanto a primeira temos uma aula de como o baixo deve soar dentro do estilo, cortesia de Thiago Baumgarten, a segunda é uma ponte com o passado rememorando e comprovando que a essência do grupo ainda é presente, pois esse som poderia estar muito bem no The Skull collectors ou Defying the rules.



Falando em passado, Tribal Mark conta com a participação de Iuri Sanson, Diego Kasper e Renato Osorio, ex-integrantes da banda que agora podem seguir outros caminhos, mas o amor à musica os unem assim como a mim, e a você que está lendo essa resenha.

O trabalho vai chegando ao fim, mas ainda consegue me tirar um sorriso do rosto com I Am So Lonely e Ranging Machine  são faixas de momentos mais speed e pesados que, ao vivo, devem levar a audiência a se sentir em um show de thrash porque esses sons pedem circle pits insanos.

Fechando o trabalho A Storm To Heal tem uma pegada meio Almah até pelos elementos mais modernos, mas sem perder o feeling e, ressalto, isso numa canção não é uma corrida, é uma transmissão de sentimentos. Ao final, acredito que, a maior sensação que os músicos do Hibria e os fãs de forma geral terão ao ouvir esse trabalho, é o orgulho de algo tão bem feito!

 

Tracklist:
War Cry
Shine
Meaning of Life
Fearless Will
I Am So Lonely
Raging Machine
Skyline of the Soul
The Racer
Tribal Mark (feat. Iuri Sanson, Diego Kasper and Renato Osorio)
A Storm to Heal

 

Paulista e um dos maiores amantes do Metal Extremo, principalmente se tratando do nacional. Professor de Geografia e História, é também formado em Matemática e Filosofia, Pai da Naylla e do Dhemyan. Foi colaborador de algumas mídias, antes de fundar o site Underground Extremo, o qual tem um laço de irmandade com O SubSolo. Acompanhava o trabalho d'O SubSolo a alguns anos e passou a contribuir e fazer parte da equipe, a qual é honrado em colaborar com o desenvolvimento desta grande mídia do Rock/Metal, sendo o responsável pela parte das escritas mais extremas do site.