A vida é capaz de nos pregar peças que beiram muitas vezes ao impressionante. E mais impressionante ainda, são aqueles casos onde grandes ícones surgem, decolam e em questão de pouco tempo depois, se vão, deixando uma sensação de vazio que predomina tanto no coração de quem vivenciou na época essa perda, quanto dos fãs mais novos que tomam ciência da história.
Foi assim com Jimmy Hendrix, Chuck Schuldiner, Kurt Cobain e tantos outros que se foram em tempos em que este que vos escreve nem era nascido, ou então mal formava ainda as primeiras palavras.
No último dia 06 de Dezembro, um grande exemplo destes artistas que nos deixaram precocemente e um dos guitarristas mais influentes de todos os tempos, completaria 66 anos. Se você leu o título da matéria, sabe de quem estamos falando…
Randall William Rhoads nasceu em 1956 na cidade de Santa Mônica, Califórnia. Ele era o mais novo em uma família, onde a música era fundamental. A mãe, Delores, tinha uma escola de música de sucesso. Kelle, o irmão, era baterista e cantava. Kathy, a irmã, tocava violão. O pai, que deixou a família quando Randy tinha apenas 17 meses de vida, era professor de música em escolas públicas.
O primeiro instrumento de Rhoads foi um antigo violão Gibson, que herdara do avô. Com sete anos de idade ele ganhou a primeira guitarra, uma Harmony semi-acústica. Mais tarde, o irmão o levou para ver uma apresentação de Alice Cooper. E fora neste show que Randy percebeu o que queria na vida: ser um guitarrista de Heavy-Metal.
Tempos depois, após passar por inúmeras bandas de garagem e a começar a dar aulas na escola de música da família, em 1973 Randy Rhoads ingressou ao Quiet Riot gravando os dois primeiros discos do grupo, Quiet Riot e Quiet Riot II de 1978. Foi exatamente neste período, que o carisma e talento único do músico afloraram ainda mais, conquistando a admiração tanto da banda quanto do público. Inclusive, foi também nesta época que Rhoads começou a utilizar os modelos de guitarras que seriam uma das marcas registradas do guitarrista, uma Flying V preta com acabamento de bolinhas brancas, construída por Karl Sandoval, e também uma Gibson Les Paul 1974 cor creme.
Mas Randy faria história ao se juntar a outra figura lendária, Ozzy Osbourne. O ex frontman do Black Sabbath, estava começando uma carreira solo e buscava pelos músicos que integrariam a banda de apoio. A princípio, Rhoads estava relutante em fazer a audição que Osbourne estava realizando em Los Angeles. O madman estava tendo dificuldades em encontrar um guitarrista que possuísse além de talento, personalidade e estilo próprio.
E estes dois fatores foram logo percebidos pelo britânico em poucos minutos após Randy ingressar ao quarto de hotel em que estava hospedado. O resto meus amigos, é história!
Ao lado de Ozzy, Rhoads gravou os dois primeiros discos da hoje longeva carreira do vocalista, Blizzard of Ozz (1980) e Diary Of Madman (1981), onde estão registrados os maiores clássicos do Heavy Metal, como as icônicas Crazy Train, Mr Crowley e I Don’t Know.
Infelizmente a parceria duraria por pouco tempo, com uma terrível fatalidade que encerrou abruptamente a carreira do jovem guitarrista. Aos 25 anos, Randy Rhoads faleceria em um acidente aéreo envolvendo um avião Beechcraft Bonanza modelo H35 de 1955, no dia 19 de março de 1982. Ozzy estava no mesmo local do acidente e testemunhou de perto a tragédia…
Há rumores que apontam que Randy, apesar da bem sucedida carreira ao lado do Ozzy, desejava abandonar a estrada e os estúdios para se dedicar às aulas de música erudita e também a lecionar. Boatos esses, que não se podem se confirmar, mas um dos alunos de Rhoads, Joe Holmes, tocaria com o madman em 1995 na turnê do disco Ozzmosis.
Nesta semana, as redes sociais de Ozzy Osbourne fizeram uma homenagem ao sexagésimo sexto aniversário do guitarrista.
O legado de Randy Rhoads fora tamanho, que influenciou uma geração de futuros músicos, que assim como ele, fariam história, como Ynqwie Malmsteen, Dimebag Darrell, Kiko Loureiro, entre muitos outros.
Ao final de tudo meus amigos, não importa se você é da nova ou da velha guarda do Rock e do Heavy Metal. Este carinho que temos por esses gigantes que nos deixaram é uma das características que definem o nosso amor por esse gênero musical. E com certeza meus amigos, enquanto houver algum garoto parando para apreciar cada obra destes fantásticos seres que um dia pisaram nesta terra, a lenda deles jamais se dissipará no tempo.
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