Mary’s Secret Box é uma banda formada em 2009 na pequena cidade litorânea de Imbituba/SC. Mesclando elementos do Rock progressivo moderno com o peso e a atmosfera Stoner/Grunge, a banda tem um disco full intitulado “Just” e um EP “Escravos do Tempo Contínuo e Lento”. Sofreu com algumas trocas de integrantes e recentemente lançou seu clipe e consequentemente novo single que marca uma nova fase.
Conversamos com exclusividade com o frontman Rafael Freitas sobre toda a história, projetos e curiosidades a respeito da banda, confira:
Conversamos com exclusividade com o frontman Rafael Freitas sobre toda a história, projetos e curiosidades a respeito da banda, confira:
Mary’s Secret Box surgiu como um meteoro, mas como qualquer banda passou por bastante perrengue. Como sobreviver no cenário atual?
Rafael Freitas: Bom, eu não diria que surgimos como um meteoro. Fomos felizes pelo fato de nossas primeiras músicas terem agradado as pessoas, e também surgimos em uma época em que o Rock pesado na nossa região estava reaquecendo. Lembro que nesse período bandas como a Ponto Nulo no Céu e a Blame estavam movimentando bastante a cena, um novo público estava crescendo, e acabamos entrando juntos neste processo, porque as pessoas realmente acreditaram na nossa música. O surgimento do Pirate Cove em Laguna, na época, também foi fundamental pra que a MSB conquistasse o seu “modesto, porém fiel público”. Mas muitos erros foram cometidos em meio aos acertos e isso é normal pra que qualquer banda cresça e evolua, e estamos neste aprendizado até hoje. Pra uma banda sobreviver no cenário atual, primeiro tem que acreditar de verdade no que faz e não ter medo de arriscar, tentar passar uma mensagem verdadeira e saber levar porrada algumas vezes.
“Just” foi um álbum totalmente em Inglês, em seguido lançaram “Escravos do Tempo Contínuo e Lento” que radicalmente mudou um pouco a característica da banda, sendo com letras em língua pátria. Um próximo disco apresentaria mais de qual dos dois primeiros lançados?
Rafael Freitas: O “Just” é em essência mais pesado e direto, enquanto “Escravos do Tempo Contínuo e Lento” é mais progressivo e experimental. Já estamos trabalhando no nosso terceiro álbum, e só consigo dizer no momento que será uma junção e também uma evolução dos dois anteriores. Mais pesado, mais melódico e mais experimental.
Antigamente como um Power Trio, hoje, um quarteto. O que levou a banda optar por essa mudança?
Rafael Freitas: A entrada de um quarto elemento na banda já era cogitada há algum tempo, pois as músicas novas pediam por isso, mas foi um processo muito natural o Felipe Madeira (guitarra) ter entrado, pois já tocávamos juntos na Valhalla Blues, e quando esta encerrou as atividades, puxamos ele pra Mary’s. A saída do Mário e a entrada do Andrei no baixo também foi um processo bem natural, pois também já tocamos juntos em outros projetos há um bom tempo atrás.
“Beyond Smoke” marca um novo ciclo, novos integrantes. Quais os planejamentos daqui para frente?
Rafael Freitas: Com certeza, Beyond Smoke marca um novo ciclo, inclusive com a participação efetiva e fundamental dos novos integrantes em todo o processo. Sou grato a todas as pessoas que passaram pela banda, em especial ao Leandro e o Mário, que ajudaram a construir as bases do que hoje é a Mary’s Secret Box. A nova formação com o Andrei, o Felipe e agora o Vini Ferreira na batera, traz todo um novo potencial criativo pra banda, e percebo que hoje estamos muito mais alinhados em um objetivo em comum. O planejamento daqui pra frente é continuar produzindo e aprimorando nossa arte.
Nos primórdios da banda, como foi criado a sonoridade que hoje apresentam? Alguns julgam como Grunge outros como Stoner, como vocês se definem?
Rafael Freitas: Começamos muito influenciados pela onda grunge, mas rapidamente fomos incorporando elementos mais progressivos nas nossas composições, passando também por influências de Stoner. Tentamos sempre fugir dos rótulos e apresentar algo original, por isso hoje a MSB pode ser definida como uma banda de Rock Alternativo, na minha visão.
As composições da MSB são um leque de riffs pesados. O bacana que nem sempre é só da guitarra, tendo muito isso do baixo. É uma característica da banda? Como é a fase de composição das músicas?
Rafael Freitas: Quando a banda era um Power Trio, o baixo tinha a obrigação de funcionar quase como uma segunda guitarra, e o Mário soube fazer isso muito bem. Basicamente eu apresentava uma estrutura com início, meio e fim, os outros músicos acrescentavam seus arranjos e tudo ia sendo lapidado nos ensaios. Algumas estruturas também vieram de ideias do Mário. E com certeza esta característica de ter um baixo marcante nos arranjos vai continuar, porque o Andrei também é um músico muito criativo. Com esta nova formação provavelmente o processo de composição será mais em conjunto.
Tirando um pouco o foco do “autoral” e do “cenário independente”. Vocês carregam influências de quem?
Rafael Freitas: Complicado responder essa, porque a galera ouve muita coisa diferente. Mas resumindo em bandas em comum que nos influenciam, eu diria Alice in Chains, Queens Of The Stone Age e Pink Floyd.
Santa Catarina está com uma cena fortíssima, boas bandas, boas mídias, bons estúdios e casas de shows. Como estão vendo o cenário local nos dias de hoje?
Rafael Freitas: Santa Catarina é um vasto celeiro de boas bandas e bons músicos. Muita gente entrando a fundo na parte de produção musical e o pessoal tem buscado se aprimorar cada vez mais. Porém o público pro som autoral ainda é escasso, e quem organiza eventos voltados pra este nicho, geralmente passa por muitas dificuldades. As bandas que fazem cover ou tributo, acabam tendo mais espaço. Em relação as mídias, tenho visto uma grande união entre os canais que se preocupam em divulgar o autoral. O Subsolo tem feito isso de forma muito competente, graças a sua vontade Maykon, de quebrar barreiras e criar conexões. Falar de “cena” é muito complicado, porque é algo muito volátil, com vários altos e baixos. Mas enquanto existirem boas bandas, acredito que ela nunca morrerá.
Uma banda para começar sua carreira hoje. Provavelmente vai passar por coisas comuns, mas que dica deixariam para elas?
Rafael Freitas: Antes de tudo, acredite e ame o que você faz. Se não vier de dentro nem vale a pena. Se você ama mas não acredita é porque tem algo errado e você já sai em desvantagem. Se acredita mas não ama, vá fazer outra coisa. Mas se ama e acredita, vai sem medo. No entanto saiba aceitar críticas e busque sempre se aprimorar.
Quero agradecer a disponibilidade de estar respondendo a entrevista, é muito importante para O Subsolo. Alguma mensagem para os leitores?
Rafael Freitas: Nós que agradecemos imensamente pelo espaço. Gostaria, em nome de toda a banda, agradecer a todos que se dispuseram a ler esta entrevista e a todo o pessoal que apoia a Mary’s Secret Box. São quase 10 anos tentando dar o nosso melhor através das nossas músicas, superando as diversas dificuldades pelo caminho, e se não fosse pela força e pelos elogios sinceros que recebemos pelo nosso trabalho, certamente não estaríamos aqui. Muito obrigado por acreditarem na nossa arte. Gostaria de informar também, que estamos no início de um novo ciclo, com uma formação unida e focada, e com muita coisa nova pra ser lançada. Gostaria de aproveitar e convida-los a se inscrever nas nossas redes sociais pra não perder nada do que está por vir. Um grande abraço galera!
FORMAÇÃO
Rafael Freitas – vocal e guitarra
Felipe Madeira – guitarra
Andrei Garcia – baixo
Vinicios Ferreira – bateria
Vinicios Ferreira – bateria
REDES SOCIAIS
Esta matéria teve a colaboração e revisão de Caio Botrel.