No dia 25/01/2020 A Wox Club de Pomerode recebeu a ilustre presença de Blaze Bayley, que veio par ao Brasil para uma intensa rotina de shows. Porém desta vez, com um gosto especial. A comemoração dos 25 anos de seu ingresso na banda Iron Maiden. Todo o show foi preparado sobre o aspecto dos 2 álbuns os quais Blaze participou das composições e gravações: X Factor (1995) e Virual XI (1998).

O SUBSOLO | COBERTURA | BLAZE BAYLEY
Foto por Sidney Oss Emer
Quebrando o tradicional protocolo de confraternizar com os fãs logo após o show, Blaze opta por fazer o famoso meet and greet antes de sua apresentação. Tendo montado um stand para recepção dos fãs em uma área em frente à pista principal, Blaze traz itens de seu trabalho solo, como discos, camisetas, pôsteres, bandeiras entre outros, os quais foram vendidos para o público que aproveitava para coletar o autógrafo do ídolo e tirar fotos durante a sessão que durou pouco mais de uma hora.

O SUBSOLO | COBERTURA | BLAZE BAYLEY
Foto por Sidney Oss Emer

Após a sessão, já se preparava no palco a banda inglesa Absolva que vem acompanhando Blaze nas suas turnês. Composta por Chris Appleton (vocal e guitarra), Luke Appleton (guitarra e backing vocals), Karl Schramm (baixo e backing vocals) e Martin McNee (bateria). Chris, Karl e Martin integram a atual formação da banda de Blaze Bayley. Luke é também baixista da banda Iced Earth.



Foi incrível como a energia e simpatia dos integrantes contagiou o público no show que durou aproximadamente 50 minutos e contou com um setlist bastante diversificado com músicas de quase todos os álbuns de sua carreira, sendo Flames of Justice (2012), Beyond Live (2013), Never a Good Day to Die (2015), Defiance (2017), Side By Side (2020), deixando de lado apenas Anthems to the Dead (2014).

O setlist apresentado foi: Life on the Edge, Rise Again, Never a Good Day to Die, Defiance, No Tomorrow, Legion, From Beyond the Light, Watching Over Me (Iced Earth cover) e Code Red. Sendo Legion apresentada como lançamento do seu mais recente trabalho Side By Side (2020).

Apesar de seu trabalho autoral ser um produto de altíssimo nível, o que costumamos chamar de “gringo”, o ponto auge do show foi a execução do cover de Iced Earth: Watching Over Me, onde Luke assume os vocais e arranca olhares nostálgicos do público que canta em coro um dos hinos da banda estadunidense. 

Com muito carisma, Absolva cumprimenta o público e informa que em alguns instantes, retornarão acompanhados de Blaze.


É chegado o momento tão esperado pelo público, que já foi tomado pelo delírio ao ver Blaze subindo ao palco com uma camisa da Seleção Brasileira Nº 16 com nome de Blaze Bayley que, antes de iniciar o show, fica de costas para o público junto de sua banda, no  famoso ritual de concentração. Todos os que são fãs de Blaze, sabem que assistir seu show é garantia de emoção em diversos níveis.

Ao se virar para o público, é recebido com o clássico canto brasileiro futebolístico “Olê, olê, olê, olê! Blaze! Blaze!”. Após alguns instantes em silêncio ouvindo a ovação, com a sua simpatia e naturalidade peculiar, brinca com o público perguntando onde está, citando as cidades por onde já passara durante a turnê. Ao perceber que as respostas são sempre as mesmas (um uníssono e prolongado “não”), enfatiza o nome de Pomerode e pergunta se é ali que ele está.
Indo um pouco além (e conhecendo o seu público, obviamente), pergunta se por acaso está na Argentina. A resposta é lógica e esperada. Então volta a perguntar se está em Pomerode, ao receber o caloroso “sim”, declara o entusiasmo de estar de volta por estas terras, e, já com a banda a postos, iniciando Lord of the Files, dá-se início ao show com uma alta carga de energia. Após a segunda música, Blaze troca a camisa da Seleção Brasileira por uma regata, parecendo ser um tanto quanto mais confortável para a ocasião.
O SUBSOLO | COBERTURA | BLAZE BAYLEY
Foto por Sidney Oss Emer

Assistir um show como este, principalmente em se tratando da comemoração de ¼ de século do ingresso deste que se tornou um grande ícone do Heavy Metal e exemplo de superação para muitos, é algo realmente gratificante. Ao terminar Lord of the Files, a tensão se instaura e já observamos a introdução de Sign of the Cross (para este que vos escreve, o momento ápice da apresentação). O público é categórico ao entoar o refrão estendido, onde parece haver uma disputa por quem aguenta o fôlego por mais tempo.


Como era de se esperar, Blaze gosta de conversar muito com o público, e após uma exaustiva música que ao vivo passa de 10 minutos, uma breve pausa para agradecer e ressaltar o prazer de estar de volta diante de um dos públicos mais calorosos para os quais ele tem se apresentado.

Executadas Judgment of Heaven, Fortunes War e When Two Worlds Collide, mais uma pausa para conselhos do tio Blaze. Desta vez, ele ressalta a importância de acreditar no seu próprio potencial, e que se algum dia lhe disserem que você não é bom o suficiente para realizar algo, Blaze mandou avisar que você é sim. E, bem, ninguém menos do que um grande guerreiro que mostrou superação em várias esferas de sua vida, para ser questionado naquele momento.

Mais uma sequência ininterrupta de músicas até que nos deparamos com o momento que se encaminha para as últimas faixas do show. Em uma pausa um pouco mais dramática, Blaze agradece novamente, e arranhando algumas palavras em português conversa mais com o público e ressalta novamente a importância da auto estima e crença em si mesmo. Antes de iniciar Futureal, afirma que os donos do nosso futuro somos nós mesmos.

O SUBSOLO | COBERTURA | BLAZE BAYLEY
Foto por Sidney Oss Emer

Para encerrar, uma das canções que fora pedida durante todo o show, e alguns já acreditavam que ela não seria tocada. Como Estais Amigos despejou todo o resto de nostalgia e emoção que sobrava para o show, onde um grande coro acompanhou o frontman em alto e bom tom.


Para encerrar a noite, Doctor Doctor foi a escolhida que sela o compromisso de Blaze com seu público, em mais uma demonstração de humildade. Característica esta que parece ser o grande ingrediente de seu sucesso. Pois, mesmo com mais de duas décadas de uma carreira solo consolidada sem usar a alcunha de “ex Vocalista do Iron Maiden” para galgar fama, hoje se apresenta para muitos que há 25 anos, foram críticos com mão de ferro à Donzela de Ferro.

Em breve publicaremos a entrevista realizada com Blaze.


SETLIST
Lord of The Files
Sign of The Cross
Judgment of Heaven
Fortunes War
When Two Worlds Collide
Virus
Lightning Strikes Twice
The Clansman
The Angel and the Gambler
Man on the Edge
Futureal
Como Estais Amigo
Doctor Doctor

ANÁLISE TÉCNICA

Estrutura: A equipe técnica responsável pela iluminação e sonorização esteve atenta a cada detalhe, não somente na preparação do palco, mas também durante as apresentações, onde era dado o suporte necessário para os músicos a fim de entregar uma ótima experiência para o público.

A Wox Club é uma casa icônica na região do Vale Europeu em Santa Catarina. Responsável por trazer shows como Krisiun, Nile entre outras grandes atrações. Possui uma decoração bastante peculiar com artefatos vintage como discos, quadros colados na parede, penteadeiras e cadeiras coladas no teto, além de aparelhos telefônicos antigos, instrumentos musicais entre outros, espalhados por toda a casa, desde o hall de entrada até o bar.
Ao lado do bar, o salão também conta com máquinas de fliperama e sinuca para entretenimento do pessoal.

Horários: Divulgada nas redes sociais a abertura para 20:00, as portas abriram às 21:00, porém não não houve interferência no cronograma de apresentações, que foram executadas de forma pontual.

Cast: Antes da apresentação de Absolva e Blaze, o VJ Metal (Balneário Camboriú/SC) comandou o som, rodando videoclipes de rock e metal das décadas de 80, 90 e 2000 no painel de LED de 350” (2.35:1) instalado atrás do palco.

Bar/Cozinha: Algumas variedades de cerveja pilsen, destilados, refrigerante e água disponíveis com preço padrão das casas noturnas da região.

Exclusivamente para este show, a organização preparou um porco inteiro no rolete que ficou assando na praça de alimentação enquanto aconteciam as apresentações. Após os shows, Blaze e banda ficaram mais alguns minutos conversando e tirando foto com o pessoal que foi convidado a saborear o porco recém assado, na faixa para a galera.
Especialista em cybersegurança, acordeonista e tecladista. Entusiasta de fotografia, já foi fotógrafo e redator nos projetos Virus Rock e Opus Creat. Não limitado a um subgênero do metal, tem como preferências: folk metal, doom/sinfônico, death metal, black metal, heavy metal. Gaúcho de coração, valoriza a cultura tradicionalista gaudéria, a qual inspira suas composições nas bandas em que toca. Interesses globais: Música, ciência, tecnologia, história e pão de alho.