Não é fácil sair da zona de conforto que é o mundo virtual e arriscar ou investir financeiramente em eventos, foi um passo adiante do trabalho que nossa equipe deu recentemente para tornar viva a meta de fazer um festival. Chamamos oito bandas, e curiosamente após o anúncio do festival (que já estávamos com o cast fechado), nosso portal se tornou mais acessado e nossa fanpage no Facebook choveu de materiais, para a surpresa, esses materiais não eram para sair no blog e sim, para tocar no evento.

Tivemos que envolver muita paciência para responder algumas bandas, estava claro que só queriam tocar, mas tudo bem, voltamos ao foco e trabalhamos duro em cima do evento e nossa divulgação se iniciou em abril, sim, três meses antes do evento, praticamente. A procura por ingressos antecipados não foi tão forte quanto imaginávamos, mas, foi crucial para saber onde poderíamos chegar, fomos surpreendidos por vários ingressos comprados na portaria.


Contamos com o auxilio que foi fundamental para o evento, Wilson Will e Peter Miranda, sócios-proprietários da casa, Congas Music Beer, nos concederam tudo o que precisávamos para trabalhar. Nosso mais novo parceiro, a sonorização teve um trabalho impecável, Marquinhos Sonorização demonstrou ser um cara diferente, preocupado com as bandas a cada troca, estava a equipe no palco, cuidando dos músicos e fazendo o trabalho com toda calma e eficiência possível, indicamos esse excelente profissional. Tivemos o prazer de trabalhar com os seguintes fotografos: Ananda Silveira, Alice Durante, Doismídia (André Luis), Leticia Piazza (essa com resenha pelo Cultura em Peso também) e João de Bem. Contamos com os registros em vídeo de Karlus Valga, Urussanga Rock e d’A Hora Hard. E é de amigos que precisamos para fazer um evento, nem sempre dinheiro!

Falando agora das bandas, a banda a ter a responsabilidade de abrir os trabalhos, foi a reestreante em festivais, South Park, Hardcore/Punk de Içara/SC. O grupo voltou a ter mais uma oportunidade a um evento organizado pel’O SubSolo e mostrou para o que veio, quebrar tudo, até levaram ao pé da letra, na primeira música um estouro de cima do palco chamou a atenção, “era só” a pele do bumbo dando adeus, rs. Nada que abalou o andamento do evento, nada que umas fitas também não resolvessem e parece que foi algo que deu um gás a mais a banda, voltaram apresentando grandes canções. (Por Maykon Kjellin)

A segunda banda, em certos casos sou suspeito de falar, sou fã incondicional do trabalho. A Vetor Unitário foi convidada a participar da festa, por conta da sua proximidade com o blog/nosso trabalho e se o festival aconteceria na cidade dos caras, seria injusto deixa-los de fora dessa festa. Para surpresa de todos, Daniel Russo d‘A Hora Hard subiu ao palco e cantou “Zero e Um” do Dead Fish com os caras e demonstrou poder na voz, bacana que de certa forma quem consegue apoiar bandas fora do palco, também saiba como subir em um e soltar a voz, esse cara é gigante, monstro e nunca parará de nos surpreender. Fora esse clássico, o grupo apresentou canções autorais como “Fardas” uma das minhas favoritas, que logo tirou aplausos da galera, que está de saco cheio como certas coisas caem no conformismo e todos respeitam sem dizer sua opinião, e é com essa levada que a Vetor compõem muito bem, letra muito bem estruturada e instrumental envolvente. A presença de palco da banda é um diferencial absurdo, essa banda vai longe, foi um showzaço! (Por Maykon Kjellin)

Após o guitarrista ter finalmente conseguido chegar ao
evento, depois de complicações na estrada, Decolle subiu ao palco. Nessa apresentação
a banda estava “improvisada”, tocando com um ex-guitarrista, Otávio, da
primeira formação. O baterista foi “emprestado” da Doctor Jimmy. Essa mistura
funcionou! Os caras fizeram um show enérgico e agitaram o evento, tocando sons autorais
e covers. Destaque para a música autoral “Utopia Reversa” que está no segundo volume
da Coletânea O SubSolo. Devido o atraso, Decolle precisou reduzir seu setlist, para
seguir o cronograma do evento sem mais atrasos. O show foi muito agradável e
deixou o público querendo mais. (Por Jordana Aguiar)

Foi então que Turn Off subiu ao palco com alguns minutos cedidos a Decolle, o grupo subiu com excelentes covers, mostrando que a turnê pelo Rio Grande do Sul, inflou mais conhecimento e maturidade a banda e foi descendo do palco com o microfone sem fio e iniciando uma roda punk, que Eduardo Valcanaia ganhou o publico. O sorriso no rosto do baterista Pedro Pieri que é o único remanescente da formação original da banda, sendo que tem a logo da banda tatuada em sua perna, recentemente, aprendeu a tocar também como canhoto, dando mais liberdade a ele na bateria, executando boas viradas e mais agilidade na hora de tocar. Vi muitos shows da Turn Off e cada um deles tem algo especial, sua interação com o pessoal e a humildade/simpatia no palco é um fator crucial, ah, e anunciaram que vem disco novo por ai, “quem estamos ansiosos?”. (Por Maykon Kjellin)

Doctor Jimmy, banda de Imbituba/SC, chegou ao palco
ostentando seus seis integrantes. A abertura do show, ao som do teclado, trouxe
o conhecidíssimo clássico “Mr. Crowley”. 
Vieram outros clássicos
como “Comfortably Numb”, “Born to be Wild” e “Should I Stay or Should I Go”,
entre outros.
Os caras também apresentaram duas autorais, incluindo a
música “Não Tenho Pressa”, que já é o “hit” da banda. A integração da banda com
o público foi incrível, com direito a guitarrista se jogando no chão e membros
da banda participando das rodas punk durante o show. Doctor Jimmy conquistou a
galera e foi merecidamente muito aplaudida.

(Por Jordana Aguiar)


Dust Commando, de Taquari/RS, foi a headliner do evento. Quase
faltam palavras para falar desse show. Pela primeira vez a banda se apresentou em Santa Catarina, trouxeram consigo um sorriso no rosto e de certa forma muita ansiedade, mesmo assim, a experiência e a vontade de tocar falou mais forte. Músicas envolventes com uma pegada
Stoner Metal, além da identidade própria da banda. O público não pôde segurar o
pescoço! Banda em total sintonia e um vocal excelente, todos demonstrando muita
segurança e familiaridade com o palco. Além
das inúmeras músicas autorais, os caras mandaram um belo cover de Sepultura,
que levou a galera a loucura. Sem dúvidas Dust Commando foi uma escolha muito
apropriada para abrilhantar o horário nobre d’ O SubSolo Rock Festival.

(Por Jordana Aguiar)

Uma das bandas mais promissoras da região, chegou ao festival alimentando a ansiedade do público em assisti-los. O Alkanza é loucura total do início ao fim! Essa galera que agora se concentra na cidade sede do evento, em Tubarão/SC, não poupou os ouvidos de ninguém, mandaram uma porrada atrás da outra! O público
agitou muito ao som de Thrash Metal e de letras ácidas. Teve cabelo balançando e
mosh pit o tempo todo. O show foi uma ótima oportunidade para expor músicas do
novo trabalho “O Céu da Boca do Inferno” e ao mesmo tempo trazer músicas que de certa forma, já caíram nas graças da galera, como é o caso de “Brasil”, uma das músicas mais fortes do agora penúltimo disco lançado, “Colonizado pelo Sistema”. Os vocais de Thiago Bonazza demonstram raiva, apenas no olhar do mesmo. A bateria de Ramon é um vulcão, suas linhas são muito bem trabalhadas. André Guterro de certa forma é um coração que pulsa alucinadamente no palco, enquanto o Gustavo Jamarini é a estrela que faltava na formação, esse time está muito focado, entrosado e pesado, ansiosa por mais shows deles. (Por Jordana Aguiar)





E para encerrar com chave de ouro a 1º edição d’O Subsolo Rock Festival, descendo a Serra Catarinense direto para Terras Tubaronenses, os caras da Blood Eyes surpreenderam quem os escutou pela primeira vez. A banda iniciou o show com a “Soldado da Incerteza”, metendo logo em seguida as clássicas “Luz Negra”, “Minha História” e “Seres da Mente”. Com seus riffs de guitarra destruidores e precisos, a banda de Lages/SC fez o público presente fazer os últimos mosh pits do festival. Além das faixas que já são clássicos da banda, como a “Olhos de Sangue”, os caras também tocaram as suas músicas mais recentes. Outro ponto que se faz necessário o ressalte, é o fato da banda ser completamente disponível ao fãs. Ademais, o carisma do vocalista, Will Anjos, é algo que também vale a pena o destaque, o cara é a simpatia em pessoa, além de contar com um poderoso vocal! A única reclamação do público com relação ao show, foi a banda ter sido a última do evento. (Por Thabata Solazzo)

Conclusões sobre o evento;
 

Estima-se que mais de 180 headbangers do estado de Santa Catarina transitaram pelo Congas Music & Beer no decorrer do evento. O público presente agitou o festival do início ao fim, fazendo com que a expectativa dos organizadores fosse atingida e, consequentemente, superada.” – Thabata Solazzo

Particularmente esperava sanar todas as dívidas adquiridas do evento, mas não sabia que iríamos além de conseguir pagar as bandas e ter um publico acima de 150 pessoas. Todos tentavam me acalmar durante a semana pré-festival, e eu só sabia roer as unhas e me perguntar se tudo daria certo, e não deu certo, deu bem mais que certo, o evento foi um sucesso e já to até pensando no segundo evento…” – Maykon Kjellin 

O SubSolo é uma mídia independente voltada ao underground nacional. O apoio através de divulgação e valorização do trabalho autoral é de suma importância para a sobrevivência da cena. Poder concretizar isso em um festival é algo sensacional! Reunimos outras mídias independentes, bandas parceiras e amigos. Nossas metas foram alcançadas e nossos objetivos cumpridos.” – Jordana Aguiar


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