Na segunda edição do Frai’n Hell Rock Festival, O SubSolo teve o prazer de conversar de perto com os caras da Khrophus, banda de São José/SC que está na estrada desde 1993, fazendo um Death Metal brutal e de altíssima qualidade. Além de serem grandes músicos, os integrantes da Khrophus são pessoas muitíssimo agradáveis, que receberam as mídias independentes com todo carinho e atenção. Nesse dia, o baterista Carlos Fernandes estava sem voz, então o diálogo ocorreu com Adriano Ribeiro (guitarra) e o mais novo integrante da banda, Hugo Deigman (vocal e baixo).

Vem com O SubSolo para conferir esse bate papo incrível com veteranos do Metal.




Khrophus, sabemos que festival é cansativo e vocês
acabaram de sair de uma entrevista, por isso agradecemos imensamente pela
disponibilidade em nos receber, inclusive parabenizamos pelo ótimo show que
acabamos de assistir! Vocês estão aqui desde o início do festival, uma atitude
que nem sempre é comum, pois muitas bandas só comparecem para tocar e vão
embora. O que vocês estão achando do festival?
Hugo Deigman: Fico
agradecido também pelo trabalho que vocês fazem. Acabamos de dar uma entrevista
para o Urussanga Rock Music, onde falamos da cena, e sabemos que as mídias
independentes são muito importantes nesse contexto. Autonomia é depender do
maior número de pessoas possível, se é que vocês me entendem. Nós íamos
tocar em outro festival ontem, mas esse festival foi adiado, então não vimos
motivos para não vir para cá e curtir o evento. Também somos público e temos
interesse em ver as bandas. Eu particularmente não vim embora lá de Minas
Gerais para chegar aqui e empinar o nariz pra outras bandas, eu também quero
curtir o trabalho das outras bandas. Na verdade, eu ainda me vejo mais como fã
da Khrophus do que como integrante (risos). Eu acho que o espírito é esse. Eu
também gosto muito de acampar e de ter esse contato com a natureza, por isso
acho que os melhores eventos são os de camping. São os mais divertidos e os que
a gente mais consegue interagir com a galera. Não acho tão cansativo esse tipo
de evento, acho que nos dá oportunidade de fazer as coisas sem muita
correria. 
Adriano Ribeiro: Outra
coisa legal de festival é que reúne pessoas de vários lugares, não só bandas,
mas público de diversas cidades que interagem de forma a trazer o conhecimento
local de cada um. Isso não tem preço! É muito diferente de cada um ficar na sua
cidade indo em um show ou outro no seu bairro. Nesses eventos as pessoas saem
de suas cidades e se conhecem, interagem e trocam experiências. Isso é muito
legal. Na parte musical, aqui se reúnem muitos estilos, algo que eventos
pequenos não conseguem trazer. Aqui temos bandas maiores e menores reunidas e isso incentiva as menores a
acreditar que podem crescer também. Eu acho que festival só tem a agregar.
Santa Catarina é um exemplo a ser seguido por todos os estados. Têm festivais
aí desde a década de 90, e mesmo passando por crises estão sobrevivendo. Para
nós, como banda, isso é excelente, ter essa galera que faz a coisa acontecer.
Acho que isso é um presente para todos.

Quando vocês lançaram o “Eyes Of Madness” em 2013, rolou uma tour
bem grande, que passou pelo Brasil inteiro, inclusive foi pro exterior.
Certamente vocês tiveram contato com diversos tipos de público. Como vocês
percebem essas semelhanças e diferenças?
Adriano Ribeiro: O “Eyes Of
Madness” foi uma continuação do “Presages” que é o disco
anterior, foi uma sequência bem legal de shows, viajamos bastante, compusemos
durante a viagem. Fomos a 14 países e também a 10 estados brasileiros. Fizemos
3 turnês pra Europa, estamos indo para a 5ª turnê na Argentina, já fomos pro
Paraguai e Uruguai, que foram muito massa. Coisas engraçadas acontecem, como
pegar neve na Áustria numa terça-feira e tocar em Mossoró na sexta-feira
com 45ºC. São coisas que nós passamos que só quem está na estrada consegue ter
essa gama de situações. O “Eyes Of Madness” nos abriu muitas portas,
o nome da banda ganhou mais evidência, até por isso estamos demorando para
lançar um novo CD, devido o trabalho que o último álbum nos gerou, não só pelas
viagens, mas responder entrevistas, atender o público, colocar o material em
diversos lugares… isso tudo toma muito tempo. Nós somos uma banda que faz
tudo, não dependemos quase de ninguém. Claro que temos apoiadores, como a
gravadora na Argentina que lançou nosso CD lá, nós não gastamos nenhum centavo
e fomos contratados, nosso disco foi lançado na Rússia, nos Estados Unidos,
Costa Rica… isso foi cria do “Eyes Of Madness”, nós conseguimos
isso através dele. Agora isso gera expectativas pro próximo, né? Sobre o
público é tremendamente igual e diferente ao mesmo tempo. Cada local tem a sua
cultura, cada uma é diferente, mas ao mesmo tempo é igual porque em todos os
lugares que estivemos, seja no Brasil ou fora, a galera estava com camiseta de
banda, curtindo um som, bebendo, fazendo as mesmas coisas que qualquer um dos
outros países faz, exatamente igual. São diferenças iguais. 
Hugo Deigman: Eu
peguei o bonde andando, sentei na janela e tô aí (risos). Em 2009 eu promovi
dois eventos da turnê do “Presages”, um antes e um depois da
turnê na Europa, então eu fiz parte dessa história, mesmo que de fora. Agora
estou aí completando a turnê do “Eyes”. Já temos composições nessa
nova formação, onde eu já coloquei meu toque. Ao entrar na banda eu coloquei na
minha cabeça que eu não ia assistir vídeo nenhum da Khrophus para eu não me
influenciar e poder fazer a minha própria onda. Eu não descaracterizei a música
em si, nem pretendo fazer isso, mas tentei colocar minha cara ali, sem imitar.
O meu instrumento é um pouco diferente, o meu jeito de tocar e trabalhar as
linhas do Adriano são diferentes, a maneira como comunico o meu instrumento com
a bateria também é diferente, a maneira como eu coloco a minha voz é diferente.
Eu procuro não evidenciar a diferença, eu procuro fazer de acordo com aquilo
que eu ouvi nos discos e o que eu pude ter de experiência com a banda, mas ao
mesmo tempo colocar minha personalidade. Khrophus é uma banda que tem história.
A formação anterior já estava junta há
 10 anos; o Alex é um grande músico e um
grande vocalista, foi uma das pessoas que mais me chamou atenção tocando e
cantando e eu tenho ele como influência real dentro da música e do Death Metal.
Preencher essa vaga e poder completar a história que ele não me traz
nenhum sentimento ruim, como de querer superar ele e fazer melhor, não é isso.
Me sinto muito feliz de ter feito parte da história da banda antes, e agora
poder abraçá-la e seguir em frente com o trabalho.

Como vocês já citaram um pouco sobre o trabalho da
nova formação, poderiam nos falar mais um pouco sobre as novidades que podemos
esperar da Khrophus daqui pra frente? 
Adriano Ribeiro: Já que
falamos um pouco, agora vamos expor completamente (risos). Estamos com músicas
novas, estamos compondo mais músicas aos poucos, porque não fazemos nada com
pressa, porque a gente acredita que a composição tem vida própria, então ela
nasce, cresce e morre, e o tempo em que isso vai acontecer é indeterminado. A
gente deixa a música amadurecer. Nós tocamos várias vezes sem gravar, porque
quando você está tocando, surgem insights. Quanto aos lançamentos, nós
temos previsão de gravar o próximo CD em 2018, talvez em 2019, depende. Nós
teremos um videoclipe oficial com uma produção grande, que será gravado em Minas
Gerais, com um artista.
Hugo Deigman: Será
gravado com um ator do grande cinema independente nacional, ele acabou de
ganhar um prêmio por ter feito um vilão em um filme chamado “Touro”.
É o Ronaldo Lampi, ele é da minha cidade natal. Ele é um grande artista de
cinema e teatro, muito talentoso, com uma visibilidade grande. O Ronaldo sabe
fazer o negócio sombrio, ele tem essa potência.
Adriano Ribeiro: O
Ronado Lampi acreditou na nossa proposta e se disponibilizou a trabalhar com a
gente nesse clipe que está por vir.
Hugo Deigman: Temos
um cenário lá na minha cidade, Timóteo/MG, que nós vamos usar, e também temos
amigos que produzem um sarau de poesias que eu faço parte desde o início.
Estamos com a expectativa boa pra um trabalho de videoclipe.
Adriano Ribeiro: Além
disso, temos um acordo com uma banda da Espanha (chamada Apostles of Perversion).
Nós estamos lançando em conjunto um EP/LP com duas músicas novas de cada banda
que será lançado ano que vem. Esse EP nos oportunizou fazer uma turnê novamente
na Europa e também na África (em 2018), vamos passar por esses lugares em pelo
menos 20 dias. Muitas coisas nós ainda estamos amadurecendo as ideias,
temos que ir nos ajeitando e vendo como as coisas vão acontecendo, porque é
muita coisa ao mesmo tempo, nós também temos nossos empregos, nós trabalhamos
como qualquer pessoa. A banda é um hobbie muito divertido que nos dá muitas
oportunidades de coisas impagáveis. Apesar de ser um hobbie é algo que a gente
corre atrás, nós buscamos e fazemos acontecer. Esse é o diferencial, que muitas
bandas pecam. Tem bandas muito boas que morrem na praia (por não correrem atrás
das coisas).
Hugo Deigman: Nós
temos um trabalho conjunto, onde todos querem e trabalham pelo mesmo
objetivo. Ninguém vive da banda, mas de certa forma, todos vivem para a
banda, pelo amor à música e por querermos mostrá-la de alguma forma.
Adriano Ribeiro: O
retorno do trabalho a gente vê a cada dia, em cada lugar que nós vamos tem o
público que nos mostra que mais pessoas gostam do nosso trabalho além de nós
mesmos. Tem uma brincadeira que eu sempre falo, e que vocês vão rir: eu sempre
digo que Megadeth, para mim, é a segunda melhor banda do mundo. As pessoas perguntam:
Metallica é a melhor? Eu digo: não, Khrophus é a melhor! (risos).
Hugo Deigman: É isso
mesmo, temos que ter amor ao que fazemos. Quando fazemos isso, temos a
possibilidade de influenciar pessoas a também fazerem aquilo que acreditam.
Todo reconhecimento é fruto de trabalho, resistência, estudo. Todas as pessoas
são capazes, a gente não tem um talento nato. 

Sobre as composições, pelo que vocês comentaram, parece que o processo de
compor é algo coletivo, diferente de muitas bandas onde a composição é
centralizada em uma pessoa. Querem nos falar um pouco mais sobre isso?

Adriano Ribeiro: Como
eu já tenho uma estrada longa com a banda, geralmente eu venho com muitas
bases, riffs e tal, mas eu trabalho isso em conjunto com a banda. Eu trago algo
pronto e coloco pra banda avaliar junto comigo e assim nós vamos transformando
de homogêneo para heterogêneo. 
Hugo Deigman: Um
corpo que vive sem uma alma é uma máquina. Eu, particularmente, vejo o Adriano
como a alma do processo. A banda é o corpo. Eu escrevo letras, o Adriano
escreve letras, o Carlos não escreve letras mas ele dá muitas ideais ótimas,
ele diz pra gente sinceramente as coisas que ficaram ruins e nos ajuda a mudar.
Então é um processo coletivo.
Recentemente houve mudança de vocalista/baixista na
Khrophus. Como ocorreu a escolha do novo integrante? Qual foi o feedback do
público com a nova formação? Pois, como já foi citado, o Hugo veio com seus
diferenciais na forma de se apresentar.
Adriano Ribeiro: O
processo foi simples. Quando o Alex saiu, nós procuramos pessoas. Nós
verificamos quem estava disponível na cidade e na região, então acabamos
chamando o Chagas, que é um cara muito gente boa que eu conheço há anos, porém
não deu certo na banda por diversos motivos. Uma banda precisa estar focada
naquilo que acredita, e o Chagas ainda não acreditava nas mesmas coisas que a
banda. Nós precisávamos manter uma certa linha, dessa forma, acabamos
perguntando se ele gostaria de sair da banda, e foi o que aconteceu. No mesmo
dia falamos com o Alex e pedimos para ele retornar para banda, nos auxiliando
até que encontrássemos alguém. Isso durou mais de 3 meses. Durante esse tempo,
fizemos um post nas redes sociais convidando pessoas para participar de uma
espécie de processo seletivo. Tivemos resposta de 7 pessoas, todas de cidades
diferentes. Muitas pessoas tinham interesse, mas ficaram preocupadas sobre como
tocar, porque a música é difícil. Eu não acho nossa música difícil, mas ela tem
umas quebradas, tempos, paradas e coisas que exigem que a pessoa esteja muito
conectada com a música para tocar ao vivo. O nosso post foi engraçado
porque um dos itens era “ser gente fina”. Nós também precisávamos que
a pessoa tivesse instrumento e soubesse tocar, porque precisávamos com
urgência, nós tínhamos que cumprir os shows que estavam agendados. Alguns que
mandaram mensagem eram guitarristas querendo tocar baixo, vocalista que queria
só cantar, baixista que queria só tocar, e assim por diante. A sétima pessoa
que entrou em contato foi o Hugo, fazendo uma simples pergunta: “posso
participar?”. Nós já conhecíamos ele há 8 anos. Pedimos pra ele mandar um
vídeo tocando, um vídeo cantando e ele mandou. Eu e o Carlos assistimos e vimos
que o que estávamos procurando estava ali. O Hugo largou tudo na cidade dele lá
em Minas Gerais para vir morar em Florianópolis. Inicialmente morou com o
Carlos e depois alugou uma casa, agora vive por conta, não depende de ninguém.
Ele largou o mundo dele e construiu um novo mundo. Pra banda isso não tem
preço. Além disso ele cumpriu os itens que nós colocamos nos post,
principalmente de ser um cara gente boa. Não precisa ser gente boa
especialmente com a gente, mas com o público. Se você não for legal com seu
público, pra quê quer tocar em uma banda? É o público que faz a banda
acontecer. Se não quer o público, fica tocando em casa.

Hugo Deigman: Khrophus era uma banda que eu já admirava muito. Eu
via a possibilidade de tocar numa banda, ao mesmo tempo que eu tive um problema
com as pessoas que eu trabalhava lá em Minas Gerais na cozinha que eu tinha
montado, porque como qualquer trabalho às vezes surgem problemas. Não dava mais
pra levar a cozinha lá onde a gente estava trabalhando, eu estava revendo a
maneira como as coisas podiam se organizar. Eu aceitei uma proposta para
trabalhar em Vitória, eu pensava em ficar trabalhando lá, mas não achei a
condição muito favorável. Então, lá em Vitória, eu vi o anúncio da Khrophus que
precisava de um integrante pra banda, então pensei: “tá aí o que eu vou
fazer”. Eu entrei em contato com o pessoal, falei que não ia rolar a
proposta porque eu estava com outro projeto. Eu já estava contando que ia
entrar na Khrophus. Gravei os vídeos que eles pediram e mandei um material da
banda que eu tocava. Eu fiquei 1 mês pra tirar uma música deles, o cara fala
que não é difícil, mas é (risos). Nunca me deparei com algo complexo desse
jeito. Eu estava entrando numa banda, em uma cidade diferente, tendo que
refazer minha vida profissional e pensando como iria tirar essas músicas porque
já tinha show marcado. Se eu demorei 1 mês pra tirar uma música, eu tinha mais
2 meses para tirar quantas? Foi o Carlos que me recebeu na casa dele pra eu
poder estudar e tirar as músicas. Enquanto isso eu conseguia uns freelances nos
finais de semana. Agora já consegui me estabelecer. 
A Khrophus está na cena desde 1993. Como vocês
sentiram a evolução da cena, principalmente pro Death Metal nos últimos tempos?

Adriano Ribeiro: Era completamente diferente. Era difícil conseguir
shows, fazíamos poucos shows por ano. Era muito rock’n’roll que tinha na época.
O que me fez acreditar na Khrophus foi pensar no que eu podia fazer pra mudar
isso. Eu comecei a organizar shows em Floripa, São José, Palhoça, Biguaçu… eu
devo ter levado umas 300 bandas pra tocar lá, então acho que eu tenho um pouco
de “culpa” nisso aí tudo (risos). Se não têm as coisas, inventa!
Crie! Faça! Principalmente a galera jovem que tem mais energia e que pode fazer
acontecer. De lá pra cá as coisas melhoraram muito. Naquela época o equipamento
era muito ruim, muito fraco. Com o tempo, houve uma abertura no mercado. Hoje
em dia, o cara que começa uma banda ele já tem equipamento bom disponível, tem
festivais, tem público, tem tudo! Não há motivo para não fazer acontecer hoje.



Ainda falando sobre as bandas novas, vocês que tem bastante tempo de estrada
e muita experiência dentro do Metal, gostariam de dar dicas pra galera que está
começando agora?

Adriano Ribeiro: A primeira dica, que eu acho a mais importante, é
aquilo que eu já falei: fazer acontecer. Outra dica é você fazer parte da cena,
ir em shows, apoiar de todas as formas. Se você tem uma banda, entre em contato
com outras bandas, compartilhem equipamento, se juntem para fazer shows. Há
milhões de coisas a serem feitas. O primordial está na pessoa, na vontade dela
de fazer alguma coisa. Se você quer ter uma banda, saiba que as coisas não vão
cair do céu, tem que buscar. Isso não serve só pra banda, serve pra vida
também, pro trabalho, pra família, pra tudo!

Hugo Deigman: Eu acho que é uma coisa de não seguir moda, mas fazer
parte da cultura. Matem seus Deuses! Esqueçam bandas mortas, tem muita banda
viva por aí. As bandas grandes que já estão ricas, já fazem seus milhões, já
tem seu reconhecimento, já tem prestígio, já está marcada. Enquanto isso a roda
ainda está girando. Hoje tem facilidade de gravar, tem recursos. Além do mais
tem a possibilidade de divulgar pela internet. Hoje tem muito mais eventos.
Preste atenção naquilo que está acontecendo ao seu redor. Saiam do mundo
virtual, saiam da moda, saiam do mercado. O mercado quer te vender camisa do
Metallica, do AC/DC, do Pink Floyd, fazem diversos produtos porque isso vende.
O que custa você procurar as bandas locais? Custa fazer esse serviço para as
bandas locais? Eu não acho que vá vender menos camiseta. Falta apostar! Então é
isso: não vivam a moda, vivam a cultura.

Khrophus, foi uma honra trocar ideia com vocês. Obrigada pela recepção e
parabéns pelo trabalho de vocês, que está muito coeso apesar da recente mudança
de formação. Durante o show pudemos perceber o quanto vocês estão em sintonia e
isso é incrível. Para encerrar, deixamos um espaço para vocês mandarem um
recado pros leitores d’O SubSolo e a galera que curte o trabalho da banda.


Hugo Deigman: As considerações que eu gostaria de fazer são essas
que eu falei, em relação a cultura. Acho que já deixei bem pontuado. Então,
quero fazer uma consideração também a vocês, que realizam um trabalho de
pessoas independentes para pessoas independentes, é isso que faz a roda girar,
o interesse que vocês tem em divulgar as bandas locais. Esses portais trabalham
de verdade pela cena. A cena é musical, mas o que seria das bandas sem a mídia?
Tem gente que não liga, algumas pessoas só ouvem o som e gostam, mas outras
querer ler conteúdo, então esse trabalho é importante para essas pessoas. Isso
vai incentivar as pessoas a também quererem produzir algo próprio, a criar um
portal, produzir um evento, tocar em uma banda, exercitar seu instrumento,
estudar, ler para poder criar algo novo. Por isso minha consideração fica a
vocês, das mídias independentes que incentivam as bandas autorais a continuarem
sendo autorais, incentivam as bandas novas a continuarem no processo e incentivam
quem ainda não tem banda a arriscar.
Adriano Ribeiro: Quero
agradecer a todos que nos acompanham durante todos esses anos, tanto as pessoas
novas quanto as de mais idade. Agradeço a imprensa que sempre está nos
divulgando e apoiando. Agradeço os organizadores de eventos que nos procuram.
Agradeço também todos que fazem parte da cena de alguma forma.


Entrevista por: Karine Nunes e Jordana Aguiar