Em homenagem a Copa do Mundo de 2018, buscamos, para cada um dos 32 países participante, uma banda de Metal que imprime sua cultura local em seu som, para que o mundo todo possa conhecer suas raízes, seus ritmos, suas línguas e suas verdadeiras influências. Com vocês: Bandas de Cada Nação.




Grupo E
Brasil

Vocês podem achar que aqui viria a parte mais fácil, mas aí que vem o engano. Conhecendo tantas bandas, é muito difícil escolher apenas uma que represente o Brasil dentro do Metal. De cara, obviamente me vem Angra e Sepultura, bandas que já agregaram a sua musicalidade elementos típicos de nossas raízes, que cantaram sobre nosso país, mas vamos buscar algo mais desconhecido, sair desse clichê de sempre. Me lembrei de várias bandas que falam sobre a história do Brasil, com elementos de nossa cultura, com letras em inglês, em português… e foi aí que lembrei de uma que vai ainda mais fundo e canta em tupi-guaraní: Arandu Arakuaa. Perfeito! A nossa língua raíz, que foi base para parte de nosso vocabulário atual. Não apenas isso, mas Arandu Arakuaa também canta sobre as lendas de nosso folclore, principalmente os contos mais antigos e pertencentes a cultura indígena, ou sobre a natureza, sobre a rica fauna que o Brasil abriga. Não bastasse tudo isso, a música é uma mistura e tanto entre momentos amenos, alegres e com a bela voz cristalina da manauara Karine Aguiar, e outros mais tensos, pesados, rápidos, vocais gritados, e outros apenas de percussão e com cânticos realmente indígenas. Bom, olhando aqui meu formulário, acho que Arandu Arakuaa preencheu todos os quesitos que estava procurando para a banda que fosse representar o Brasil aqui no quadro.



Costa Rica

Praticamente na primeira banda que dei play eu tive certeza de que deveria postar aqui. Poderia ter mais elementos típicos? Poderia. Mas as letras em espanhol retratando a vivência costa-riquenha, o bom trabalho desse Thrash Metal melódico (como se descrevem) e o nome que lembra o clube de futebol inglês me fizeram pensar “por que não?”. Então, Arsenal, da capital da Costa Rica, foi minha escolha para representar o país que corre por fora no que diz respeito sobre quem irá se classificar para a próxima fase da Copa do Mundo. No entanto, no quesito música, Arsenal é uma banda forte e tradicional da cena Metal do país, tendo admiradores por toda a comunidade Thrash mundo a fora.






Sérvia

Mais um país eslavo, e então fui em busca de bandas que utilizassem ao máximo dos elementos que sua região oferecem como base cultural. A mitologia eslava não é muito repercutida por aqui, mas buscar bandas que cultuam essa tradição é um exercício interessante de enriquecimento de nosso conhecimento a respeito das culturas antigas que são quase esquecidas. A banda Сварун (Svarun) surgiu em 2008 e já alcança vôos internacionais, se destacando com seu belíssimo Metal sinfônico, com um riquíssimo trabalho instrumental e vocal, e tem em suas letras (em sérvio) contos baseados na mitologia eslava. A Svarun possui dois álbuns gravados e está desde 2014 sem novos lançamentos, mas a expectativa é de novidades em breve. O fato é que a Sérvia tem um fortíssimo candidato aqui nesse grupo.




Suíça


Muito famoso por seus chocolates, relógios e alpes, a Suíça é um belo país composto por colonização germânica, francesa e italiana, algo que se assemelha muito ao Brasil. Tal semelhança se deu também na quantidade de gols marcados na partida entre ambas seleções na primeira rodada. No entanto, falemos de Metal, e quando quero buscar algo Folk que remeta a Suíça acredito que mitologia helvécia seja a mais propícia para o assunto. Em atividade desde 2005, Morgarten faz isso através de um Black Metal bem trabalho e com agressividade na dose ideal, soando mais Heavy/Power/Prog do que Black no que se trata do instrumental, mas o vocal é totalmente extremo, gritado e rasgado, o que dá o ar de brutalidade a horda. Até então, Morgarten tem apenas um álbum lançado, em 2015, mas deixa a expectativa de ver mais trabalhos no futuro, assim como a seleção de seu país, que fez jogo duro frente ao Brasil e sempre cria expectativas para passar da fase de grupos.


Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.