Em homenagem a Copa do Mundo de 2018, buscamos, para cada um dos 32 países participante, uma banda de Metal que imprime sua cultura local em seu som, para que o mundo todo possa conhecer suas raízes, seus ritmos, suas línguas e suas verdadeiras influências. Com vocês: Bandas de Cada Nação.




Grupo F
Alemanha

Alemanha é um país extremamente tradicional no futebol e no Metal. Com quatro títulos mundiais (o último, inclusive, em solo brasileiro após o histórico 7×1) e um quarteto chamado de Big 4 Alemão (Kreator, Sodom, Destruction e Tankard), o país também conta com um clube extremamente popular no mundo da bola (Bayern de Munique) e uma banda também muito reconhecida no Metal alternativo (Rammstein). Os bávaros são de fato bem renomados mundo a fora, até por serem pais da cerveja, e só por isso já merecem muitos louvores. Aliás, a cerveja faz parte da rica história da Alemanha, que possui um passado rico e repleto de lendas que ecoam até os tempos atuais, como através de bandas como a Odroerir, que canta sobre o folclore germânico junto a elementos típicos da música medieval, mas sem deixar a distorção das guitarras do Heavy Metal de lado. A banda está desde 1998 na ativa e conta com quatro álbuns gravados, todos em alemão e com pegadas furiosas e encantadoras em todos os instrumentos, acústicos ou elétricos. Para fãs de Folk Metal clássico, Odroerir é uma pedida ótima.






Coreia do Sul

Confesso que estava ansioso para chegar em algum país asiático, para ver o que eu iria encontrar que fosse fundir a música tradicional oriental aos elementos do Heavy Metal. Também admito ser um apreciador da sonoridade um pouco melancólica da música típica de países do outro lado do globo, então tinha um certo receio de como isso iria soar junto com a energia e agressividade do Metal. E se no futebol a Coréia do Sul não encanta, aqui ela me deixou “wow” logo de cara. Gostwind é uma banda formada por músicos de muito bom gosto e virtuosidade, que faz uma mistura de Heavy Metal clássico com esses elementos genuinamente sul-coreanos, não apenas os instrumentos, mas também nas letras e nas melodias vocais, que mantém esse certo ar de melancolia. Em catorze anos de atividade, Gostwind tem quatro full-lengths, todos bem avaliados e com a proposta característica do grupo da capital Seul.






México

Caótico. É isso que posso definir o que pensei ao ouvir o primeiro som dessa banda. E não é por menos. Assim como a seleção de seu país, que sempre se propõe a entrar em campo para causar pavor em seus adversários (Alemanha que o diga), a banda Nahual Negro não é nem um pouco diferente. O Death Metal extremo e brutal do grupo da capital mexicana assusta, desnorteia, mas é mais impressionante a forma como os elementos pré-hispânicos da cultura mexicana surgem dentro do som destruidor que ouvimos. Instrumentos de sopro, de percussão, cânticos indígenas, tudo isso é plano de fundo para guitarras que executam riffs animalescos e vocais que mastigam o ouvido enquanto narram lendas da mitologia pré-hispânica. Cheguei a cogitar alguns nomes mais conhecidos para essa vaga de representante do México, mas Nahual Negro faz por merecer.




Suécia


Tirando a Coréia do Sul, esse grupo é um dos que mais poderiam ser recheados de bandas famosas. Aqui na Suécia, poderia mencionar várias sem esforço: Arch Enemy, Meshuggah, Soilwork, In Flames, Opeth… e estou me contendo para não escalar Amon Amarth, pois de fato o seu Viking Metal condiz com as tradições nórdicas de seu país. Mas vamos atrás de algo um pouco mais desconhecido e que seja ainda mais autentico do que Amon Amarth. Månegarm pode não ser exatamente desconhecido, possui uma repercussão grande quando se trata de Metal que faz ode a cultura viking, mas pela qualidade que apresenta em seu som, sem deixar de lado a raíz musical nórdica, deveria estar no mesmo patamar da banda viking mais famosa do mundo. As guitarras são extremamente agressivas, furiosas, assim como a voz que narra as tradicionais batalhas e rituais que ocorriam na antiga Escandinávia. Em contraste a isso, temos instrumentos que constroem belas melodias suaves ao fundo, com cordas limpas e sopros como o frio vento do norte europeu. Os vikings estão na ativa desde 1995 e possuem oito álbuns e nunca deixaram suas raízes (exceto em alguns trabalhos recentes onde compuseram em inglês). De toda forma, Manegarm tem uma musicalidade extremamente imersiva, que faz sua barba crescer a cada minuto dedicado a ouvir essa espetacular banda. E se não está crescendo, é por que você está ouvindo sem acreditar em Odin! Sköl!


Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.