Salve Headbangers! Chegamos em mais uma edição da nossa coluna História & Metal, que tem como objetivo narrar os contextos históricos por trás desse gênero que tanto amamos. O tema de hoje é bem marcante para história do país e como é comum na historiografia possui variais versões e personagens. Então vamos ao som do gaúchos do Carniça que fala da Revolução Farroupilha.
Desde já, um adendo que o termo revolução é contestado por alguns historiadores pois, defendem que para que ocorra uma revolução é necessário uma ruptura com modelo anterior, vide por exemplo a revolução industrial). Entretanto, para manter o título da música que vamos estar abordando vamos de revolução mesmo. Mas, em outras obras você pode encontrar Guerra dos Farrapos, Revolta Farroupilha ou Decênio Heroico.
O evento ocorreu no período de 1835-1845 (decênio) eclodindo principalmente no Rio Grande do Sul e teve o envolvimento desde a classe dominante gaúcha até a população pobre como massa de apoio. Um detalhe histórico é que o Rio Grande do Sul sempre foi palco de conflitos entre portugueses e espanhóis, o que marcou muito essa região que com o fim dos conflitos, esperavam que o governo federal desse mais apoio para a região o que não ocorreu, pelo contrário na verdade.
No ano de 1821 o governo central começou a aumentar a cobrança de taxas em cima de produtos que são culturalmente e economicamente importantes para os gaúchos como o Charque, Erva mate, couro etc… Não contente com isso, em 1830 o governo geral aumentou e muito a taxa do charque gaúcho, o que na verdade o desejo do governo realmente era aumentar as importações da prata ferrando bonito a economia gaúcha. Somando a isso ainda tinha a indignação do aumento de outros produtos, com o afastamento das capitais, pronto estava lançado a revolta.
20 de setembro de 1835, as forças de oposição ao governo geral assumem a capital de Porto Alegre o que fez o presidente da província se refugiar e esse ataque foi planejado por Bento Gonçalves (grave esse nome) que assumiu a vaga de presidente da província porém.
O governo federativo sabia que essa revolta caso desse certo, ela poderia enfraquecer seu poder e servindo de exemplos para outros estados, por isso começou a pressionar a capital gaúcha (teve algumas trocas mas não vou aprofundar para o texto não ficar muito histórico hahaha). Vendo que não dava para chegar num acordo, o governo federal decidiu ampliar as represarias e no dia 9 de setembro de 1836, os farrapos impuseram uma importante derrota ao governo e essa vitória mostrou a força do povo gaúcho por isso mesmo foi proclamada a Republica Rio-Grandense.
O escolhido para ser o presidente dessa nova república foi Bento Gonçalves porém como ele estava no cerco a Porto alegre ele decide voltar para província para se juntar aos vitoriosos entretanto, ao atravessar o Rio Jacuí ele e sua tropa de mais de mil homens são capturados. O governo imperial, após esta vitória oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Ou seja o conflito estava bem longe do fim.
No ano de 1836, os farrapos estavam perdendo as forças, porém, um ano depois a noticia que Bento Gonçalves estava vindo assumir a presidência gerou o fortalecimento da revolta entretanto faltava conquistar a capital. E ai entra outro nome importante para nossa historia Giuseppe Garibaldi que tinha por missão construir barcos e ampliar a resistência contra o império, então vou dar outro pulo histórico mas, vamos ter prisão dele no Uruguai, tortura na argenta etc…se gosta dessa vibe vale pesquisar.
Um detalhe importante é que o Rio Grande do Sul não tem portos. Então o jeito era conquistar uma cidade que o tivesse, no caso Laguna em Santa Catarina foi a ‘escolhida’. Mas como transportar esse barcos sem ser pela água? Simples! Colocando rodas nos barcos e transporta-los por terra. O resultado dessa jornada levou a conquista da cidade e em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana que durou apenas 4 meses. A tomada de Laguna levou os farrapos a tentar conquistar desterro, porém não foram bem sucedidos e no dia 15 de novembro de 1839 um ataque pesado a cidade de Laguna, contando com marinha, infantaria e cavalaria resulta na destruição completa da esquadra farroupilha e na retomada da cidade. Todos os chefes da marinha Rio-Grandense são mortos, com exceção de Garibaldi.
1940 os farrapos tentam manter a resistência, mas dessa vez em Taquari/RS. Farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. No final de 1842 o barão que depois virou o Duque de Caxias foi responsável pela reviravolta do conflito, empurrando os farroupilhas para o Uruguai o que levou a assinatura de uma pacificação em 1845. Não foi uma vitória completa, mas longe de ser uma derrota.
Após essa longa e ao mesmo tempo encurtada história sobre a Revolução Farroupilha, temos a banda de Death Metal do Rio Grande do Sul, Carniça, que lançou em 2017 a música Revolução Farroupilha. A música faria parte ainda do seu disco autointitulado lançado no mesmo ano. Um detalhe importante, é que a música foi lançada no dia 20 de Setembro de 2017, comemorado o “Dia do Gaúcho”, onde também ocorre a semana farroupilha entre os dias 03 e 20 de Setembro de todos os anos, provando mais uma vez que o povo gaúcho é o mais apaixonado pelo seu estado.