As vezes eu fico em dúvida, se ainda é necessário apresentar a Vox Ígnea, mas, vamos lá. Banda de Hard Rock fundada em São Paulo, com influências dos maiores nomes do gênero, como Led Zeppelin e Aerosmith, assim como algo mais atual, como Rival Sons. A banda é atualmente formada por Raquel Lopes nos vocais, Rodrigo Santos na guitarra, Evandro Araújo no baixo e André Martins na bateria.
Na carreira da Vox Ígnea o seu antigo EP “Em Chamas” era o maior marco da banda. Como eu disse, era. “Nem Um Minuto a Mais” passa a ser o ponto mais alto da carreira da banda de Hard Rock pelo simples fato de que, esse disco tem todos os elementos possíveis que o Rock ‘n Roll necessita para ser extraordinário.
Todas as músicas tem seu riff em especial. A diferença é que, nesse disco o Rodrigo Santos conseguiu preencher muito melhor as músicas, talvez um pouco mais de sintonia com Evandro Araújo fez com que dois instrumentos de corda tenham tido êxito e ficaram soando como se fossem mais (em quantidade) instrumentistas. As linhas de bateria são sempre um show a parte, admiro muito a pessoa que o André Martins é, mas acima de tudo, o admiro como músico. As viradas de bateria sempre buscam casar com as trocas de riffs das músicas, ele é quase quem comanda a ‘orquestra’.
Vamos fazer um pequeno faixa a faixa:
A primeira faixa que abre o EP “Advocatus Daiboli” além de riffs bem coesos e extravagantes, mostram um lado da Vox Ígnea que todos tem que conhecer, o de “arriscar” e fica o destaque com o refrão que é onde a voz de Raquel Lopes é melhor explorado.
Em “Covil” a banda apresenta uma influência de David Bowie, uma música mais pegajosa, com riffs mais no estilo mais breakingdown, pesado, robusto e groovado. Talvez pela essência dessa faixa, foi o motivo de ela ter sido escolhida para ser o videoclipe de divulgação do EP.
A terceira faixa é uma das melhores se não a melhor do disco “Ego de Rei”, que fala muito do ego do ser humano e sobre suas crises psicóticas em desmerecer as outras pessoas tentando pisotear nos outros para se sentir bem consigo mesmo. Ou seja, fala sobre as pessoas que são dignas de pena. Quanto maior acham que estão, maior é o tombo.
“Faça Melhor” é uma música surpreendente. Ela tem cara de começo, de final ou de meio de EP. Interessante como ela consegue se encaixar em diversas ocasiões dentro de uma mesma proposta. Os vocais de Raquel Lopes com toques de drive, deixam a música ainda mais audaciosa e acredito que, essa é uma das músicas que mostra a verdadeira face da Vox Ígnea, principalmente pela desenvoltura da bateria, guitarra e baixo.
Surpresa sempre vem para o final. Com toques de Bandolim, tocados pelo baixista Evandro Araújo, que é um músico que dispensa comentários, a Vox Ígnea fecha o disco com “Me Mostre”. Essa música é praticamente acústica, soa como uma balada que mostra outra face da Vox Ígnea. A música é excelente, traz toques de nostalgia e relembra muitas músicas oitentista que buscavam essa pegada.
E assim encerra o EP. Produção impecável, criatividade mil e a única coisa que eu não gostei, foi a ordem do tracklist que poderia ter sido muito melhor explorado. Não deixaria uma música tão extraordinária como “Me Mostre” ser o encerramento de um trabalho, procuraria ser “mais Vox Ígnea” e fecharia com algo mais pegado, talvez com “Faça Melhor”. Algo me diz que esse EP, vai ter um futuro brilhante e merece, o trabalho é incrível.
TRACKLIST
01) Advocatus Daiboli
02) Covil
03) Ego de Rei
04) Faça Melhor
05) Me Mostre
FORMAÇÃO
Raquel Lopes – vocal
Rodrigo Santos – guitarra
Evandro Araujo – baixo
André Martins – bateria
Raquel Lopes – vocal
Rodrigo Santos – guitarra
Evandro Araujo – baixo
André Martins – bateria
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