50 – De músico para músico – Comportamento – Guitarrista
Dando sequência na parte comportamental da coluna, vamos para o instrumento que tem as maiores chances de dar complicação no convívio e também na gravação.
A afirmação de que as chances de problema são maiores se dá pela sequência de fatos a seguir:
– Muito comum ter dois guitarristas na banda,
– Instrumento com maior incidência de músicos disponíveis,
– Variedade maior de tipos de instrumento e instrumentista,
– Técnica mais refinada para cada músico.
Portanto, o problema não é o caráter do músico, longe disso, mas sim o próprio instrumento que gera uma série de problemas quando o assunto é convívio e gravação.
Vamos falar sobre as boas práticas nesses âmbitos e tentar suavizar os atritos.
– Palco –
– Seu equipamento ocupa espaço, é ruidoso e precisa de testes. Tenha seus presets programados e estudados para minimizar o tempo e ruído na hora de passar som;
– O timbre é sensível, aguarde os outros instrumentistas estarem prontos para passar o volume e testar o equipamento;
– Evite ao máximo fazer o seu aquecimento com o volume aberto, faça no mudo para não atrapalhar a banda;
– Muito cuidado ao transportar seu equipamento, tanto o instrumento quanto os periféricos são muito sensíveis e ou a trepidação do veículo ou o modo em que as coisas foram empilhadas podem gerar danos;
– No caso comum de haver outro guitarrista na banda, aguarde ele ter o equipamento pronto e faça a passagem de som e volume juntos, para equalizar o áudio de forma a se adequar à casa.
Basicamente são boas práticas de conjunto, mas que aplicadas ao guitarrista fazem maior sentido.
– Estúdio de gravação –
– Leve seu equipamento para ter seu timbre característico mas saiba aproveitar o que o técnico tem pra te oferecer. Neste caso, não modifique seu timbre sem que consiga reproduzir depois, mas use os recursos a fim de melhorar o que você já tem e tornar a gravação ainda melhor;
– Estude as músicas, chegue com tudo nas pontas dos dedos, seja prático e saiba o que deseja para o resultado da sua música;
– Não tenha preguiça de gravar muitas vezes o mesmo trecho, isso trará a perfeição da gravação;
– Pergunte a opinião do técnico sobre a quantidade de dobras e timbres diferentes a serem utilizados, isso pode ser fatal para a qualidade almejada;
– Na hora de dividir gravação com o segundo guitarrista, saibam identificar as partes de cada um, tenham isso devidamente dividido anteriormente;
– Os solos e as dobras de solo precisam ser ainda melhor calculadas, estudem o que precisa ser feito, não deixe para pensar em tudo isso no ato da gravação;
– Leve sua palheta da sorte, seu ramo de arruda, seu tênis de gravação ou seja lá qual for a sua mandinga, mas quando você cometer algum erro, tenha a tranquilidade de parar, respirar e refazer com qualidade. Evitar nervosismo e culpar item x ou y pelo seu erro, errar é normal, apenas faça de novo e acerte.
Boas práticas que levam ao profissionalismo, sempre.
É muito comum um instrumento tão importante e ao mesmo tempo delicado gerar problemas de concentração e de convívio. O músico pode ser mal interpretado e isso acaba por gerar uma série de problemas que seriam simples de resolver, mas que a maioria das pessoas transforma em um bicho de 7 cabeças.
Dica master – AFINE, toque e AFINE DE NOVO
Tenha sua afinação sempre conferida e não gere discussão caso alguém questionar sua afinação. O instrumento pode muito bem sofrer alguma alteração climática que independe da ação do músico.
Sejamos gente boa, evitaremos atrito e com certeza o som sairá melhor!
Logo falaremos sobre tecladistas, segura!