A alguns dias atrás, tive a honra de ser convidado para conferir, na tarde deste último domingo, 27 de novembro, a prévia do que a Alkanza está preparando para o seu vindouro álbum. Junto a mim, tive a companhia de um seleto público que admira e acompanha a banda, que em sua maioria teria a primeira impressão de boa parte do que está sendo trabalhado.


Assim que tudo ficou pronto no California 85 Studio, em Tubarão, a banda começou a esquentar o ambiente – que era um dos poucos refúgios do intenso calor que se fez presente na cidade. Após o aquecimento com duas músicas do disco Colonizados Pelo Sistema, foi a hora de dar o ponta pé inicial para as novas faixas. “É Só?!” foi a primeira apresentada e a primeira a atrair retorno positivo dos presentes, que ao final dos pesados riffs deu vez a elogios e demonstrações de aprovação.


Logo de cara ficou visível que a banda está tocando em alto nível. A bateria de Ramon Scheper dá novos ares a sonoridade da Alkanza, graças a versatilidade do baterista. O mais novo membro, Gustavo Jamarini, assumiu o baixo e complementa de forma impecável o jogo entre bateria e guitarras, conduzindo muito bem as linhas que exigem domínio sob o instrumento. André Guterro alterna entre momentos de pura explosão com um estado de tranquilidade no que está fazendo. Nas músicas que vieram por seguir, foi possível notar que além de tocar, André surge com participações vocais, acrescentando com a voz de Thiago Bonazza, que retornou a guitarra e está em sua melhor fase, inclusive já portando uma belíssima guitarra signature, feita com exclusividade pelo genial luthier Will Ramos Nandi (que também estava presente), qual reflete a identidade do frontman da banda.

Voltando ao som, as duas seguintes já eram conhecidas pelo público. “Paciência” veio mostrando um trabalho monstruoso na cozinha da banda. Bateria e baixo tem seus momentos solos e mostram que a banda está amadurecendo e evoluindo seus conceitos musicais. A continuação disso foi na “Em Coma”, que começa com uma introdução apenas no baixo, que dá vez a riffs violentos que conduzem a música, juntos a um vocal avassalador. A faixa conta com uma espécie de breakdown que se resume no mais puro groove que o Metal pode oferecer. Não houveram cabeças contidas nesse momento.

“Escolhas” foi mais uma novidade, que carrega tanto momentos de velocidade absurda nos riffs, que com certeza irão motivar rodas nos próximos shows da banda, quanto notas mais marcadas e que dão espaço para admirar o baita trabalho feito entre todos os instrumentos. Encerrando este set, a banda trouxe “Se Comovem Mas Não Se Movem”, que simplesmente deixou a sensação de querer mais no ar, como se todos os riffs pesados apresentados pela Alkanza não tivessem sido suficientes.

Restam ainda três músicas que estão em fase de produção, mas estas cinco definiram bem o conceito que a banda irá trazer para o próximo álbum, que terá suas gravações iniciadas em janeiro. A expectativa, sem dúvidas, se tornou enorme, principalmente depois de conversar com Thiago, que revelou alguns planos ambiciosos da banda, como por exemplo, deixar a capa do álbum por conta dos fãs da banda. Mês que vem será lançada a campanha para buscar a arte que vai ilustrar o disco, que pode vir de qualquer um, desde um mero admirador que está aprendendo a desenhar até um artista que tenha domínio sob esta área. 

Para tudo isso, resta esperar, mas agora com uma certeza: é uma esperar que vai valer a pena no fim das contas.
Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.