Já começamos o ano com o açougueiro assassino com o cutelo na nossa cola. O primeiro evento do Bob Rock Produções já veio com os dois pés, trazendo um cast insano de bandas de metal extremo em um evento de camping na casa do Bob, que já conta com calendário de festivais até abril.
Volkmort | Doom Metal | Timbó/SC
A banda referência do Doom Metal de Santa Catarina, na ativa desde 2004, e com mais de 20 anos de bagagem musical, mandou um som pesado com um show intenso e sombrio em grande estilo.
O quarteto timboense, sempre se destaca pela qualidade de som e a performance no palco. Potencializados com muita técnica de execução e impressionando com sua atmosfera densa e sombria que é característico da banda
Durante sua apresentação de uma hora, a banda interpretou faixas como: Sentenced, Blood, Returning, Destructive, From Glory.
Formação: Dunkel Traum (voz), Necro Abhorrence, (guitarra/teclados) Deathos (baixo) e Sepulchral (bateria)
Review: Karla Sweden
Fotos: Sidney Oss Emer
Zombie Cookbook | Death Metal | Joinville/SC
A segunda banda da noite a se apresentar no festival vinha diretamente de Joinville-SC, a Zombie CookBook, uma das apresentações mais aguardadas pelo público, que novamente se reunia em frente ao palco após a apresentação da Volkmort.
Para quem conhece a banda, sabe que gostam de explorar bastante a temática de filmes de terror, e lá estavam eles, utilizando suas respectivas máscaras assustadoras e com sangue esparramado, além da vestimenta padrão, a decoração continha pedaços de corpo humano espalhados e pendurados pelo palco.
Mas o que de fato chamava a atenção do público em assistir o show da banda, foi justamente por ser primeira performance ao vivo do novo vocalista da banda, o zumbi Necrosis ou Andrei Souza. Outro fato curioso dessa apresentação, foi a aparição do Igor Thomaz (baterista da banda Orthostat) que substituía parcialmente Gabriel Carvalho, e completava o line-up da banda.
A família de zumbis, assim como gostam de se identificar, durante a apresentação trouxeram faixas como: Horroris, 666Th Den, Formless.. Twisted… Shapeless, I Sell the Dead, entre outras faixas dos álbums Horroris Causa e Outside the Grave, além de singles como: Motel Hell. A setlist apresentada pela banda foi brutal, insano e literalmente um combustível para incontáveis e intermináveis moshs do início ao fim da apresentação, com direito a participação do baixista no último mosh que marcava o encerramento do show.
Formação: Necrosis (voz), Dismembered (guitarra), Consumed (guitarra), Thombstoned (baixo), Leprous (bateria), Repulsive (bateria)
Review: Gustavo Martin
Fotos: Sidney Oss Emer
Orthostat | Death Metal | Jaraguá do Sul/SC
Ao som de Hydrogen a banda Orthostat anunciou sua entrada no palco, marcando o momento de nos prestigiar com seu som diferenciado, carregado de compassos elaborados e técnicos. Sem sombra de dúvidas uma das minhas preferidas.
Expressamente de Jaraguá, os músicos altamente gabaritados, detonaram com seu metal da morte nos palcos do Bob Rock. Uma banda que, definitivamente merece estar entre os principais nomes do Death Metal nacional. Som de qualidade absurda e um trabalho sério.
Entre as faixas que compunham o setlist da banda, estavam: Hydrogen, Radioctaivty, Incitatus, Singularity, Chemistry, Qetesh, Entropy, Heat Death, Ambaxtoi.
Formação: David Lago (voz e guitarra), Rudolph Hille (guitarra), Eduardo Arbigaus (baixo), Igor Thomaz (bateria)
Review: Karla Sweden
Fotos: Sidney Oss Emer
Antes da próxima banda se apresentar, uma pausa estratégica à 00:00 para cantar os parabéns para o Bob, organizador do evento, que estava de aniversário e escolheu esta data justamente por este motivo.
Em um breve discurso, Bob relembrou os primeiros anos de organização nos inícios dos anos 2000, citando até mesmo inspirações como o saudoso River Rock Festival. Visivelmente satisfeito com a sua trajetória, agradeceu a presença de todos, e estendeu o convite para os próximos eventos que virão, agora na nova área de festivais, inaugurada no fim do ano passado. Ao término do discurso, obviamente recebeu os aplausos e ovações do público, e até mandou um gutural para preparar o palco para a próxima banda.
Mandou até um gutural no fim do discurso.
Flesh Grinder | Splatter Death Metal | Joinville/SC
É, meu amigos. Parece que o nosso querido Bob escolheu a dedo as bandas para um evento chamado Butcher Extreme. Só nomes de peso, e consolidados na cena se apresentando no palco, e com Flesh Grinder não poderia ser diferente. Há mais de 30 anos na estrada, um dos ícones do Death Metal/Splatter catarinense, a banda possui uma presença marcante, que, desde o início, chama a atenção dos presentes, com seu peso inconfundível.
Basicamente é chover no molhado, falar sobre a habilidade técnica da banda que conta com músicos tão experientes. Sempre que sobe ao palco, é certeza de moshs incessantes e violentos, onde o público espera sedento pelos blast beats, riffs e breakdons de respeito para bater cabeça e pular nas rodas.
E este show foi particularmente especial devido à execução de 4 músicas novas: Tanatognose, De Peocessus Corporias Apertio, Fossa das Flictenas e Green bacterianus. Todas presentes no seu mais recente trabalho Biacromioxifopubiano, lançado em 2024. As letras, obviamente falando da podridão do humano, na sua forma carnal mais crua e (literalmente) visceral.
Formação: Fábio (voz e guitarra), Douglas (guitarra), Daniel (bateria)
Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Sidney Oss Emer
Deadnation | Death Metal | Tubarão/SC
Encerrando a noite brutal do Butcher Extreme Fest, outro grande nome do Metal catarinense sobe ao palco para enfiar o último cutelo no bucho dos que ainda estavam vivos para presenciar a carnificina.
Inicialmente, já podemos perceber que nos deparamos com uma nova cada no lineup. Após o anúncio da saída do vocalista Fabrício Wronski em dezembro de 2024, este evento marca o show de estreia da nova voz da Deadnation: Willian Bernardo, que já possui experiência em outras bandas do gênero na cena, agora inaugura seu posto com grande estilo, apresentando forte presença de palco e constante interação com o público, que respondia à altura aos seus “berros”.
A banda em si, também traz muito peso para o palco, com músicas rápidas e violentas, onde a presença das duas guitarras é fundamental para um som encorpado e que envolve o ambiente, que, `mesmo frente à uma área aberta, alcançou os mais longínquos cantos da casa do Bob.
Formação: Willian (voz), Rafael (guitarra), Jefferson (guitarra), Franco (baixo), Gustavo (bateria)
Review: Sidney Oss Emer
Fotos: Sidney Oss Emer
ANÁLISE TÉCNICA
Estrutura: Inaugurada no final do ano passado, a nova área de shows da Casa do Bob foi muito elogiada pelos presentes. Agora, com um espaço maior, é possível juntar mais gene em frente ao palco, ao mesmo tempo que quem estiver meio cansado, pode apreciar o som lá de cima, sentado no conforto das mesas do bar. O local também conta com área para estacionamento e camping.
Som e Luz: A equipe de som e luz, este sempre presente acompanhando e verificando as questões técnicas, para garantir uma boa performance às bandas, inclusive atendendo aos pedidos específicos como predominância de cores na iluminação.
Horários: A primeira banda se apresentou às 19:00, e a partir de então, todas as trocas foram feitas com tempo médio de 25 minutos, sem atrasos ou contratempos.
Cast: Como mencionado anteriormente, parece que o cast foi escolhido a dedo para combinar o estilo das bandas com o nome do evento, que trouxe muita brutalidade através de grandes nomes da cena catarinense.
Bar e Cozinha: As opções de bebida foram majoritariamente chopp e cuba, que tiveram saída durante toda a noite. Na parte de alimentação, o bar contou com salgados como espetinho, bolinho de carne e pastéis.
Porém aqui, abro uma licença poética para falar de minhas impressões pessoais, pois os petiscos que realmente fizeram sucesso, foi o rollmops, que rendeu várias rodadas de apreciação desta fina iguaria.
Assim encerra-se com sucesso, mais um evento com o selo Bob de qualidade. Iniciando o ano já com um baita evento para, como sempre, curtir um som, reunir os amigos e tomar aquele chopp gelado com a galera.
No dia seguinte, o anfitrião serviu um churrasco acompanhado de chopp para os que permaneceram vivos. E enquanto a carne não saía, vários momentos de entretenimento, rendendo até campeonato de truco com a galera.