Inovando no layout e localização, o evento que recebe o nome de sua cidade natal, procurou um novo espaço para diversificar (ainda mais) um atrativo para o público.
Conhecida por sua criatividade e inovação, a organização do Rock in Hell do Campo, em sua quinta edição, nos leva até Pouso Redondo para o Camping Cachoeira Pombinha onde acontece a edição open air da festa.

O SUBSOLO | COBERTURA | ROCK IN HELLOWEEN 2019

Para abrir o evento, Virus HC sobe ao palco com sede de sangue e respirando vingança. Para dar as boas vindas ao público, do qual, muitos já se encontravam instalados no acampamento desde o dia anterior, Virus HC, que vem se mostrando uma banda fortemente ativa na cena, trouxe seu mais recente trabalho Respirando Vingança (2019), setlist este que mostrou para a galera que o hardcore oitentista não morreu. Contrariamente a isso, está bem vivo e infectando as pessoas por onde passa. Além das músicas do EP, apresentaram sua nova música Realidade. Para finalizar o show, fizeram uma canja com o Gil, vocalista da banda Comando Ramones, Tributo que, desde 2002 representa o cenário HC e, já que no Rock in HELLoween podia ir à fantasia, tivemos no palco além da apresentação sonora, a presença do Papai Noel Filho da Puta.
Infelizmente, por motivos logísticos, a banda MagneticA Metallica Tribute não pode chegar a tempo conforme cronograma divulgado. Sendo assim, cancelada a sua apresentação.
Assumindo o palco e preparados para manter a violência pairando no ar, Overblack massacra os ouvidos dos presentes durante todo o show, com um pedal duplo somado ao groove dos baixos e a agressividade e velocidade da guitarra. Mistura essa que conferiu uma receita de peso para os famintos de Thrash Metal.
Apresentando as faixas do disco Still Burns: Reborn, Spitfire, Dying to Fight, Platinum Soldier, Knowledge, Immensity, Still Burns e Violent Mosh, esta última, encerrou o show com chave de ouro, dando direito a wall of death, que fez tremer o chão e voar pedras para todo lado.
Enquanto a banda Krucipha prepara seu equipamento no palco, os integrantes da banda Tandra, fazem um “esquenta” paralelamente, ao som de tambores e vozes, para animar o povo durante a espera.
Devidamente estabelecidos no palco, Krucipha traz diretamente do solo paranaense, o groove metal com extrema técnica, velocidade e peso, justificando e compensando a demora na configuração do palco. Não houve música que não produziu mosh, assim como mais wall of death pode ser presenciado no auge do show que apresentou as canções clássicas da banda, bem como as novas. E para finalizar, um cover de Ratos de Porão.
Agora, oficialmente é o momento da banda Tandra subir ao palco para nos trazer um folk metal de respeito, entoando hinos de bardos e canções de batalhas e vitórias. Existe um ditado que diz: “O que é bom dura pouco”, porém, devido ao carisma da banda e aos elementos peculiares, estranhamente, o show causa uma imersão de modo a parecer que o público está sendo levado em uma viagem para o reino nórdico. Além das músicas do álbum Time and Eternity tivemos uma jam com a presença de hurdy gurdy, alguns covers de bandas como Korpiklaani, Finntroll com direito a bis, e uma palinha de Baitaca. Afinal, não existe metaleiro quando tem um gaiteiro pra tocar Do Fundo da Grota.
Uma pausa nos shows, para a escolha das melhores fantasias do Helloween, das quais foram vencedores: Diego Rafael (Tatu) e Paula Benassi vestidos de Cramunhão e Médico da Peste Negra, respectivamente.
Voltando às apresentações, Cowboys From Rio nos trouxe um tributo a Pantera, regado a peso, sincronia e muita técnica. Para os apreciadores da banda, um prato cheio de thrash metal com os grandes clássicos da banda estadunidense.
E para quem achou pouco o groove metal de Krucipha, a banda preparou para o público, um tributo ao trabalho dos irmãos Cavalera. Fabiano Guolo, Luis Ferraz, Khaoe Rocha e Felipe Nester trazem os maiores clássicos de Soulfly, Cavalera Conspirancy e Sepultura, com o projeto Cavalera INC. tendo o palco desta edição ímpar do Rock in Hell como debut, para fechar a noite com grande estilo.

ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O FESTIVAL:

Estrutura: Equipamento de som e pessoal capacitado para operação das apresentações. Uma das poucas reclamações da edição anterior foi devidamente suprida este ano com a equipe técnica que cuidou de cada detalhe da sonorização e iluminação do evento.
Horários: Dificilmente se pode controlar o cronograma de um evento conforme ele é divulgado. Porém, apesar de alguns atrasos, a organização se preocupou em seguir o cronograma e atender as expectativas do público.
Cast: Bandas escolhidas a dedo compuseram o cast do evento, todas de extrema qualidade e competência. Esperamos que na próxima edição, tenham mais bandas autorais.
Bar/Cozinha: Comida, bebida e chopp gelado a noite inteira com um preço acessível. Ao entrar da noite, promoção de chopp tombou a galera que estava economizando.
Camping: Variados espaços puderam ser encontrados para montar acampamento. Quem prefere quiosques, pode fazer sua reserva antecipada e assim chegar com tranquilidade e assar sua carne nas diversas churrasqueiras de tijolo que haviam disponíveis. Houve quem preferisse acampar ao relento próximo ao palco e também numa área retirada na clareira, cruzando uma ponte sobre o rio que vem da cachoeira, a qual foi uma das grandes atrações do evento. 
Para quem bebeu e curtiu a noite toda e viajava no dia seguinte, pode ficar acampado durante a tarde de domingo a fim de restabelecer as energias e voltar com segurança.
Ao longo de toda a festa, durante o intervalo das apresentações, foram sorteados brindes para o público presente desde canecas de chopp a CDs e camisetas de bandas.
A fim de respirar novos ares, A produção Rock in Hell “se aventurou” em novas terras e parece ter agradado o público que acompanha o festival desde suas primeiras edições, sendo que, durante o evento, muitos já comentavam o interesse que no próximo ano, seja no mesmo lugar.

Toda a cobertura por Sidney Oss Emer.

Especialista em cybersegurança, acordeonista e tecladista da banda Isla de la Muerte. Entusiasta de fotografia, já foi fotógrafo e redator nos projetos Virus Rock e Opus Creat. Não limitado a um subgênero do metal, tem como preferências: folk metal, doom/sinfônico, death metal, black metal, heavy metal. Gaúcho de coração, valoriza a cultura tradicionalista gaudéria, a qual inspira suas composições nas bandas em que toca. Interesses globais: Música, ciência, tecnologia, história e pão de alho.