Fundada no início de 2012, com influências de bandas como Iron Maiden, Avenged Sevenfold,Bullet for My Valentine, System Of A Down, Protest The Hero, a banda Eutenia tem suas músicas voltadas para a cena mais pesada, porém, não se limitando a um único estilo. Com guitarras pesadas, solos e vocais intercalando entre drives, screamos e melódicos, suas letras buscam uma nova forma de encarar a realidade em que vivemos. Tivemos a oportunidade de conversar com Diego Inhof, um dos músicos da Eutenia. Confira!






Fala Diego, obrigado por tirar um tempo e conversar conosco. Como foi o início da Eutenia? E qual era a projeção inicial?

Diego: Fala galera do Subsolo, é um prazer atendê-los, eu que agradeço pelo espaço! O início da Eutenia foi bem “despretensioso” para te falar a verdade. Era uma banda de brincadeira, só pra tocar músicas que gostávamos, e quando menos percebi estava compondo e ficando viciado em criar, e ficando alucinado com a ideia de mostrar para as pessoas coisas que eu criava enfiado no meu quarto tocando guitarra o dia todo e assim nasceu o projeto.


Vocês tem ótimas composições. A principio o intuito era compor ou iniciar com covers para ver a proporção que tomaria?
Diego: Começamos com covers, a ideia inicial era só tocar alguns sons do Bullet For My Valentine, Avenged Sevenfold e até mesmo algumas coisas de Papa Roach, Iron Maiden, Metallica e derivados. O intuíto era realmente se divertir brincando de banda. Mas chega uma hora que enche o saco, né? E aí começamos a pirar na ideia de criar e aí inicio-se a banda, que depois, se chamaria Eutenia.

E por falar em proporção, vocês tem muito seguidores e fãs da banda. Acreditava que a banda chegaria aonde já chegou?
Diego: Para falar a verdade, sim! Eu tinha tanta certeza disso quanto tinha certeza de que ia ser muito difícil. Tanto pelo cenário nacional em si, quanto por nossa “ignorância”, afinal, éramos garotos, pensava que era apenas tocar direitinho, ter músicas legais que tudo aconteceria naturalmente e não é bem assim. Uma banda é uma empresa, e como toda empresa exige investimento, dedicação, inteligência, pró-atividade, material, equipe, e para viabilizar tudo isso, é necessário dinheiro, então conciliar tudo isso com um trabalho externo para ter os recursos, o que te traz uma exigência de tempo muito grande, ou seja, dormir pouco, gastar muito e ainda demorar muito para você pelo menos ter uma boa previsão do que virá. Mas errei, erramos, tudo que tinha pra errar e aprendemos, e à partir do segundo EP as coisas começaram a clarear bastante para atingir um certo patamar, atingir palcos que eu costumava deitar no travesseiro e me imaginar neles, no fim, tudo vale a pena. E ainda penso que dá ir mais longe.

Vocês tem influências um pouco distintas, como do Heavy Metal com Iron Maiden e um Metal mais moderno, como Avenged Sevenfold. De que forma essas influências distintas ajudam na hora de compor e montar uma música?
Diego: Essa é uma grande virtude que temos. Ser eclético dentro do Rock abre um leque enorme de possibilidades na hora de criar. Temos muita liberdade para trazer idéias novas, e ainda por cima, misturar tudo junto numa mesma música. Quanto maior o campo, mais espaço pra correr!

Falando um pouco da cena. Como você vê o cenário musical hoje em dia?
Diego: Para te falar a verdade, e falando por mim, eu nunca vi a “cena”, rs. Procuro não ficar bitolado nessas coisas, eu procuro olhar pra dentro e fazer o que tenho que fazer. A única coisa que penso é: se o brasileiro só escuta funk e pagode, por que o Rock In Rio está sempre lotado? Por que o Iron Maiden, o Metallica, o Bon Jovi, ainda lotam estádios? Monsters Of Rock lotado, Lollapalooza, show do Metallica lotado. E falando até por nós, fizemos um show em Rio Preto em 2016 com Titãs, Raimundos e CPM 22, 25 mil pessoas. Eu penso que tem público sim, mas essas pessoas estão alojadas nas curtidas do Facebook, o que busco hoje é trazer essas pessoas desses likes e desses shows que citei para a “cena” que você se refere, mas isso também diz respeito às bandas. As bandas estão trabalhando certo por elas mesmas? Os produtores de shows da “cena”, estão visando o sucesso das mesmas, ou apenas encher os bolsos? Então tem muita coisa envolvida, principalmente a desunião e preconceito dentro do Rock, que é a coisa mais lamentável que vejo quando vou tocar, ou assistir shows de bandas do underground. Resumindo, eu vejo a “cena” desunida e alojada na internet.

Continuando um assunto sobre o cenário musical, quais bandas que tu curte, nos indicaria a ouvir?
Diego: Se eu citar tudo que escuto, vão me tirar da “cena” e me chamar me marica, rs. Cara, eu sou realmente muito eclético, vou desde música Clássica até Bolero Latino, de Nickelback à Dimmu Borgir, de Guns n’ Roses à Sepultura, de Bon Jovi à Slipknot, de Shinedown à Cradle Of Filth, piro muito em Atreyu e Protest The Hero, escuto bastante Pop como inspiração pra compor, escuto Rihanna, escuto Bruno Mars, Jason Mraz, Ed Sheeran, também curto as músicas de “tiozão” Elton John, Beatles, Elvis, Dire Straits, Eric Clapton, Journey, e claro, os clássicos Metallica, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, o próprio Avenged Sevenfold, Bullet e etc. Essa é uma breve (bem breve mesmo) descrição das músicas que tem no meu carro, hahaha!

Temos planos futuros para a Eutenia? Algo que poderia nos adiantar?
Diego: Todo fim de ano planejamos o que faremos ao ano seguinte. Embora sempre aconteça algum problema com integrante entrando ou saindo, procuramos manter as diretrizes. Ultimamente temos falado bastante sobre composições em inglês e também possibilidades de tocar mais fora de São Paulo, e talvez até fora do Brasil.

Como foi a repercussão dos dois primeiros EP’s da banda em sua opinião?
Diego: Bom, o Chymia I faz bastante parte da nossa época “ignorante” como empresa, rs. Considero um bom EP mas muito imaturo comercialmente. Usamos e abusamos da nossa independência e técnica musical até certo ponto onde algumas músicas possuem mais de 6 minutos de duração e não têm refrão. Hoje não gravaria dessa forma, mas considerando os fatos, não tínhamos idéia do que fazer com aquele material depois que estava pronto, não tínhamos muita idéia de nada, sob esse cenário considero que foi ótimo! Pois mesmo com tudo isso começamos a ganhar alguns seguidores. Já o Chymia II foi realmente um amadurecimento da banda, pois mantivemos a mistureba de estilos do Chymia I, mas com a inteligência comercial necessária, abusando do que precisa: boas introduções e bons refrões. Foi o que realmente alavancou tudo por aqui.




O que tu acha que anda faltando nas bandas da atualidade, além da força de vontade de compor. Falta atitude e vontade de arriscar?
Diego: Com certeza. O que mais me incomoda atualmente é o mimimi, a frescura, a preguiça… eu fui muito fã de Raimundos, e embora não sejam exímios músicos, a atitude daqueles caras me conquistava. Vejo o Rock atualmente muito cheio de história e politicamente correto, confesso que isso me incomoda mesmo.

Cara, obrigado pela conversa. Quer deixar uma mensagem para os leitores?
Diego: Eu que agradeço! Sempre um prazer responder à galera que acompanha o Rock n’ Roll, acompanha as bandas. Aos leitores agradeço também por terem chegado até aqui nessa entrevista e não tenham medo! Saiam de casa, vá aos shows das bandas. Deêm uma chance à essa galera aqui, tem uma porrada de banda FODA no Brasil que tem música de qualidade, bem gravada, bem composta e disposta a fazer um baita show pra vocês! Não se deixem dominar pelo Facebook e internet, corre lá assistir de perto! Abraço a todos! 


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Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.