Sempre em busca do melhor conteúdo para vocês, O SubSolo teve o prazer de trocar uma ideia massa com o baterista dessa banda que, sem qualquer sombra de dúvidas, é um dos grandes nomes da atualidade no que pertine ao cenário underground nacional. Para darmos início às entrevistas do mês de Junho de 2017, confira aí esse bate papo onde o Elvis Santos da Blackning fala da banda, da nova formação, da cena brasileira e dos seus planos para o futuro. Saca só:





Para nós do blog, estar falando com você hoje é uma baita honra. Obrigada pelo tempo dispensado. Elvis, conta pra gente como se deu o início da Blackning.
Elvis: Primeiramente, obrigado a vocês do portal “O Subsolo” pela oportunidade de falarmos aqui um pouco do nosso trabalho. 
Bem, a Blackning surgiu de um contato que o Cleber Orsioli (vocal e guitarra) fez comigo em dezembro de 2013 a respeito de montarmos um projeto, uma nova banda. Após isso, nos encontramos e trocamos uma ideia sobre como seria, definimos algumas metas, nos planejamos e logo no mês seguinte, em janeiro de 2014, começamos a compor o que seis meses mais tarde seria o nosso primeiro álbum, o Order Of Chaos.

Vocês são uma banda relativamente nova; já enfrentaram algum tipo de preconceito por este fato? Como é a recepção do público quanto a isso?
Elvis: Não. Preconceito, com certeza não, mas talvez algum tipo de expectativa tenha existido sim ainda mais por contar com membros experientes vindos de outros trabalhos em bandas já conhecidas do meio como o Andralls e Woslom. Já a recepção tem sido a melhor possível. Bem positiva, aliás. A galera tem demonstrado uma boa aceitação dos trabalhos que lançamos e isso tem nos deixado bem satisfeitos e felizes. 

Vocês ainda têm outros empregos ou já podem se manter com a renda que a banda fornece?
Elvis: Todos temos outros empregos fora da banda. Claro que o desejo é poder viver apenas da renda que a banda poderia nos proporcionar. Mas infelizmente essa não é a nossa realidade ainda. É o que pretendemos e buscamos para um futuro próximo. No momento tudo que a banda recebe é reinvestido na própria banda e isso já é um fator positivo para nós. Fazer caixa para que possamos manter a banda, pois os custos são diversos como merchandising, ensaios, gravações. Também é importante para atender nossos planos futuros e o que for surgindo no meio da rota. Vamos torcer e continuar a ralar muito, continuar com o andamento dos trabalhos que a gente ainda chega lá (risos).
A banda está prestes a fazer seu show de estreia com a nova formação, no dia 17 de junho, em Bauru, interior de São Paulo. Como tem sido essa adaptação da banda e o que isso tem contribuído para as composições? Estão enfrentando dificuldades?
Elvis: A entrada do Zózi (Jorge Fernando) tem acrecido muito nas músicas e com certeza vai nos dar um poder de ataque, um poder de fogo muito maior nos palcos, elevando ainda mais a qualidade de execução das faixas que irão compor o setlist daqui para frente. Precisávamos disso, dessa força extra principalmente para as composições de “AlieNation”, o nosso álbum mais recente. Até o momento não tivemos nenhuma preocupação ou qualquer tipo de dificuldade entre nós e sua adaptação. Zózi é um cara bacana, experiente, parceiro e um grande guitarrista. Já chegou mandando muito bem nos ensaios e isso melhora cada vez mais.


Vocês continuam na divulgação do Alienation. Como estão os planos para o futuro da banda? Como anda a agenda de shows de vocês?
Elvis: Por enquanto, como você bem citou anteriormente, temos um show agora no dia 17 de junho em Bauru, São Paulo, ao lado das bandas Metalizer e Overthrash e algumas datas ainda a serem confirmadas em outras regiões. Existe a pretensão, e estamos cogitando essa possibilidade, de uma possível tour fora do país mais para frente, porém nada ainda definido. 
Fora isso, estamos nos concentrando em continuar a divulgação de “AlieNation”, nosso 2º álbum e, em paralelo, focando nos ensaios com o nosso novo membro para os próximos shows que estarão a caminho. 

Vindos de Santo André, no ABC Paulista, vocês já tocaram com grandes nomes do cenário mundial como os lendários Sacred Reich em sua primeira passagem pelo Brasil e Exciter, uma das bandas mais tradicionais do heavy metal mundial em apresentação em São Paulo. Como foi dividir o palco com estes grandes nomes?
Elvis: Olha, foi incrível. Eu diria que é um dia em nossas vidas para não se esquecer jamais. São bandas excelentes, com uma importância muito significativa para o cenário do metal mundial e ter a possibilidade de tocar ao lados desses “monstros”, músicos e personalidades geniais, é uma grande oportunidade, uma honra, um momento de muita satisfação e aprendizado, além também de ser um sonho realizado. Lembro que quando eu e o Cleber começamos a tocar juntos na nossa primeira e antiga banda (Postwar), ouvíamos muitos petardos principalmente do Sacred Reich que é sim uma das nossas grandes influências até hoje. Foi um um show muito importante para todos nós e principalmente para a Blackning que vai aos poucos, um passo de cada vez, construindo sua caminhada.

É notório o trabalho de divulgação realizado pela banda e a mídia especializada tem dado um feedback positivo e promissor no que pertine ao Blackning, inclusive, citando-os como uma das bandas mais promissoras do Metal Nacional contemporâneo. Por um prisma geral, como vocês enxergam isso?
Elvis: É muito bom saber e acompanhar algumas coisas que a mídia especializada vem publicando a nosso respeito em reconhecimento ao nosso trabalho e Isso nos deixa muito felizes. Só vejo que ainda é muito cedo para se ter uma ideia de como será a banda daqui a alguns anos. Penso que se estamos indo bem, e isso fica visível aos olhos da galera, é consequência e fruto de muito empenho no que nos propomos a fazer desde o início. Sempre conversamos em uma reunião ou outra sobre novas idéias, atingir metas, fazer com que a banda conquiste novos níveis. Na real, a gente se empenha em evoluir cada vez mais, porém numa crescente natural, procurando sempre manter a identidade da banda com novos elementos que possam agregar ainda mais ao nosso trabalho. Nós procuramos trabalhar com os pés no chão. Sabemos que ainda temos muito o que percorrer, muito a fazer pela Blackning e o quanto isso exige de cada um de nós para proporcionar aos fãs do estilo trabalhos cada vez mais dignos. É uma dedicação diária, uma entrega que não tem fim e isso é o que nos move.

Sobre o cenário underground brasileiro, qual a visão de vocês, de uma forma geral, haja vista que, nos últimos tempos, a incidência de situações onde a desunião vem aumentado de uma forma alarmante?
Elvis: Para ser sincero, não acho que alguém vai vir com uma ideia inovadora “do nada” ou melhor, que vá acontecer algo impactante e estarrecedor que nos surpreenda drasticamente e assim tudo mude de uma hora para a outra. Mas da mesma forma que fica visível essa falta de união num entorno em geral, há pequenos grupos de pessoas, bandas, produtores e organizadores, que estão se movimentando por aí em prol de uma coletividade, onde todos possam ao menos ter a tentativa de reconhecimento do seu trabalho pelo público. Cada vez que surgem novos trabalhos de bandas que se prestam a se profissionalizarem, bandas que buscam se unir, organizadores e produtores que se ajudam e se dedicam a administrar shows com maior qualidade, enfim, acredito que isso aos poucos vai trazendo o público para perto e assim, existindo a possibilidade de tudo caminhar numa crescente, tanto para as bandas, para os produtores com shows mais cheios e um interesse maior por parte da galera que curte e aprecia o metal em geral.     

Obrigada Elvis, é uma grande honra poder te entrevistar, agradeço imensamente em nome d’O Subsolo e, para encerrarmos, gostaria que você deixasse um último recado para os leitores do blog e também pro público que curte a Blackning.
Elvis: Quero agradecer o portal ‘O Subsolo’ pela oportunidade desta entrevista. Muito obrigado pelo espaço cedido a nós tão gentilmente e nos vemos na estrada. Grande abraço a todos! 


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