A Octodemon foi formada no início de 2017 em São Paulo/SP pelos músicos Gus Pereira e Daniel Moraes. O músico Gustavo Cunha se juntou a banda depois e já lançaram um ótimo EP intitulado ‘Desert Dance’ (2018). Na entrevista abaixo os músicos falam um pouco sobre essa promissora banda.
Antes de tudo, gostaria de agradecer por terem topado responder a entrevista. Vocês poderiam se apresentar para aqueles que ainda não conhecem a banda? 

Gustavo Cunha: Nós que agradecemos ao espaço e apoio. A Octodemon é uma banda de Rock, e nós fazemos o som da maneira que vier na cabeça, sem rótulos. Apenas compomos e se a música nos agradar, ela entra pro repertório.

Gus: A formação atual conta com Gustavo Cunha nos vocais, Daniel Moraes na bateria, e eu (Gustavo ‘Gus’ Pereira) na guitarra e baixos em estúdio. 

Como surgiu a ideia de formar o Octodemon e como ocorreu a definição do estilo da banda? 

Gus: A idéia veio depois de muitas tentativas de bandas junto com o Daniel. Há tempos a gente comentava em tocar algo um pouco fora do metal e nunca chegamos em nada. Pensamos até em Doom Metal – que está distante das nossas influências diretas – várias coisas. Eu tive a ideia da Octodemon basicamente “do nada”. Veio a ideia pronta. No início eram riffs mais da influência Black Sabbath, Blue Oyster Cult, Ghost, temáticas de contos de horror… levei a proposta para o Daniel e ele topou na hora. Depois de alguns rascunhos de músicas e mudanças na formação,  acabamos nos desprendendo do rótulo que pretendíamos e seguimos apenas compondo. O estilo veio natural e no mix de influências. De minha parte veio muita coisa Stoner e coisas na linha de Clutch, Faith No More. O Gustavo (Cunha) veio com a pegada mais Hard Heavy nos vocais e o Daniel vem de uma escola de Groove misturado com Vinnie Appice. O resultado é esse som que não chega a ser um Metal, e não é simplesmente Rock, mas tem peso e muito rimshot rsrs. No geral, talvez possa ter uma carga leve ou bem pesada na influência direta de bandas como Clutch, Blood Ceremony, Lucifer, que era o que eu ouvia muito da época.  Ou talvez não rsrsrsrs.

A banda foi formada em 2017 e já possui um EP ‘Desert Dance’ (2018) e um lyric vídeo para a faixa título do EP. Como funciona o processo de composição das músicas e como ocorreu a gravação do EP? 

Gus: O processo de composição até o momento está comigo. Como todos sabem, ter uma formação estável em uma banda é sempre muito difícil, e no espaço de tempo em que ficamos nessa eu escrevi muita coisa. Tenho muito material. Geralmente passo para os caras o que tenho de riff de guitarra, a gente escolhe um e desenvolve em formato jam no estúdio. A Mammoth mesmo eu já tinha o riff da intro e a música nasceu do groove invertido da batera em estudio. Teve musica que cheguei com o riff, o Gustavo (Cunha) colocou uma vocalização aleatória e depois finalizei em casa. A parte curiosa é que quase sempre começamos pelo riff de guitarra. Depois a voz é colocada sem letra, e o Daniel decide um nome. A última etapa é a letra. A banda é bem doida.

Falando mais sobre o lançamento de 2018, quem foi o artista por trás da arte do trabalho e qual a ideia do conceito que lembra um pouco o faroeste?

Gus: O artista se chama Bruno Leal. Um amigo das antigas. Quando pensei no conceito queria algo limpo e mais orgânico, assim como a proposta do som. A Octodemon se propõe a contar histórias, e pegamos inspirações de várias culturas e tempos. A ideia da capa foi consequência da letra “Desert Dance”, que é escrita como que uma súplica baseada na mitologia de nativos americanos. Eu gosto de pensar em todos elementos das artes e escolhi coisas que fossem visualmente agradáveis e que traduzissem essa súplica da letra. O búfalo representa equilíbrio, e em algumas lendas tratam como a representação de universo. Os olhos duplicados estão ali representando sabedoria. As flechas de frente uma para a outra são um símbolo de proteção contra maus espíritos em algumas tribos, e o círculo em volta é um simbolo que representa as quatro fases da vida: seu início com nascimento, sua descoberta com a juventude, a maturidade da fase adulta e a sabedoria da sua velhice. E por fim, o cacto simboliza proteção e o deserto.

Quais são os próximos planos para a banda?

Gustavo Cunha: Nosso plano principal é continuar lançando material para sempre estar conectado com a galera que curte nosso som. 

Gus: Estamos em estúdio inicializando um segundo EP, e estamos fechando shows.

Daniel Moraes: Gravar e tocar, as metas principais são essas.

Vocês poderiam contar alguma história engraçada que ocorreu durante as gravações ou show? 

Gustavo Cunha: Posso citar duas situações engraçadas que ocorreram durante as gravações. Por motivos de agenda eu fui para a sessão da gravação da Mammoth sozinho e tal, tudo estava bem ensaiado, então eu tava tranquilo. Bom pelo menos eu achei que estava certo, quando os caras ouviram me xingaram pra caramba, e eu não tava percebendo o pq. Mas a métrica que coloquei na cabeça era totalmente diferente da que foi definida. Fizemos uma outra sessão, com os caras acompanhando e eu fui acertando (deu trabalho, rsrs) e mesmo assim o filho do nosso guita ainda disse “você faz tudo errado, virou até piada interna. Outra situação engraçada foi durante a gravação do nossa versão de “Hey Lord” para o tributo ao Helloween. Também por causa de agenda, eu tive que gravar a voz antes da bateria, então praticamente invertemos a ordem de gravar as coisas, mas no final gostamos bastante do resultado.

Gus: Para mim o nosso processo de gravação em si já é uma história engraçada. Horários que não batem, linhas de baixo sendo definidas por mim somente na hora de gravar e o Gustavo Cunha em si. Sério, ele gravando é muito engraçado. Ainda faremos um vídeo dos bastidores rsrsrs.

Por fim, agradecemos pelo espaço, e esperamos que em 2019 vocês que estão lendo tenham a oportunidade de assistir bastante a Octodemon .
Obrigado!