Projeto solo do músico e compositor sergipano radicado em São Paulo Ícaro Reis, a Mannequin Trees apresenta um som psicodélico com influência do synthpop, fazendo uma ponte entre a chillwave e o eletrônico lisérgico. O primeiro disco completo, “Daydream”, acaba de ser lançado pelo selo Balaclava Records.

Após chamar atenção com o EP de estreia, autointitulado, o Mannequin Trees retorna com a sua já estabelecida sonoridade ora oitentista, ora influenciada pela psicodelia moderna. Alternando entre momentos solares e soturnos, Ícaro segue explorando o universo das personagens Donna e Irene, representadas na capa como versões femininas do próprio Ícaro. Elas surgem ao longo das letras. “Na primeira música, já apresento as duas. Mais tarde, aprendi serem alter egos meus”, revela o compositor, que tem também como influências John Frusciante e Supertramp.

“Chances and Changes” versa sobre sair da sua zona de conforto e tentar realizar seus sonhos. “Daydream” aborda o desejo de estar com alguém e serviu como o pontapé inicial para o projeto: foi ela a música escolhida para mostrar aos amigos e de onde veio o incentivo para o lançamento da banda. Já em “So long, goodbye”, primeira canção composta por Ícaro para o Mannequin Trees, traz à tona um contraponto sobre expectativas e realidades, e lidar com as frustrações para seguir em frente. “Tonight” é a continuação dessa temática, seguida por “Follow me”, que prega o fim dos medos, o cuidado com a mente e seguir os instintos. A música foi um dos singles e ganhou um videoclipe.

Assista a “Follow me”: https://youtu.be/hoX3GRezaDM

“O clipe mostra que enquanto não temos certeza de quem somos, nós nos baseamos nos outros pra seguir a vida, repetindo padrões. Nos escondemos em máscaras, e muitas vezes não conseguimos tirá-las”, explica Ícaro Reis.


 
“Remember” representa como a mente do compositor funciona, ritmada e inconstante. Embora a letra não conte com um refrão, o coro se torna o riff da música. “Small Talk” aborda os vícios dos relacionamentos e foi escolhida como single, ganhando também um clipe. Usando a figura de Reis como base, o vídeo foi feito no espírito do do it yourself, na casa do músico, usando uma TV como metáfora do espaço-tempo.

Assista a “Small Talk”:
“Imaginei o vídeo como um loop infinito, comparando com algumas relações que temos, cheias de expectativas e onde as coisas parecem mudar, mas tudo continua na mesma”, explica.

“Hero Made of Sand” entrega a idealização dos “heróis imperfeitos”, mostrando que os erros acontecem, mesmo quando há boas intenções. “She’s an unknown” fala do destino como facilitador de coisas boas e surpresas quando não há grandes expectativas. Por fim, “So close yet so far” entrega a vocação psicodélica do projeto e uma letra que se despede de um relacionamento assim como o ouvinte se despede do disco. Na tracklist, Ícaro retoma algumas faixas que já haviam sido reveladas em vídeos de estúdio da primeira formação da banda.

Confira “Daydream”: https://youtu.be/yNhnEyJhoAs
Confira “Remember”: https://youtu.be/MF5sre_xNJ4
Confira “Chances and changes”: https://youtu.be/rHytyo4oKvE
Confira “Tonight”: https://youtu.be/Bh315YInteU

O Mannequin Trees já colhe os frutos do projeto. A banda lançou seu primeiro EP em novembro de 2017, abrindo uma parceria com a Balaclava Records. Com a boa recepção, se apresentaram no Palco Budstation do Lollapalooza 2018, Bud Basement e Sofar Sounds. Apostando no encontro entre as guitarras e os sintetizadores, o Mannequin Trees chama atenção com um som cheio de nuances e sensações.

Ouça “Daydream”: http://bit.ly/MTDaydream

Ficha Técnica:
Produzido e mixado por Ícaro Reis
Masterizado por Ícaro Reis e Raphael Ferreira
Capa por Ekatrine Garoufalis

Tracklist
1. Chances and changes
2. Daydream
3. So long, goodbye
4. Tonight
5. Follow me
6. Remember
7. Small talk
8. Hero made of sand
9. She’s an unknown
10. So close yet so far


Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.