Mais um disco que tenho em mãos graças ao meu amigo Gleison Júnior, da Roadie-Metal, que bolou essa série de coletâneas. Aliás, corrigindo: discos. Sim, a Coletânea Roadie Metal traz dois discos para o metalhead desfrutar de 34 bandas brasileiras e sons diferentes, podendo trazer grandes surpresas. Vale muito ouvir do começo ao fim, pois é uma grande viagem por diversos estilos de Metal, que com certeza irá te apresentar novas bandas que ganharão seu ouvido e outras já conhecidas que vão empolgar ainda mais sua audição.

A arte obscura de Marcelo Nespoli dá boas-vindas ao dono de um exemplar. A frente parece fazer alusão a duas ótimas músicas do playlist: “Anjo Infernal” da banda Ceiffador e “The Death” dos já conhecidos aqui The Goths. Se foi essa intenção eu não sei, mas que ficou uma capa incrível ficou. Retrata bem a densidade que o disco traz em algumas faixas, e que tem muita coisa pesada aí dentro.

A frente do Volume 6. Sombria e muito bem feita.
Levei dias para ver que havia mais do que dois CDs na embalagem. Atrás do CD 1 tem um livrinho, praticamente camuflado, onde encontramos informações sobre todas as bandas presentes na Coletânea, com a formação e site para conhecermos o trabalho delas. Além disso, tem um sincero agradecimento de Gleison, que inclusive, para minha surpresa, inclui meu nome. Foi um momento de extrema felicidade ver que fui lembrado, assim como o boss aqui d’O SubSolo, Maykon Kjellin. Aproveito o espaço aqui para agradecer imensamente pela parceria e confiança em meu trabalho. Obrigado!

Agora, vamos falar de som. São dois discos com 17 faixas em cada. Comecei pelo primeiro, e resolvi separar cinco músicas que me chamaram mais atenção. Logo de cara, a banda Dramma abre com “Sombra da Solidão“, mostrando um belo Heavy em português. All 7 Days apresenta a extensa e muito bem trabalhada “Ensign of War” que me empolgou bastante. InCarne e Terrorsphere trazem um peso enorme nas faixas “Good Morning, Humans” e “Terror Squad“, respectivamente. São extremamente brutais, e gosto muito disso. Para compensar tamanha agressividade, temos “I Have a Dream“, uma linda e épica canção de Lethal Accords. Linda, mesmo.

No segundo disco encontrei bandas que eu já conhecia e foi fácil simpatizar mais com essa segunda parte. Abrir com Torture Squad é jogo sujo, posso dizer. “No Escape From Hell” arrebata o ouvinte e já dá pontos positivos pro “lado B“. O groove-thrash do Maverick dá sequência à violência com “Upsidown“, carregada de riffs pesadíssimos. “The Death” surgiu ainda essa semana aqui no blog na resenha do álbum de mesmo nome do The Goths, que apresenta um thrash que segue mais a escola do Metallica que cai muito bem em nossos ouvidos. Project Black Pantera é para os fãs de Crossover, trazendo porradaria com “Boto pra Fuder“, fazendo jus ao nome. Cracked Skull chega com “Fascism“, sendo a primeira desconhecida que me ganha, pois tem um peso descomunal. “Sea of Illusions” do Kyballium tem uma bela melodia e um linha Heavy bem interessante. Quase encerrando o disco, a banda Universe entra com a instrumental “The Dream Does Not End Here” e merece destaque pela bela faixa apresentada. Jailbait, que também já foi resenhada aqui, encerra os trabalhos com “Do You Wanna Be a Rockstar“, que caminha na onda mais Hard Rock, mas com uma cadência pesada e um baixo gritando. É uma ótima faixa pra fechar com chave de ouro.

Muitas bandas não foram citadas, algumas por realmente não fazerem meu gosto, ou outras até agradaram, mas não me chamaram tanta atenção assim. No entanto, todas as bandas merecem parabéns por estarem em uma coletânea tão seleta como essa feita pelo grande Gleison. Parabéns em especial à ele pela produção e por todo o trabalho feito em nome da Roadie-Metal. O próximo volume já conta com grandes nomes e promete ser tão bom ou até melhor que este aqui. Até lá, continuarei desfrutando dessa ótima coletânea que tenho em mãos.
Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.