Acabo de receber o material dessa banda do sul do país, banda esta que foi organizada durante a quarentena, mais um fruto da pandemia para alegrar nossos ouvidos. A arte de capa é bastante convidativa pra mim, toda em tons de vermelho e com um brasão estilo familiar com diversos detalhes ao redor, curti bastante.

O material conta com 8 faixas e foi todo produzido de forma remota.



Sem delongas, vamos iniciar a audição com a faixa 1 – Skate Fast Die Hard, o som começa mais agressivo e da pra ver que foi bem trabalhado no instrumental. Quando a voz entra eu achei um pouco estranho o “craquelado” do som, parece que o foco total é no instrumental, não na voz. A música desenvolve bem e é empolgante.

Seguimos com Escape From Brasil que faz uma nítida referência ao som de John Carpenter, Escape From New York. Naturalmente o som não referencia musicalmente mas sim de forma lírica. Essa música é mais lenta, mais cadenciada, e o craquelado na voz persiste, acredito ser o padrão determinado pelo artista mesmo. Atenção especial para os timbres escolhidos nas guitarras, com efeitos envolventes e marcantes.

Faixa 3 – Prensado que começa com uma guitarra mais abafada e segue nessa pegada mais lenta e forte, com um pouco mais de destaque para a bateria nesse som, bumbos mais pesados que nas faixas anteriores, fazendo com que a atmosfera da música fique levemente diferente.

Crying Eyes mostra um pouco mais da variedade de estilos da banda, com essa pegada mais skate, stoner e o riff é mais agressivo, mostra mais pegada na execução da música. Nesse ponto do disco dá pra perceber de forma mais notória que o foco não é a voz de forma alguma. Por enquanto essa faixa é a minha favorita!

Na sequência, Perfect Lies, até então a faixa mais agressiva do disco, o que eu considero bem interessante. Temos aqui uma intro mais presente de bateria e a melodia vocal mais forte também. A falta de nitidez da voz me incomoda um pouco pois não é nem um estilo de voz padrão Thrash ou Death e nem limpa, mas está fazendo sentido no som, só é diferente. Destaque para as passagens de blasting beat no final da música.

Faixa 6 – Paradoxical Conflicts tem uma pegada mais pop por assim dizer, eu peguei algumas referências de bandas maiores nesse som, achei bem legal a forma que a transição entre estilos acontece, tanto entre as músicas quanto dentro delas. É muito interessante o passeio entre uma parte e outra das músicas, tudo muito bem elaborado e executado.

Chegando ao final do disco, com Nowhere Fast começamos com uma guitarra mais pesadona, muito interessante, cadenciada e agradável, curti muito desenrolar das etapas da música, dá vontade de ver ao vivo, isso é uma característica de suma importância para quem ouve o disco pela primeira vez, no meu ponto de vista.

Última faixa é Good Vibes From Hell, primeira faixa que eu notei a presença do baixo com maior expressão. Temos aqui um som bem legal para fechar o disco, deixa um gosto de quero mais no ouvido, novamente uma música mais pegada Stoner, com linhas marcantes e bem feitas, mas do meio pro fim rola uma mudança de clima e chega um pouco de velocidade e peso, aí tudo se transforma de novo e a situação se inverte novamente com menos velocidade e ainda mais peso. Eu adoro isso!

O disco é super curtinho, músicas de no máximo 3 minutos e que passam sua mensagem de forma clara.

Minhas únicas ressalvas ficam com a produção que deixou a voz bastante atípica.

Disco recomendado e trabalho muito bacana!

TRACKLIST
01) Skate Fast Die Hard
02) Escape From Brasil
03) Prensado
04) Crying Eyes
05) Perfect Lies
06) Paradoxical Conflicts
07) Nowhere Fast
08) Good Vibes From Hell

FORMAÇÃO
Rodrigo Neves: guitarra, bateria e vocal
Rodrigo Borba: baixo
Andrez Machado: guitarra, mix e master

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.