Irretocável. Sim, exatamente com essa palavra que começo a escrever sobre o disco do Maquinarios. Um turbilhão de sentimentos, expressados perante melodia, letras e criatividade. Algo que se assemelha com o Hard Rock, passeia pelo Heavy Metal e de certa forma tem fortes flertes com o Stoner. A sonoridade do Maquinarios é impulsiva e impactante, não é atoa que conquistaram um publico muito grande os últimos anos.




Quando ouvi falar na banda pela primeira vez, ainda estavam gravando esse disco. Isso foi em meados de 2014. Naquelas rodas de conversar, acompanhado de uma boa cerveja, sempre tem um amigo que solta “ouça essa banda aqui…” E foi assim que trilhei um caminho sem volta para uma admiração que viria mais tarde ser reciproca. 

Incrível como algumas pessoas ainda teimam que músicas pesadas, não tem como serem em língua pátria, o Maquinarios é mais uma prova de que é possível sim. Um Power Trio que soa como uma orquestra, muitas características impares são apresentadas ao longo do disco. Uma dos principais feitos do grupo, é saberem onde tem que “descer o sarrafo” e onde tem que moderar, tornando assim, suas músicas com uma dinâmica intrigante. 


Talvez o maior feito do Maquinarios foi unir três membros que tem o Rock e o Metal percorrendo por suas veias, os motivos são inúmeros, visto os outros projetos paralelos de cada um. Matheus Andrighi é o baixista do trio e um cara que pode ser considerado como o camisa 10 clássico de um jogo de futebol, maestro, cirúrgico e direto ao ponto. As cordas do baixo tomam forma como se fossem parte de seu corpo, sendo que em algumas apresentações o mesmo toca guitarra e é impecável quando o assunto é vocal, o cara canta muito.


Diego Massola, um baterista raiz. Pedal duplo é usado como pitadas moderadas e em pontos estratégicos, não é aquele turbilhão de coisas em poucos segundos, tudo é groovado com a maior delicadeza para ser parte da música e sem chamar a atenção para si. Deixando por último o capitão do time, Watson Silva, o profissionalismo em pessoa. A primeira vez que conversei com Watson, ouvi uma voz rouca e a curiosidade de vê-lo cantar ao vivo só aumentou. Arrepiado só de escrever, lembro com carinho cada nota alcançada e cada agudo arrepiante entre as músicas, já como guitarrista um peso que dá um corpo impressionante para as músicas, algo que é bem explorado em um trio.





A capa é outra coisa que me chama muito a atenção e fica o adendo para o pessoal capricharem nas capas, pois a arte visual também faz parte do trabalho. Todas as músicas tem suas singularidades, umas mais cadenciadas, outras mais pesadas e ágeis, mas todas com muito feeling e suas características. O disco é ótimo, para um amante do Rock é um prato cheio. 



FORMAÇÃO

Watson Silva – guitarra e vocal

Matheus Andrighi – baixo
Diego Massola – bateria


TRACKLIST
01) Um Grito na Noite
02) Desgovernado
03) Além da Estrada
04) Veneno, Sangue e Destroços
05) Ignição
06) Vulto Negro
07) Anjo ou Réu
08) Seis Milhas para o Inferno

09) Intacto 
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.