Existem bandas que o lado fã não deixa a gente ficar em cima do muro, e no meu caso, isso se aplica para o Aborted. É sabido que eles tiveram uma pequena derrapada, em alguns trabalhos ( como a perca de velocidade e peso em Terrorvision) mas sabendo olhar para o passado onde falhou e voltar as raízes.

ManiaCult é definitivamente um ponto forte da discografia dos belgas. É nojento, gore, e por isso mesmo me empolgam tanto na musicalidade que passa o Grind e o Death fazendo uma ponte entre a desgraça de Goremageddon com as partes mais trabalhadas de Retrogore.



Verderf é meio intro meio ponte, aquela faixa feita especificamente para abertura do show. Ela começa mais desacelerada, o que faz que a a faixa título ganhe violência absurda. Aqui todos nossas dúvidas foram solucionadas, temos o Aborted fazendo o que sabe de melhor, aquele Grind tosco, ao mesmo tempo, bem dosado na melodia lembrando a sua maior influência o grande Dying Fetus.

Dementofobia além de um belíssimo nome, tem toda a astúcia do guitarrista Ian Jekelis que vem com uma pegada quase Thrash na guitarra que ficou animal. Observe também Drag Me to Hell, que conta com a participação especial de Ben Deurr, do Shadow of Intent que abre a fila de convidados especiais desse álbum.

Ainda indo nesse embalo de devastação impiedosa, Ceremonial Ineptitude, um dos momentos mais brutos do álbum onde a banda reafirma o porque estão há quase vinte anos no metal da morte. Chega a ser até curioso falar em sutileza, mas sim, alguns toques são bem refinados em técnica e pegada. Em Grotesque A Vulgar Quagmire, mantém a pegada de como fazer um massacre de seres humanos, sim a formação do Aborted é muitas vezes inconstante mas o humor negro meio sórdido esta sempre presente.

Não diria que neste trabalho o Aborted se acomodou, mas eles conseguiram avaliar os próprios pontos fortes reforçando-os da maneira mais grotesca e absurda possível! 





Tracklist

1- Verderf
2 – ManiaCult
3 – Impetus Odi
4 – Portal to Vacuity
5 – Dementophobia
6 – A Vulgar Quagmire
7 – Verbolgen
8 – Ceremonial Ineptitude (Ft. Ryo Kinoshita)
9- Drag Me to Hell (Ft. Filip Danielsson)
10 – Grotesque
11- I Prediletti: The Folly of the Gods (Ft. Ben Duerr)

Formação

Sven “Svencho” de Caluwé – Vocal
Danny Tunker – Guitarra
Mendel bij de Leij – Guitarra
J.B. Van Der Wal – Baixo
Ken Bedene – Bateria 





Paulista e um dos maiores amantes do Metal Extremo, principalmente se tratando do nacional. Professor de Geografia e História, é também formado em Matemática e Filosofia, Pai da Naylla e do Dhemyan. Foi colaborador de algumas mídias, antes de fundar o site Underground Extremo, o qual tem um laço de irmandade com O SubSolo. Acompanhava o trabalho d'O SubSolo a alguns anos e passou a contribuir e fazer parte da equipe, a qual é honrado em colaborar com o desenvolvimento desta grande mídia do Rock/Metal, sendo o responsável pela parte das escritas mais extremas do site.