Impossível você receber um disco para resenhar e não procurar conhecer a banda a fundo pela internet, aonde hoje em dia é um banco de dados sobre absolutamente tudo. Inevitável também não ligar a sonoridade da banda a outras bandas, mesmo que elas não se considerem influências das que podemos estar citando.




Recebemos da Som do Darma, o disco “The Game of Fate” do Power Trio Pop Javali, formada em 1992 a banda mantém a mesma formação até os dias de hoje, mesmo com os integrantes  Jaéder (guitarra) e Loks (bateria), tendo se destacado com a banda Mystical Warning, com quem lançaram até um álbum em 1998, o Pop Javali sempre se manteve na ativa e sempre em produção.

A sonoridade do disco puxa e presa pelo Hard Rock, com pitadas do Heavy Metal Clássico e influências nítidas de Rush e Dr. Sin, as letras são em inglês e já que o Rush foi mencionado, a semelhança no vocal é bem perceptível, assim como todo o restante dos instrumentos, pois mesmo em um Power Trio, a banda consegue manter um peso muito significante em suas músicas.

O alto astral mantido durante todo o álbum é algo que chama a atenção, dando a oportunidade de quem ouve, se divertir com as músicas apenas ouvindo. Absolutamente tudo apresentado nas composições é minuciosamente encaixado, dando corpo e vida as canções, demonstrando uma banda que respira músicas vinte e quatro horas por dia e que literalmente “comem os instrumentos”, os dominando com perfeição.

A guitarra tem um trabalho detalhado em cima das faixas, com riffs metricamente encaixados e dando ênfase aos solos bem elaborados, já para Marcelo Frizzo, algo que pareceria trabalhoso se torna uma “brincadeira de criança” e o mesmo faz com alegria e amor. Se tocar baixo e cantar para muitos é um trabalho difícil, não é para este músico completo. Loks é um baterista de mão cheia, tem um potencial enorme e consegue preparar uma cozinha perfeita para os solos de Jaéder, talvez o fato do entrosamento entre ambos pese para que as músicas fiquem fantásticas.



A sonoridade cae bem aos ouvidos mais exigentes, talvez pelo fato dos acordes serem muito trabalhados e além disso, algo que chama a atenção são os backing vocais. Dão mais vida as músicas, algo que ultimamente as bandas vem abandonando e não dando tanta atenção, mas não passa despercebido e para um Hard Rock que se prese, é um detalhe que não poderia faltar. O bom trabalho dos produtores, os renomados Ivan e Andria Busic (Dr Sin), resultam em todos os instrumentos sendo claramente ouvidos separadamente, cada um em seu lugar e sem embolar. 


O álbum é uma mistura de peso e elegância, com sua essência de Hard Rock à classe do Heavy Metal Clássico, mostrando que um entrosamento de anos podem sim influenciar na composição de um disco. Nos dias de hoje uma formação que se estabiliza por anos, nesse caso décadas, é surpreendentemente incrível e algo que infelizmente vemos pouquíssimas vezes. Particularmente, gostei muito do álbum e estou ansioso para logo ouvir o novo disco da banda, o “Live In Amsterdam”, um álbum gravado ao vivo na Alemanha e repleto de músicas inéditas.


TRACKLIST
01. ​​The Game of Fate
02. Lie to Me
03. Healing No More
04. Mindset
05. Road to Nowhere
06. Free Men
07. Time Allowed
08. A Friend that I’ve Lost
09. Wrath of the Soul
10. Enjoy Your Life
11. I Wanna Choose


FORMAÇÃO
Marcelo Frizzo – Baixo, vocais
Aéder Menossi – Guitarras
Loks Rasmussen – Bateria

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Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.