Em tempos de artistas em casa, sem ao menos ensaiar e sem poder defender seu ganha pão com shows em casas noturnas, as bandas brasileiras estão em uma luta constante para manter sua lucratividade nestes dias difíceis de serem superados.

Shows no Facebook e no Instagram com pedidos de doação estão sendo feitos constantemente, e com um clima especial aonde o fã observa o artista em um momento ainda mais intimo do que normalmente visualizado em cima do palco. 

Recentemente, tem uma campanha que está circulando pelo Whatsapp a respeito de monetizar as bandas através do YouTube. A mensagem normalmente está acompanhada com este texto:

“Fala, galera. Um pedido a todos, principalmente aos que também possuem contas no YouTube! A ideia é ajudarmos uns aos outros a alcançar 1000 inscritos no YouTube para monetizar nossos canais (significa que o YouTube irá começar a te pagar por cada visualização).

Se inscreva no meu canal abaixo e deixe o link do seu próprio canal no YouTube nos comentários abaixo e te seguirei de volta! Todos nós temos diferentes papéis e impactos nas redes sociais ao redor do mundo, mas se esse movimento de união online ressoar em você, sinta-se livre para copiar e colar isso nas suas redes. Tenho certeza que isso será muito útil para todos nós ao longo da jornada.”

A mensagem é simples e direta, acompanhada de um vídeo de um determinado artista independente. Nós do Subsolo buscamos entender mais sobre esta campanha, e vamos resumir o quanto a banda pode lucrar com a inscrição do público, e daqui a pouco, mudar sua visão quanto a esta plataforma digital:

O pagamento no YouTube é feito em dólares baseado na regra de CPM (custo por mil). A cada 1000 views, o youtuber pode ganhar valores entre 0,25 e 4,50 dólares (no Brasil algo entre 1 e 19 reais).

Então, seguindo essa lógica, para que um produtor de conteúdo receba uma quantia relevante no YouTube, ele precisa produzir muitos vídeos por mês e garantir que cada um deles vai ter uma alta quantidade de visualizações. Algo que a banda deve entrar com planejamento de conteúdo, tendo em vista que normalmente apenas vídeos musicais são lançados em seus canais, tornando seu conteúdo esporádico.

E claro, é preciso pensar que nem tudo nos canais é lucro. Toda produção tem gastos com a produção de seus vídeos, em maior ou menor escala, e investe muito esforço nesse negócio, o que torna a rede ainda menos rentável.

desde o início de 2017 a plataforma vem realizando mudanças em suas regras de monetização e hoje os critérios para conseguir que seu conteúdo comece a ser monetizado são bem duros. Para começar a ganhar dinheiro, o produtor precisa:

1)Ter pelo menos 1000 inscritos.
2)Ter pelo menos 4000 horas de conteúdo assistido nos últimos 12 meses.
3)Seguir todas as diretrizes de conteúdo do YouTube.
4)Apresentar um bom desempenho em relação à engajamento e comportamento no canal.

O YouTube apresenta também outras grandes oportunidades. Um exemplo alternativo, é do vlogger. Mesmo com apenas 100 ou 200 pessoas inscritas em seu canal e 1000 visualizações em cada material já pode monetizar seus vídeos com sucesso se investir no modelo certo: a venda de conteúdo pontual ou por assinatura.

Isso porque em canais privados, cada conteúdo ou assinatura vendidos rendem um valor mensal e mesmo com poucos clientes um produtor consegue lucrar e manter seus vídeos de forma sustentável.

No modelo de assinaturas o produtor de conteúdo vende a assinatura do canal por um valor pago periodicamente e libera o acesso do usuário a todos os conteúdos disponíveis nele de forma ilimitada. É como se você criasse seu próprio Netflix, e, em vez de filmes, oferecesse seus conteúdos lúdicos, tutoriais ou cursos. Pense nisso artista, uma oportunidade de marketing e aproximação do seu cliente/fã.

As mil visualizações que antes não valiam nada no YouTube, em um sistema assim, já podem representar muito lucro. Imagine que você cobra, por exemplo, R$10 reais por assinatura mensal e tem 100 assinantes. Só assim, você já conseguiria lucrar R$100 reais.

E o mesmo vale caso você opte por vender seus conteúdos de forma pontual, por módulo, curso ou temporadas de conteúdo. Se você tem um material de alta qualidade e vende o acesso a ele por 100 reais, por exemplo, com os mesmos 100 usuários que assistiam seu vídeo no YouTube e não te rendiam nada, você ganharia R$10000.

Nesse modelo de venda pontual, você disponibiliza conjuntos de conteúdos para o usuário e ele adquire apenas os que precisar, de acordo com o que deseja. Aqui os preços são mais elevados e os conteúdos mais completos. Porém nesta situação, o conteúdo fica ainda mais desafiador.