No dia
05/03/2015 ocorreu a 7°edição do Perturba Fest, organizado pela própria banda Perturba e a Metal No Pombal Produções Espetaculares, com apoio de inúmeras marcas, tendo ocorrido no Taverna Smoker
Bar – Várzea Paulista, contou com 4 bandas(Boring Assholes – Desacato Civil –
Perturba – Cólera).

Primeiro show foi do
Boring Assholes, que despertou interesse pelo fato de ser um dueto, com vocalista tocando um violão distorcido, acompanhado do baterista. Foi uma apresentação rápida com setlist curto e direto, sem dar descanso. As musicas fluíram naturalmente, com toda energia dos
Power Chords do violão, soando violento com distorção, tendo uma sonoridade
“gorda” e bem robusta.

Boring Assholes
Seguindo com Desacato Civil, que esmurrou os
ouvidos com violência sonora, punk rock nervoso. A apresentação dispensa
comentários, a banda por completo se saiu muito bem, vocalista com uma ótima
presença de palco, as musicas rápidas passando a mensagem diretamente, sem
frescuras, sem massagem.

Desacato Civil
Terceira apresentação foi com o Perturba, erguendo a bandeira de idealizadores do Perturba Fest. Fizeram
um show digno de elogios extremos, sonoridade ótima, setlist  empolgante, reproduções das musicas ao vivo
ficaram excelentes, fazendo nenhum esqueleto conseguir ficar parado. Tiveram duas
participações especiais de ex-membros da banda. Ótima presença de palco, ótimo
por completo, todos os músicos presentes na banda estão de parabéns.

Perturba
Para encerrar o evento nada mais nada menos que Cólera, a clássica banda fundada em 1979. Foi um show
grandioso, emocionante, com a nova formação expressando o sentimento grandioso
à banda. Homenageando sempre o Redson, dava pra ver a alegria nos olhos dos
músicos. Embora estivesse com alguns problemas de saúde, Pierre(Baterista,
Irmão do Redson), arrebentou na bateria, mesmo dando pra ver que ele não estava 100%
bem, fez o show tocando com amor. Nova formação estraçalhando, novo
vocal dá um show de presença de palco, interpreta as musicas com o coração,
colocando todo sentimento, dispensa comentários.

Pierre(Cólera)


ENTREVISTA CÓLERA

OSUBSOLO: Primeiramente muito obrigado
por ceder seu tempo para essa entrevista, e vida longa ao Cólera ! 
Todas as bandas de alguma
forma passaram por dificuldades, ainda mais uma banda com tanto tempo de vida,
existe alguma fase que  realmente foi
muito difícil e acharam que não iam conseguir ?

PIERRE(CÓLERA): Praticamente todas as
fases são difíceis, e toda vez você acha que não vai conseguir. O segredo é
aquilo, fazer porque gosta de fazer, se vai dar certo ou não, não importa, é a
sua vontade, o seu direito e o seu dever, vai e faça ! Se der certo deu, se
não der tudo bem, pelo menos tentou. Desde a origem da banda até hoje, se fosse
contar nos dedos, daria 8/9 anos que achamos que não íamos conseguir, mas como
montamos a banda pelo prazer de tocar, fazer o que queríamos fazer, conseguimos
passar por cima disso, e toda vez que tinha alguma dificuldade, nós superávamos
pela vontade de fazer o que gostávamos e gostamos, independente se as pessoas
gostassem ou não.

O Cólera fez o que fez, porque gosta, nunca fez suas músicas
para “alguém”, sempre fizemos o que a gente gosta, se gostarem de Cólera,
beleza, ótimo, se não gostar existem outras 100 milhões de bandas por ai, com
outras ideias, ninguém é obrigado a ouvir Cólera, não é uma imposição de algo. Cólera é uma ideia.

OSUBSOLO: Como é ver as gerações, desde
pessoas mais velhas que viveram na época que vocês começaram, ate agora com essa
nova geração, o que mudou ?

PIERRE(CÓLERA): É até que normal para
gente, quem gosta vai escutar e curtir, quem não gosta vai procurar outras bandas.
Existem muitas pessoas daquela época que começamos, que curtia Cólera, e hoje
são país, avós assim como eu, levam os filhos/netos e apresentam a banda para eles, alguns dizem “Meu filho curte mais vocês do que eu curtia naquela época”, e para gente é uma satisfação saber que aquilo que você faz tem um valor, esta
semeando, evoluído, passando de cabeça para cabeça, de pai pra filho, tio para
sobrinho e assim por diante. 

É uma enorme satisfação, alguns shows tem pessoas da década de 70 e a garotada de hoje no mesmo espaço, isso é
mais que gratificante, nem todo mundo vai entender, mas acredito que seja a
mesma coisa que o senhor Mick Jagger e companhia sente ao subir no palco e ver
caras de 80 anos de idade, e molecada de 14 anos no show deles, é a mesma
energia. É gratificante porque você continua mantendo uma historia com os
antigos, e continua fazendo uma nova historia com os novos, isso faz parte do
processo, quando 
você faz alguma coisa pelo prazer, quando faz algo porque gosta,
se ninguém gostar vai ficar para as paredes e para as portas, 
ninguém é
obrigado a curtir.

OSUBSOLO: Como foi participar do
festival histórico COMEÇO DO FIM DO MUNDO, aconteceu algum fato curioso ?

PIERRE(CÓLERA): A parte legal do COMEÇO DO FIM DO MUNDO foi a quantidade de pessoas que compareceram ao evento, quantidade
de bandas que participaram, todo mundo curtindo, esse é o lado positivo, o lado
negativo foi que tinha aquela meia duzia de maçãs podres, que arrumaram encrenca com a
galera, depois apareceu a policia, deu todo aquele reboliço, policia tentou
invadir o lugar, tirar um monte de gente, foi a maior bagunça, uma puta
baderna, mas tirando essa parte ruim e essas meia duzia de maçãs podres que foram para estragar o evento, o evento foi maravilhoso, histórico, foi um registro,
um marco para época, não só o Cólera, “o nós”, somos todos nós, aqueles que
participaram, bandas e publico. Nós fizemos uma marca na história, marcando um
período, e a meia duzia de maçãs podres vão para puta que o pariu.

OSUBSOLO: Vocês fizeram um circuito
alternativo pela Europa, como foi tocar la, é muito diferente do público
brasileiro ?   

PIERRE(CÓLERA): A primeira vez que
fomos, foi 800% diferente, totalmente diferente do que imaginávamos, do que
estávamos acostumados aqui no Brasil, foi a primeira banda do Underground a ir
la para fora e explorar esse mundo. Tudo era diferente, desde o transporte aos
edifícios bonitos, as pessoas pelas ruas, tudo era diferente do Brasil. Para
gente foi um impacto muito grande, foi um impacto de cultura, das coisas que
estávamos acostumados aqui no Brasil e do que aprendemos la fora, aprendemos
muito, nós achávamos que sabíamos muita coisa quando estávamos aqui, até 87,
quando fomos para Europa, chegando la aprendemos que as coisas que achávamos
que estavam acontecendo não era nada comparado ao o que estava realmente
acontecendo no mundo todo.

Então nesses 151 dias que ficamos la, foi uma escola
intensiva de aprendizado sobre o mundo, sobre as pessoas principalmente, pois
são as pessoas que fazem o mundo, o mundo não é bem nem mal, as pessoas que fazem
o mundo ser bom ou ruim, o mundo sempre vai ser essa esfera na galaxia, o que faz
ele são as pessoas que vivem nele, isso que aprendemos la, foi uma escola de
151 dias intensivos sobre uma nova perspectiva de vida, e trouxemos muitas coisas
em nossa bagagem para apresentar para a galera daqui do Brasil. 

Em 87 pegamos informações de la para cá e em 2004
pegamos informações daqui e levamos para la, conhecimento e cultura, então
fomos para escola, aprendemos e ensinamos para os brasileiros, e depois fomos e
levamos informações para la, e em 2008 foi mais para diversão. Uma comparação meio
estranha, mas é o mesmo do Neil Armstrong, o cara que pisou na lua, foi algo
totalmente diferente, fora do comum.

OSUBSOLO:  Muito obrigado por
ceder seu tempo para essa entrevista, gostaria de deixar alguma mensagem para
os leitores do blog ?

PIERRE(CÓLERA): Lutem pelos seus direitos, lutem por sua vida,
lutem por tudo aquilo que acha certo, não 
 para você, mas sempre que esteja
certo para todos, e não esqueça de uma coisa mais importante de todas, a vida é
uma só, aprenda a viver com ela, aprenda a curtir ela, não seja um extremista,
não seja um radical, a vida é muito curta, muito curta mesmo, o Redson faleceu
com 49 anos. Aprendam com isso, aprendam a aproveitar a vida o máximo
possível, porque ela passa muito rápido, e o tempo para aprender sobre o que é
a vida é muito curto, vivam, aprendam a viver e respeitem quem quer viver,
obrigado.

ENTREVISTA PERTURBA
OSUBSOLO:  Como é fazer um show junto com essa banda
histórica que é o Cólera ?

PERTURBA: Somos fãs da Banda, já é a 4°
vez que tocamos com eles, e nunca imaginávamos que 
íamos dividir o palco com os
caras, para gente é uma grande satisfação, pelo histórico que eles tem, 
e isso só motiva cada vez mais para gente
continuar o que estamos fazendo, muito massa. E quem sabe daqui 30 anos podemos
ser influenciadores assim como o Cólera, ia ser lindo.

OSUBSOLO:  Qual suas grandes influências ? E como
chegaram nessa sonoridade diferente, com criticas sociais e letras cômicas e
marcantes.

JADI (PERTURBA): A maioria do pessoal da banda
cresceu ouvindo o punk rock, todos temos uma certa ideia anarquista, crescemos
dentro do movimento punk mesmo, a maior influencia vem dessa parte, e
somos até um pouco ecléticos dentro do rock, pois cada um escuta alguma coisa, o
Duda mesmo tem uma banda com uma parada mais psicodélica, brega, ele gosta
muito de brega.

OSUBSOLO:  O disco “Veja bem, Caralho!”, é muito
bom (eu particularmente gosto muito), como foi a aceitação do público ? Meus
sobrinhos também adoram, até sabem cantar algumas músicas.

DUDA (PERTURBA): Os sobrinhos do Jadi são a
mesma coisa, também cantam, a aceitação do publico reflete nas crianças, as
crianças gostam muito (Risos). Mesmo não sendo um som para crianças eles gostam
e aprendem. A gente fica muito feliz com essa aceitação da galera, o disco
mesmo foi um disco muito bom, adoramos o resultado final.


Eu nem era
da banda quando escutei esse disco, e eu gostei muito e participei mesmo não
estando na banda ainda, eu adorei o resultado final, achei incrível, eu disse “esses
filhos da puta não param de se superar”. Isso que é engraçado né, eu entrei na
banda que eu gostava, isso é diferente de você ser convidado e ir por “obrigação”,
eu não, eu realmente gosto da banda, e quando entrei eu disse “Agora estou onde
eu queria estar”, e vamos fazer funcionar. Está muito bacana, fizemos uma turnê
pelo Paraná, turnê para Brasília, vamos fazer novamente para o Paraná e de novo
para Brasilia, e futuramente vamos para Goiânia
pela primeira vez.


JADI (PERTURBA): As criticas que
recebemos do disco é só elogios e incentivos para continuar, e isso que é
importante.


OSUBSOLO:  E qual o futuro do Perturba, vai continuar
perturbando as tiazinhas por muito tempo ainda ?

DUDA (PERTURBA): Na real eu adorava a Feiticeira,
mentira, eu gostava da Tiazinha, tinha mais tesão por ela, e você Jadi ?
JADI (PERTURBA): Eu gostava da Tiazinha também, tinha as revistas dela, ela foi a que mais
vendeu né ?




DUDA (PERTURBA): Tiazinha ou Feiticeira Dulino ?

DULINO (PERTURBA): Feiticeira, cara.
DUDA (PERTURBA): Para ! Você gosta de plastico, Tiazinha era bem melhor,
anos 90 cara.

Brincadeiras a parte, mas vamos continuar por um bom tempo
fazendo shows, e ver a galera colando nos shows é muito importante e satisfatório, essa energia enorme, vamos continuar perturbando sempre.
OSUBSOLO: Gostariam
de deixar as considerações finais, uma mensagem para os leitores ?

DUDA (PERTURBA): É que
não tem vídeo se não vocês iam ver essa cena, o Dulino está de garupa no Jadi (Risos).

DUDA (PERTURBA): Chamada a cobrar para aceitar continue na linha após a
identificação, pronto.

Muito obrigado e o Perturba é isso, essa zoeira, o legal é essa galera indo nos shows e curtindo nosso som, e esperamos que vocês não sejam iguais a gente
(Risos), é triste ter tantas pessoas assim, desperdiçando tanto oxigênio.

JADI (PERTURBA): Brincadeiras a parte, mas gostaria de agradecer os leitores e o blog, muito obrigado.

O evento foi muito completo, todas as bandas fizeram grandes shows, uma noite incrível de muita zoeira, principalmente nas entrevistas, o Perturba é uma banda muito alegre e foi muito divertido entrevistar eles e fazer parte dessa zoeira desenfreada.

AGRADECIMENTOS:
PIERRE
CÓLERA
PERTURBA
DULINO
JADI
DUDA