Além de nos banhar em riffs e levadas poderosas, o debut álbum do DYSNOMIA, ‘Proselyte’, é repleto de letras densas e profundas, buscando o âmago do questionamento do ser humano.

Para isso, os músicos foram buscar “ajuda” de alguns grandes pensadores que influenciaram e influenciam a visão da humanidade, entre eles Emily Dickinson, Albert Camus e Slavoj Zizek. O vocalista e guitarrista João Jorge explica mais sobre o assunto:

“Por conta de ter cursado Letras na UNESP/Araraquara tive contato com muitos desses autores, e penso que é sempre enriquecedor usar essas influências, seja somente à guisa de epígrafe, como no caso do poema da Emily Dickinson, que casou muito bem com o tema da letra (no caso, a perda lenta e silenciosa da identidade através da perda da memória, como em casos de pessoas acometidas por demência, decorrente de doenças como o Mal de Alzheimer, por exemplo), ou como inspiração e temática mesmo, como foi o caso de Albert Camus, um de meus escritores prediletos, que por sua vez inspirou a faixa Sysiphus, com sua reflexão sobre o sentido absurdo (ou a falta de sentido) da existência e a questão pivotal do suicídio em muitas de suas obras. Também foi esse o caso com Zizek, cujo documentário “O Guia Pervertido da Ideologia”, me chamou muito a atenção, especialmente em tempos de polarização e crescente debate político no país, algo que abordamos em “Proselyte”; não havia tido contato com muitos filósofos contemporâneos até então, e sua visão acerca de vários tópicos me interessou bastante.”

“Esses temas se articulam, em maior ou menor grau, com experiências vividas pelos membros da banda mesmo, ou seja, tudo ali tem relação com a realidade que nos cerca, e o prisma pelo qual analisamos tais experiências. Geralmente eu sugiro os temas e vou escrevendo as letras, sozinho ou em parceria com os caras, a partir de alguma ideia minha ou deles, até por causa do conhecimento acerca da língua inglesa, que ensino há mais de dez anos. Ademais, não é de hoje que bandas bebem na fonte de grandes obras literárias ou filosóficas para enriquecerem suas composições. O Sepultura também baseou alguns de seus álbuns em grandes obras literárias, como “A Divina Comédia” de Dante Alighieri, ou “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, posteriormente adaptado para o cinema pelo grande Stanley Kubrick. Entre as estrangeiras, um exemplo que figura entre minhas bandas favoritas seria o At the Gates, que se inspirou na literatura fantástica de escritores como Jorge Luis Borges, Ernesto Sábato, Julio Cortazar, e outros, em seu mais recente trabalho.”

‘Proselyte’ conta com oito faixas e foi lançado em parceria com a Heavy Metal Rock. A produção ficou nas mãos do DYSNOMIA e de Gabriel do Vale. A capa foi feita pelo artista Gustavo Sazes.

Uma música retirada do novo disco foi disponibilizada recentemente para audição. Confira:


A primeira prensagem do álbum vem com um belo slipcase e já está disponível para vanda nas melhores lojas especializadas, no site do selo e diretamente com a banda por Facebook, email ou quem preferir pelo link:

https://goo.gl/ZfxT5T (apenas para computadores)



FONTE: METAL MEDIA