O Angra volta aos palcos para uma última fase de divulgação de seu último álbum, Omni, através da Magic Mirror Tour, que já conta com nove datas marcadas, sendo oito delas no Brasil e uma na Colômbia. E a primeira apresentação da banda será neste sábado, 18, na cidade de Içara, no palco da terceira edição de nosso festival O SubSolo Rock Festival. Graças a isso, tivemos a oportunidade de conversar com o baixista e símbolo da banda Felipe Andreoli, que nos contou sobre esta fase atual da banda e as expectativas para essa próxima turnê. Confira:


O Subsolo - Entrevista Felipe Andreoli - Angra
Foto: fb.com/FelipeAndreoliPage (By: Aldair Mejia)

Felipe Andreoli, grande prazer em poder conversar com você, que é um “símbolo-vivo” da instituição Angra. A banda volta à estrada para divulgarem os trabalhos provenientes do “Omni” e todas as obras que vieram antes. O que você pode contar para nós quanto a essa “Magic Mirror Tour”? Quais são as novidades em relação a turnê de 2018?



Felipe Andreoli: Bom, depois da turnê super bem sucedida que a gente fez no ano passado, com 104 shows, a gente precisou de alguns meses de descanso, para colocar a cabeça de volta do lugar, né, para descansar mesmo, e também para poder nos dedicarmos a outros projetos e para resolver vários assuntos internos da banda, de ordem burocrática, planejamento e etc. Mas a gente tinha muita vontade de tocar mais ainda nessa turnê, de tocar essas musicas. E então a gente armou a “Magic Mirror Tour” como uma forma de dar um pouco mais de vida a turnê do Omni, e vai ser muito legal, pra começar a gente vai tocar pela primeira vez em Íçara, o que é muito bacana, to bastante ansioso por esse show. O repertório vai ser muito parecido com o que a gente tem feito, mas com algumas pequenas novidades, então o pessoal que for a turnê com certeza vai a vai aproveitar bastante o show, tanto por causa das músicas do Omni quanto destas pequenas novidades.




A banda tem anunciado que a “Magic Mirror Tour” será a parada final antes do próximo álbum. Já existe alguma composição desse próximo trabalho que poderá dar as caras em algum momento dessa turnê? Ou tudo isso ficará reservado para essa etapa de composição do disco após a turnê?


Andreoli: A gente tem algumas ideias sim, algumas ideias embrionárias pro próximo disco, mas nada que a gente vá tocar durante a turnê. Estamos ainda no processo de composição, mas essas músicas ainda nem estão próximas da prontas, é até cedo pra mim pra fazer isso. Aí a gente deve ainda este ano entrar estúdio para gravar o próximo disco do Angra.




Voltando a 2018, é impossível não lembrar que vocês tiveram a oportunidade de fazer uma grande viagem pelo mundo. Foram 104 shows, 25 países e incontáveis fãs que tiveram a oportunidade de ver o que podemos dizer que foi uma das melhores épocas do Angra. Mesmo sem querer desmerecer o passado do Angra, você concorda que a banda está vivendo seu melhor momento agora?



Andreoli: Eu acho que a banda está com certeza em um dos seus melhores momentos, principalmente no aspecto da relação interpessoal. A gente vive uma momento muito legal estando juntos, na estrada, no estúdio, desfrutando da companhia um do outro. A gente se diverte bastante, e é claro que o trabalho é pesado, né, fazer 104 shows pelo mundo, com tantas viagens e com tudo que envolve a produção de um show, o tanto de espera que você tem ao longo dos dias, é sim muito cansativo, mas que seria impossível se não fosse a boa relação que a gente tem agora. Eu acho que, inclusive, o resultado das nossas ações tem sempre sido de muito sucesso. O disco foi extremamente bem recebido, estamos muito felizes com a recepção dos fãs e isso da um ânimo muito bom pra gente entrar estúdio novamente para fazer o sucessor do Omni. 




Inclusive havia sido anunciado que essa turnê renderia o DVD “OMNI LIVE”. Quais informações quanto a esse material você poderia nos passar?


Andreoli: O DVD do Omni foi gravado em julho ou agosto do ano passado, ele provavelmente não sair neste ano por que ele vai fazer parte da nossa estratégia pro ano que vem. A ideia é concentrar realmente no novo disco esse ano, e aí 2020 a gente lança esse DVD.



Aliás, o Omni foi um disco muitíssimo bem aclamado pela mídia e pelos fãs, teve uma aceitação quase unânime, algo que era difícil de acontecer pois o parâmetro “Temple of Shadows” sempre era “ativado” e usado para tirar os méritos dos trabalhos que foram feitos. Como vocês encaram o fato de terem construído discos tão fortes ao longo da carreira que gera esse tipo de cobrança e alto nível de expectativa para cada lançamento?



Andreoli: Omni foi sim muito bem recebido, é claro que existe sempre uma parcela dos fãs que um pouco mais saudosista, ou que esperavam alguma outra coisa, é normal, inclusive no Temple of Shadows foi assim também. Quando o Temple of Shadows foi lançado ele foi um disco bastante estranhado por alguns fãs, especialmente por aqueles da fase mais melódica do Angra, por que é um disco mais denso, mais progressivo, então demorou alguns anos até virar essa quase unanimidade que é considerado. O Omni passou pelo mesmo processo, mas o “grosso” dos fãs recebeu muito bem o disco, alguns outros demoram um pouco mais de tempo e alguns outros simplesmente acham que a gente já fez trabalhos melhores, isso é comum para qualquer banda. Eu acho que o disco é muito forte e ta ali pelo menos no Top 3 de discos mais fortes da banda, na minha opinião.




É notável que a banda investiu forte na produção de conteúdo audiovisual. Foram quatro músicas que ganharam clipes, além de “Travelers of Time” que recebeu um lyric vídeo, fora todo o conteúdo que recheia o canal da banda no YouTube. Como foi a decisão para escolher as músicas que receberiam o vídeo? E chegaram a pensar em fazer tal como o Metallica fez em “Hardwired… to Self Destruct”, que seria lançar um clipe para cada música do álbum?


Andreoli: Nós chegamos a pensar sim em ter um vídeo pra cada música do álbum, mas o que acontece: conforme vai passando o tempo de lançamento estes materiais eles vão perdendo um pouco a força. É diferente de quando você lança um clipe de uma música inédita, por exemplo, ou de um disco que acabou de ser lançado. Você lançar um clipe um certo tempo depois, ele vai começar a perder efetividade, porque as pessoas já conhecem aquela música e somente o clipe que é a novidade. E fazer dez clipes do uma vez, que nem o Metallica fez, é uma coisa super difícil e de custo super alto, mas quem sabe no próximo álbum a gente consegue chegar já no lançamento com mais vídeos, com mais material audiovisual, que eu acho que é uma tendência inescapável pro futuro, e ajuda muito a pessoa a visualizar tua ideia daquela música, não só na letra mas também na história que o clipe conta.




“Magic Mirror” foi a faixa escolhida para nomear essa jornada que vai encerrar esse período Omni do Angra. O significado dela dentro do conceito de Omni foi importante para a escolha desta música para ser o “carro-chefe” dessa turnê ou houve outro motivo?


Andreoli: Na verdade a “Magic Mirror” ela é uma música que sintetiza muito mensagem a do Omni, pela sua letra, e musicalmente, especialmente, eu acho que ela sintetiza vários momentos do disco, porque é uma música comprida, muito completa, e eu acho que é uma boa representante. Inclusive, ela foi o meu voto, vencido obviamente, para ser o single de apresentação do disco, pois essa era a faixa que eu achava que melhor representava o disco, mas a gente acabou escolhendo depois a “Travelers of Time”. Mesmo assim a “Magic Mirror” é para mim uma peça central do disco, de super importância, e por isso ela foi escolhida como o nome dessa turnê, também por ser uma das músicas mais queridas dos fãs.




Felipe, fico muito grato por ter tido essa oportunidade de ter esse momento de conversa com você, o Brasil todo, sem dúvida, agradece o trabalho que você e o Angra tem feito em pró da boa música de nosso país, que é, indiscutivelmente rica e merece sempre ser valorizada. Peço para que deixe um recado para aqueles que nos acompanham e que anseiam por ver a banda de perto nessa próxima turnê.

Andreoli: Muito obrigado Vinicius pela tua entrevista, e garanto que a gente tá muito muito ansioso para conhecer aí o pessoal de Íçara, estar aí pela primeira vez, ainda mais com muita vontade também de voltar aos palcos, depois desses meses todos que a gente estava parado, então podem esperar que vai ser um show com muita energia e com muita vontade, e a gente vê vocês por aí no dia 18 no Colher de Chá!
Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.