A Vox Ignea é uma banda de Hard Rock de São Paulo, com vocal feminino envolvente, instrumental forte, músicas estruturadas em torno dos riffs de guitarra e letras em português. Com influências de AC/DC, Led Zeppelin, Aerosmith, Halestorm, Warrant e Rival Sons.


Tivemos a oportunidade de conversar com essa excelente banda sobre os próximos passos, sobre sua carreira e muitas outras curiosidades que você confere agora:






É um prazer estar conversando com uma das bandas mais emblemáticas do Hard Rock nacional dos últimos anos. Começando do “começo”, como foram os primeiros passos da banda?

Vox Ignea: O prazer é nosso de estar mais uma vez com O Subsolo, que sempre nos ajudou com a divulgação dos nossos trabalhos e com o apoio à cena, de forma geral. Parabéns mais uma vez pelo excelente trabalho. A Vox Ígnea nasceu em meados de 2016. Todos nós já nos conhecíamos de bandas e projetos anteriores, estávamos todos sem banda naquele momento e o Rodrigo apareceu com essa proposta de tocar Hard rock, em português, com vocal feminino. Ele foi o idealizador do projeto e o cara que escolheu todo mundo pra fazer parte dele.  Logo de início, já rolou uma afinidade musical muito grande entre nós e as músicas começaram a sair rápida e naturalmente, dando forma e “cara” pra Vox. Daí pra frente já estava claro que queríamos profissionalizar a banda e investir nas etapas seguintes.



Logo de cara definiram que investiriam no Hard Rock? Como foi chegar na sonoridade que a banda demonstra hoje?

Vox Ignea: Sim, desde o início do projeto a gente decidiu fazer esse tipo de som. Nós achamos que o Rock ‘n’ Roll pra cima, com energia, com riffs interessantes de guitarra e uma levada esperta de baixo e bateria, tem muito a ver com o Brasil, tem a ver com a alegria e estilo festeiro do nosso povo. Só falta cair nas graças do público! Hahahaha… Além disso, a presença das mulheres no Rock tem se tornado cada vez mais forte. Mas é mais comum encontrar mulheres no Heavy metal, seja nas bandas de Heavy sinfônico à lá Nightwish, que fizeram muito sucesso no começo dos anos 2000 ou em bandas mais pesadas, tipo a Nervosa. Mas no Brasil não é comum uma banda de Hard Rock com mulheres à frente. Por isso nós resolvemos investir no estilo como um diferencial. Todos da banda têm influências muito diversas, a Raquel gosta de Hard Rock dos anos 80, o Rodrigo ouve Rock clássico e também bandas mais pesadas, como Arch Enemy e Soilwork, o Evandro gosta de Rock dos anos 70, bandas psicodélicas e sons clássicos e o André tem muita influência de Metal, desde Metallica até Meshuggah. Então, na hora de compor nossas músicas, tudo isso entra no nosso liquidificador de influências e o resultado final acaba saindo com a nossa cara. Estilisticamente nós gostaríamos de ser catalogados ali próximos do AC/DC… hahahaha. Mas a banda tenta ser diversa o suficiente para não ser rotulada assim de uma forma tão fácil. Nós não queremos soar previsíveis ou presos a uma formula determinada, por isso, o nosso trabalho, principalmente as novas músicas que temos composto e que estamos tocando ao vivo exemplificam um pouco a diversidade que a gente quer, ainda que o centro gravitacional em que o nosso orbita seja o Rock ‘n’ Roll.



O EP “Em Chamas” foi realmente algo bem quente, no modo figurativo. Como foi a composição e o lançamento desse disco?

Vox Ignea: O nosso processo de composição tem seguido o mesmo padrão até o momento: as músicas começam com o Rodrigo, que cria os riffs de guitarra e a harmonia base, depois a Raquel cria a melodia vocal e a letra, então, chegam o Evandro e o André, com o baixo e a bateria, para dar a forma final da música. No caso do “Em Chamas” nós seguimos esse padrão e, na nossa opinião, as músicas desse trabalho têm uma unidade. Nós tentamos criar um Rock vigoroso e que, liricamente, fala sobre diversas questões do quotidiano com um olhar feminino, afinal, as letras normalmente são feitas em primeira pessoa, sob o ponto de vista de uma mulher. O lançamento do EP teve uma repercussão muito positiva. Nós somos uma banda nova, e tínhamos menos de um ano de existência quando o EP saiu, em junho de 2017. Mesmo assim, esse trabalho nos abriu várias portas no meio underground. A opinião da crítica foi muito favorável e a banda ganhou um certo destaque que foi inesperado para nós e que realmente nos surpreendeu. O registro de estreia da banda não poderia ter acontecido de uma forma melhor, nós realmente somos muito felizes com todo o processo que envolveu o “Em Chamas”.



Encerrando o ciclo do “Em Chamas” um videoclipe, da excelente “Erupção”. Qual o motivo de escolherem essa faixa e como foi a gravação do clipe?

Vox Ignea: Erupção sempre foi a música mais “quente” do nosso repertório! Aquela que a banda deixa pro final pra deixar sua marca e impacto no público, sabe? Ela mostra todo o peso, atitude e é a cara da Vox Ignea. Por isso, acabou sendo uma escolha natural pro nosso primeiro clipe. A gravação do clipe foi a realização de um sonho pra todos nós. Nunca tínhamos gravado um clipe antes e a experiência toda, apesar de cansativa, foi muito satisfatória e prazerosa. Foram dois dias de gravação, em dois locais diferentes, com a direção do excelente Plínio Scambora, da Pier 66 Films e o resultado não poderia ter sido melhor. Ficamos extremamente satisfeitos e temos muito orgulho de mostrar esse trabalho pra todo mundo. 






Vocês sofreram com a troca de integrantes, como isso atrapalha o andamento da banda? E agora qual a formação oficial da banda?

Vox Ignea: Essa é uma história meio louca, pois, no momento a formação oficial é justamente a original da banda. Por diversos motivos nosso baterista, André Martins saiu da banda e ficou fora por 6 meses. Foi um período difícil no sentido de composição e alguns outros projetos que ficaram parados, fizemos alguns shows nesse tempo com bateristas Free Lancers, mas a principal dificuldade foi justamente achar um novo baterista que se encaixasse tão bem na nossa proposta quanto o André. Ele é o baterista da Vox ignea. E por esse motivo está de volta. Foi um final feliz para todo mundo. A formação atual, então, tem a Raquel Lopes na voz, o Rodrigo Santos na guitarra, Evandro Araújo no baixo e o André na bateria.



O futuro da Vox Ignea está sendo planejado? Como é realizado esse planejamento?


Vox Ignea: Sim, os passos que a banda dá são pensados de acordo com um planejamento específico. Nós temos algumas ideias e metas traçadas e estabelecemos um cronograma para que elas sejam atingidas. Mas a vida é imprevisível e o nosso controle sobre o futuro é mínimo, não é? Então, muitas vezes o planejamento precisa ser adaptado por conta das condicionantes da vida… hahahaha Mesmo assim, é imprescindível para uma banda ou atrista que tenha pretensão de se profissionalizar, fazer um bom planejamento das suas ações e do que ele quer atingir, de onde está partindo e para onde quer chegar. Com dois anos e meio de banda nós já conseguimos evoluir de formas que muitas bandas veteranas não conseguiram em anos. Isso se deve a essa capacidade de planejar, seguir e executar nossos planos. O sonho de viver de música em um país como o Brasil não é fácil. Nada conspira a seu favor, então, a banda precisa estar minimamente engajada no que é necessário para tornar esse sonho realidade. Uma ótima forma de como se planejar é fazendo cronogramas de ação, que precisam incluir as ações da banda nas redes; os shows, onde nós queremos tocar e porquê; novas composições; novos lançamentos, tanto de músicas quanto de vídeos. O importante na vida de uma banda que ainda está no início do trabalho para se consolidar é manter a constância e a consistência do trabalho d é isso que nós temos buscado.



E por falar em futuro, teremos novidades da Vox Ignea ainda este ano?

Vox Ignea: Sim, vamos lançar no final desse mês, dia 30 de novembro, o single da música “Agora é a minha vez” junto com uma versão acústica de “Bêbada de rum”. Vai rolar um show de lançamento no dia 07/12, no Feeling Music Bar, em São Paulo, vai ser uma puta festa junto com as bandas Teorias do amor moderno e Cyanade Summer. Entre dezembro e janeiro também deve sair o clipe dessa música e uma participação da Vox em uma coletânea tributo ao David Bowie. Então fiquem ligados pra não perder nada. Além disso, no dia 08/12, nós vamos fazer um show aqui em São Paulo junto com o COM 22 e Dance of Days, que vai ser bem legal. Felizmente nós temos muitas novidades para a Vox e esperamos que continue assim!



Nesses desencontros de “união” e “desunião, como vocês veem a cena independente na atualidade?

Vox Ignea: A cena independente sempre foi difícil. Tem suas vantagens, principalmente na questão da liberdade artística, mas nunca foi um mar de rosas. As bandas ralam muito pra conseguir um espaço e, muitas vezes, os produtores e casas de show se aproveitam dessa necessidade pra lucrar em cima de eventos absurdos, que exigem um público que a banda ainda não construiu, não entregam, muitas vezes, nem uma estrutura básica pra uma apresentação de qualidade e tudo isso dificulta muito o desenvolvimento da cena. Claro que não podemos romantizar demais e achar que tudo tem que ser feito por amor à música. No fim das contas, o objetivo de todos é gerar renda e transformar o Rock em um mercado, em um trabalho. E existem pessoas e veículos de comunicação preocupados com isso, que apoiam e dão espaço pras bandas, não só por amor ao rock, mas pela preocupação de que esse mercado se sustente no longo prazo. Além disso existe, sim, uma união dentro da cena independente. Temos muitas bandas amigas, que estão na mesma correria que a gente: Cia Tóxica, Demo Sapiens, Mamamute – só pra citar algumas – muita gente talentosa e profissional que está cheia de vontade de fazer acontecer, sabe? E a gente se ajuda como pode, por meio de indicações, tentando sempre caminhar juntos rumo a um objetivo em comum. Resumindo, é um caminho longo e tortuoso, mas é sempre um prazer estar em cima dos palcos, com os amigos, fazendo a galera bater cabeça. Vida longa ao Rock and Roll!



Bah, que excelente essa oportunidade de conhecer mais um pouco de vocês. Separamos sempre a última pergunta para a banda deixar uma mensagem para os leitores. Obrigado Vox Ignea!

Vox Ignea: Queremos agradecer mais uma vez a’O SubSolo por novamente nos dar esse espaço que é tão importante para bandas iniciantes nesse cenário atual. Agradecer a todos que têm nos acompanhado nas redes sociais, ido aos nossos shows, aos leitores que conhecem o nosso som ou estão conhecendo a partir dessa entrevista, podem vir falar com a gente. Seja depois dos shows ou pelas redes sociais, digam qual sua música preferida, façam críticas, elogios. Nós gostamos desse contato, dessa troca. Acho que só assim vamos fazer o rock and roll voltar para o lugar do qual nunca deveria ter saído.  E agradecer também a x5 music, que tem nos ajudou muito nessa caminhada. Valeu galera!

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.