Parece que se tornou uma situação rotineira, bandas gringas virem ao Brasil e desrespeitarem produtoras, agentes, eventos, festivais e todas as pessoas envolvidas na logística dos shows. 

No final de 2017, tivemos o Gorgoroth fazendo uma das suas no festival Metal Maniacs. Outros casos também foram registrados, mas nada comparado ao acima citado e agora, foi a vez do Eluveitie, por causa do – não se assustem – camarim (?). 


Eluveitie é uma banda de Folk Metal da Suíça. Seu som pode ser descrito como Celtic Folk Metal com influências de Death Metal Melódico e estava de passagem no Brasil para 4 datas com produção do EV7 Live, uma produtora de renome em nosso país, porém, até a banda de abertura Tuatha de Danann, foi tratada de forma desrespeitosa pela banda.

Para melhor entender essa polêmica, confira a nota oficial da EV7 Live. 


“Comunicamos a todos que os shows das bandas Eluveitie e Tuatha de Danann nas cidades de Belo Horizonte (16.2), Brasília (17.2) e Curitiba (19.2) estão definitivamente cancelados. A apresentação em Belo Horizonte foi cancelada pelo Eluveitie. As outras duas por nós, da EV7 Live.

Eluveitie vai provavelmente apresentar três justificativas para o cancelamento do show em Belo Horizonte, hoje:

1) O camarim não estava pronto quando eles chegaram à casa de shows; 
2) A casa de shows não possuía estrutura necessária para receber o show da banda, especialmente no que se refere à iluminação.
3) Faltava a nós pagar uma “parcela” do cachê.

Vamos comentar brevemente sobre cada um desses pontos, antes de informar os motivos que nos levaram a cancelar os shows restantes:

Sobre o camarim não estar pronto: sim, realmente não estava. Erro nosso. Mas, dificilmente pode-se considerar isto motivo para cancelamento de um show. A lista deles é específica e enorme, com ítens difíceis de encontrar, veganos etc.

Sobre a casa de shows não possuir estrutura: difícil concordar com isso, posto que a casa recebeu bem shows das bandas Accept, L7, Cavalera Conspiracy, Destruction, Therion, Cellar Darling, entre outros.

Sobre a iluminação ser precária: deixando de lado que eles já tocaram em locais com muito menos iluminação como Teatro Odisseia (no Rio), deixamos claro aqui que nos propusemos a contratar o que fosse necessário para atendê-los, caso nos dessem a chance de manter o evento de pé, mas a resposta foi negativa.

Sobre a parcela restante do cachê: primeiro, vamos colocar as coisas em perspectiva: a banda já havia recebido 94,54% do valor total do cachê, faltando 5,46% a ser recebido em cash no Brasil. Informamos ao produtor da banda que não há casas de câmbio abertas aos sábados, então nos dispusemos a entregar o valor faltante em R$. Não quiseram.

Quando, portanto, eles dizem em sua nota de cancelamento que “tentamos de tudo para que esse show acontecesse”, estão mentindo. Há muitas testemunhas acerca disto. Eles sequer montaram o equipamento no palco. Sequer ligaram o som (um line array PA JBL Vertec, local exclusivamente para eles). A intransigência foi absoluta, desde o primeiro minuto em que pisaram na casa de shows.

A decisão da banda Eluveitie, somada a OUTROS fatores, levou nossa produtora a decidir pelo cancelamento das datas seguintes. Eis os fatores:

1) A banda é ingrata. Por erro DELES, os voos de saída do Brasil foram emitidos saindo do Rio de Janeiro no dia 21. No entanto, o último show era em Curitiba, no dia 19. O que fizemos? Oferecemos à banda, como cortesia, por hospitalidade, voos de Curitiba para o Rio, além de um hotel na praia de Copacabana, para que curtissem um dia de sol (ou de chuva) na Cidade Maravilhosa. Um gasto extra de mais ou menos 10 mil reais. Que produtora faz isto? Nenhuma. Valeu de alguma coisa? Nada!

2) A banda – especialmente na figura de seu produtor – Sr. Patrick Haeberli – foi desrespeitosa com a banda Tuatha de Danann, ontem, em São Paulo. O Tuatha teve que sair do palco aos gritos do Sr. Haeberli e foi impedido inclusive de tirar a famosa foto com o público atrás.

3) A banda é mesquinha. Apenas para citar um exemplo do estrelismo descabido, ontem recebemos a “ameaça” do Sr. Haeberli da possibilidade dos shows serem cancelados pela ausência no camarim de – pasmem! – chá.

4) Por fim, não tínhamos de fato nenhuma segurança de que os shows em Brasília e/ou Curitiba poderiam acontecer, mesmo se decidíssemos por sua continuidade. E se um cabo fosse menor que a exigência deles? Ou se não tivesse chá? Ou o que aconteceria se a van atrasasse para pegá-los por causa da chuva? Não é justo submeter o público a tantas possibilidades de cancelamento de última hora – então, decidimos nós mesmos cancelarmos.

A aqueles que compraram seus ingressos, informamos que todos serão reembolsados integralmente. Sabemos que a banda não vai devolver o dinheiro que receberam antecipadamente, mas… faz parte. Assumiremos o custo. Os detalhes de reembolso serão postados nos eventos do Facebook de cada um dos shows, na próxima segunda feira.

Atenciosamente,
EV7 LIVE”

Deixamos claro que O SubSolo não compactua com as atitudes de bandas de fora do país, que se acham donas do Brasil. Pelo triste fato de que outros estilos musicais e sabe se lá o que mais, os gringos tem uma visão de um país de putaria, descaso e situação caótica sobre o Brasil, não é por isto que vamos tolerar tais atitudes.
Estamos com a EV7 Live!

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.